Olhar Jurídico

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Criminal

11ª Vara

Alvos da ‘Bereré II’ não serão ouvidos hoje e passarão por audiência de custódia

Foto: Assessoria

Alvos da ‘Bereré II’ não serão ouvidos hoje e passarão por audiência de custódia
Os alvos da ‘Operação Bônus’, deflagrada nesta quarta-feira (09), não devem ser ouvidos hoje pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). O magistrado responsável por realizar as audiências de custódia será o juiz Murilo Mesquita, o mesmo da ‘Grampolândia’. Entre os presos estão: o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e o deputado estadual, Mauro Savi (PSB).

Leia mais:
Alvo de operação, irmão de Paulo Taques é considerado foragido pelo Gaeco
 
Todos os cinco presos (um ainda continua foragido) serão encaminhados nesta tarde para a 11ª Vara Militar, onde passarão por audiência de custódia. Curiosamente, o magistrado responsável será Murilo Mesquita, o mesmo da ‘Grampolândia’, situação em que Paulo Taques também é investigado.
 
Os sócios (Marcelo da Costa e Silva e Roque Anildo Reinheimer) da empresa Santos Treinamento, investigada na ‘Bereré, afirmaram que o ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques foi contratado pela empresa EIG Mercados (antiga FDL) um dia após o resultado da eleição vencida pelo governador Pedro Taques (PSDB), primo do ex-secretário.
 
A ‘Operação Bereré’ investiga o desvio e lavagem de dinheiro no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), na ordem de R$ 27,7 milhões. As informações constam em depoimentos prestados junto à Delegacia Fazendária (Defaz) e ao Ministério Público Estadual. Os dois sócios confirmaram ter participado do esquema.
 
Roque Reinheimer disse que a partir de 2015 a EIG Mercados e a Santos Treinamento rescindiram a parceria, sem a assinatura dele, motivo pelo qual ele procurou Valter Kobori em Brasília para tratar do assunto.
 
“Após insistir em ser atendido pelo senhor Kobori, este mandou um representante, que apresentando-se como advogado da empresa FDL/EIG, disse que ‘eventuais prejuízos fossem tratados na Justiça e que a partir de então, todos os assuntos relacionados a empresa FDL/EIG em Cuiabá/MT fossem tratados no escritório de advocacia do chefe da Casa Civil, com o senhor Paulo Taques”, diz trecho do depoimento.
 
Reinheimer disse que questionou o representante de que forma iria iniciar uma conversa com Paulo Taques sem ter nenhum documento que indicasse que o mesmo era o novo defensor da EIG, “ocasião em que este advogado entregou-lhe uma procuração e substalecimento da EIG para Pedro Jorge Zamar Taques”.
 
Os dois chegaram a marcar uma reunião: “Ao iniciar as conversas com Paulo Taques, percebi que este ficou um pouco alterado e de certa forma acabou me intimidando, então desisti de prosseguir na conversa”, relata em outro trecho do depoimento.
 
Por várias vezes, o escritório de Paulo Taques (Zamar Taques Advogados Associados) afirmou nunca ter prestado serviços à empresa EIG Mercados ou sua antecessora FDL Serviços e que jamais receberam procuração ou substabelecimento para que assim o procedessem.
 
Paulo Taques ainda acrescentou que chegou a receber o empresário Roque Anildo Reinheimer, mas ele começou a dizer várias coisa em tom de ameaça. "Diante disso, Paulo solicitou imediatamente a presença de delegados de polícia, e quando estes adentraram ao gabinete informou-lhes o ocorrido, sendo a reunião encerrada e o Senhor Roque levado para prestar esclarecimentos", diz trecho da nota emitida à época.
 
Operação Bônus
 
O ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques e o deputado estadual Mauro Savi (DEM) foram presos em ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.
 
A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.
 
A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.
 
Bereré
 
A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.
 
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (DEM). O ex-deputado federal Pedro Henry também foi alvo na ocasião.
 
O governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
 
Confira abaixo os alvos da ‘Operação Bônus’:
 
Mauro Savi (deputado estadual)
Paulo César Zamar Taques (ex-chefe da Casa Civil)
Roque Anildo Reinheimer
Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”
Valter José Kobori (empresário)
Pedro Jorge Zamar Taques (advogado)
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet