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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Denúncia

MP afirma que Mauro Savi agia de forma sorrateira em esquema do Detran e usava AL para reuniões

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

MP afirma que Mauro Savi agia de forma sorrateira em esquema do Detran e usava AL para reuniões
O Ministério Público Estadual (MPE) apontou, na denúncia encaminhada para a Justiça, na última quarta-feira (16), que o deputado estadual, Mauro Savi (DEM), preso na ‘Operação Bônus’, agia de forma sorrateira no esquema instalado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT). Além disto, as investigações do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) apontam que reuniões sobre o esquema eram feitas no gabinete do parlamentar, dentro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

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“Extrai-se também dos autos que a atuação de Mauro Luiz Savi na organização criminosa se dá de forma sorrateira, vez que apresenta modus operandi específico em que se utiliza de pessoas interpostas para a execução de atos materiais necessários à operacionalização das atividades ilícitas da organização criminosa, detendo o pleno poder de mando e tendo suas ordens executadas por outras pessoas, mantendo, desta forma, sua concorrência para as práticas ilícitas encoberta”, diz trecho da denúncia do MP.
 
Mauro é apontado como o responsável por controlar a indicação para o cargo de presidente do Detran, mesmo sem ter prerrogativa jurídica para isto. Além disto, ele seria quem organiza, coordena e preside reuniões em seu gabinete funcional na ALMT para implementação, execução e manutenção de atividades ilícitas do grupo criminoso dentro do órgão estadual.
 
Savi, ainda conforme a denúncia, recebia a propina oriunda dos esquemas operados no Detran, “ora em espécie, ora por transações fraudulentas, por intermédio de pessoas diversificadas a fim de apagar o rastro físico ilícito do dinheiro”.
 
Denúncia
 
Sete deputados, um ex-governador e seu chefe de gabinete, um ex-deputado federal, um ex-secretário de Estado e um ex-chefe de autarquia foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso na tarde de quarta-feira (16). O grupo inclui, ainda, parentes dos gestores denunciados e empresários.
 
Da Assembleia Legislativa, foram denunciados: o presidente do Parlamento Estadual, José Eduardo Botelho e os deputados Mauro Luiz Savi, José Domingos Fraga Filho, Wilson Pereira dos Santos, José Joaquim de Souza Filho [Baiano Filho], Ondanir Bortolini [Nininho] e Romoaldo Aloisio Boraczynski Júnior.
 
Também figuram como réus o ex-governador Silval da Cunha Barbosa; o ex-deputado federal Pedro Henry; o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques; o ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes; o ex-chefe de gabinete do Poder Executivo, Sílvio Cézar Correia de Araújo
 
Operação Bônus
 
O ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques e o deputado estadual Mauro Savi (DEM) foram presos em ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.
 
A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.
 
A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.
 
Bereré
 
A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.
 
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (DEM). O ex-deputado federal Pedro Henry também foi alvo na ocasião.
 
O governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
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