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Ao Gaeco, Baiano Filho nega se beneficiar de corrupção no Detran

12 Abr 2018 - 17:09

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Marcos Lopes/ALMT

Ao Gaeco, Baiano Filho nega se beneficiar de corrupção no Detran
O deputado Estadual Baiano Filho (PSDB) foi interrogado na tarde desta quinta-feia (12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no âmbito da "Operação Bereré". As investigações apuram esquema de desvios no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT). Baiano negou ilegalidade nos cheques suspeitos que movimentou com servidores de seu gabinete. "Eu não participo dessas coisas, não acompanho isso".

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Baiano havia frustrado seu interrogatório que estava marcado inicialmente para a manhã do último dia 3. O Gaeco chegou a avaliar as possibilidades legais diante da ausência, mas sua defesa explicou que o deputado estava em viagem.

Na tarde de hoje, ele foi interrogado e negou que tenha envolvimento com o esquema de corrupção da "Bereré". "Eles questionaram o porquê de várias situações, se eu conhecia várias pessoas. As que eu conhecia, disse que sim, as que não conhecia, disse que não", resume.

Acrescenta. "Fui perguntado sobre cheques, que chegou às mãos de meu chefe de gabinete, o porquê disso, de onde veio, disse que veio de um empréstimo que fizemos, reafirmamos que foi à pedido meu. Nossa parte, nossa informação nesse sentido, foi de que não temos nada a ver com qualquer outro problema que possa estar surgindo".

E ao deixar a sede do Gaeco, concluiu. "Eu não participo dessas coisas, não acompanho isso", "estou muito tranquilo, estou com a consciência tranquila, não faço parte de nenhuma situação que não seja correta".

Depoimentos:

Luiz Otavio Borges de Souza, chefe de gabinete do deputado Baiano Filho, e Wilson Pinheiro Medrado, assessor parlamentar do mesmo deputado, afirmaram em depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e contra a Administração Pública (Defaz) que receberam depósitos de cheques no valor total de R$ 25 mil, feitos por Claudemir Pereira dos Santos, e que o valor foi utilizado para pagar despesas do gabinete de Baiano Filho. 

Em seu depoimento, Luiz Otavio contou que trabalha com Baiano Filho desde 2004 e que é chefe de gabinete desde 2011.  Já recebeu valores em suas contas bancárias e efetuou saques em dinheiro ou de cheque de terceiros.

Luiz Otávio também afirmou que paga as contas do gabinete e também pessoais do deputado e que todo mês é depositado em sua conta valores, que variam de acordo com o mês.

Ele afirmou que não conhece nenhuma das pessoas envolvidas no esquema, nem mesmo Claudemir Pereira dos Santos, mas que recebeu depósitos de dois cheques de R$ 10 mil, nos dias 13 e 14 de outubro de 2014, feitos por Claudemir, e que foram utilizados para pagar despesas do gabinete.

Claudemir Pereira dos Santos é um dos sócios da Santos Treinamentos e Capacitação Pessoal Ltda., e uma das principais peças da organização criminosa, a pessoa através da qual Mauro Savi recebia propina paga pela FDL - Serviços de Registro Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda, empresa que havia firmado contrato de prestação de serviços com o Detran-MT.

Santos Treinamento e Capacitação Pessoal Ltda é uma empresa de fachada utilizada exclusivamente para dissimular a natureza das vantagens indevidas pagas pela FDL a agentes públicos integrantes da organização criminosa. Era através da Santos que os pagamentos eram feitos.

Também foi interrogado na Defaz o assessor parlamentar de Baiano Filho, Wilson Pinheiro Medrado. Ele contou que trabalha com o deputado desde 2011 e eventualmente realizava serviços bancários, a pedido do chefe de gabinete e de protocolo.

Ele também disse que nunca conheceu ou teve relações com Claudemir Pereira. Ele foi questionado sobre um cheque no valor de R$ 5 mil, depositado em sua conta no dia 5 de novembro de 2011 por Claudemir. Em resposta ele disse que não recebeu para beneficio pessoal, mas acredita que recebeu pelo trabalho que faz externos no gabinete do deputado e que quando saca cheques, a pedido do chefe de gabinete, é para pagar as contas do gabinete, e outras vezes saca cheques e entrega em dinheiro para Luiz Otávio.

Entenda o Caso
 
A Operação Bereré é um desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.Dentre os supostos crimes cometidos estão organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
 
Segundo o Gaeco, as investigações tiveram início na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (DEFAZ), sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo NACO Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília-DF, pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar, por meio do BOPE.
 
 
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