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OPERAÇÃO BERERÉ

Botelho se apresenta ao Gaeco para interrogatório: 'oportunidade de se defender', define promotor

14 Mai 2018 - 10:24

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Eduardo Botelho

Eduardo Botelho

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM), está sendo interrogado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta segunda-feira (14). O parlamentar é um dos alvos da “Operação Bereré”, que investiga suposto esquema de corrupção que teria desviado pelo menos R$ 30 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso.

À imprensa, o chefe do órgão investigador do Ministério Público Estadual (MPE), Marcos Bulhões, resumiu o rito de hoje como a oportunidade do deputado se defender.

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“O interrogatório é o momento que a pessoa tem para apresentar sua versão e se defender. Qualquer coisa a respeito do que está sendo apurado vai ser dada a publicidade no momento oportuno”, resumiu Marcos Bulhões ao entrar na sede do Gaeco, nesta manhã (14).

Eduardo Botelho chegou à sede do MPE por volta das 10h. Acompanhado de seu advogado, ele negou declarações à imprensa, dizendo que só iria se manifestar ao final da oitiva.
 
Botelho também foi alvo da operação, mas o desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça do Estado (TJMT), negou seu pedido de afastamento da AL, feito pelo Ministério Público. Questionado na ocasião da deflagração da “Operação Bônus”, na última semana, o presidente da Assembleia garantiu não ter nada a temer e disse que todo o seu patrimônio está declarado. “Não tenho [temor]. Tudo meu está mais do que claro. Não fiz nenhuma ação para tentar atrapalhar e não tenho nada que possa ser escondido. Está tudo declarado”.

Vale destacar que no ano passado, dos 24 deputados em atuação, 15 são acusados de terem envolvimento em algum dos esquemas revelados no acordo de colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa, que em mais de 2 mil páginas descreve a trama que assolou os cofres do Estado.

A delação de Silval Barbosa foi homologada no dia 09 de agosto de 2017, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. Entre pagamento de “mensalinho” a deputados, compra de Mesa Diretora e outras dezenas de esquemas ilegais, Silval movimentou uma quantia vultuosa que ultrapassa a casa dos bilhões.

Operação Bônus:

O ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques e o deputado estadual Mauro Savi (DEM) foram presos em ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.

A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.

A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.

Operação Bereré:

A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.

Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho. O ex-deputado federal Pedro Henry também foi alvo na ocasião.

O governador Pedro Taques decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
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