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TORTUROU SOLDADO

Processo contra tenente Ledur vai para Vara militar e família teme impunidade

04 Abr 2018 - 15:23

Da Redação - Vinicius Mendes / Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Processo contra tenente Ledur vai para Vara militar e família teme impunidade
O juiz Marcos Faleiros determinou a remessa do processo contra a tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar até a morte o estudante/soldado Rodrigo Claro, de 21 anos, da 7ª Vara Criminal para a 11ª Vara Especializada em Crime Militar, do juiz Murilo Mesquita. A família de Rodrigo e dos outros estudantes torturados agora temem impunidade. 

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A decisão do juiz Marcos Faleiros, dada na tarde desta quarta-feira (4), foi baseada na Lei nº 13.491, de 13 de outubro de 2017, que alterou o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, que trata do Código Penal Militar.

Heitor Reis, da Associação dos Familiares Vítimas de Violência, disse que se indignou com esta situação e que mais uma vez conseguiram ganhar tempo para este processo. No total, o processo já havia sido suspenso oito vezes, após consecutivas licença médicas de Ledur.

“É um absurdo, a gente tem que rever esta situação, a Justiça no Brasil já é muito lenta, e se eles ganharem tempo com isso a gente fica horrorizado, a família morre de novo junto com os filhos”, disse Heitor.

Agora que será julgada na Vara de Crimes Militares, Heitor espera que haja insenção, mas acredita que esta foi mais uma estratégia para ganhar tempo e fazer o caso ser esquecido.

“Esperamos isenção, nós temos que mudar esta situação no Brasil, a Justiça não pode ser diferente para o pobre, a Justiça tem que ser para todos. Um bom advogado fez uma petição para retirar da Vara Criminal para ir para a Vara militar, quer dizer, então se ganhou praticamente dois anos, então o crime vai se esquecendo, as testemunhas não são mais encontradas e a impunidade prevalece, e a sociedade não pode mais aceitar este tipo de impunidade”, disse.

No entanto, Heitor acredita que a mudança pode até piorar a situação dos militares, já que as punições são diferentes.

“Eu acho que não altera nada porque os crimes militares são piores. Então tem uma série de benefícios que não são aceitos na Vara, por isso até havia o temor de alguns dos réus em ir para a Vara Militar”.

Apesar de mais uma vez o processo ser adiado, ele espera que agora o processo comece do zero e que os militares que conseguiram acordos com o Ministério Público possam ser julgados pelos seus crimes.

"É pela morosidade, já foram ouvidas as testemunhas aqui, já foi feito um acordo inocentando parte dos acusados, então nós queremos que vá para a justiça militar para que o processo seja iniciado do zero, então as pessoas que fizeram acordo com o Ministério Público, entre a defesa e o juiz, que seja anulado este acordo e que todos os réus sejam encaminhados para a Justiça Militar para realmente ver quem é inocente e quem é culpado”.
 
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