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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Juiz recebe denúncia contra indígena acusada de enterrar bisneta viva e MP pede manutenção da prisão

Foto: Reprodução

Juiz recebe denúncia contra indígena acusada de enterrar bisneta viva e MP pede manutenção da prisão
O juiz de Direito Darwin de Souza Pontes, da Primeira Vara Criminal e Cível, recebeu a denúncia contra a indígena Kutsamin Kamayura, apontada como a responsável por enterrar a própria bisneta viva, no último dia 5 de maio, em Caranana (879 quilômetros de Cuiabá). Além disto, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer para que a prisão da acusada seja mantida pela Justiça.

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“Preenchidos os requisitos legais (artigo 41 do CPP), recebo a denúncia, na forma em que foi posta em Juízo”, diz trecho da decisão, datada do dia 12 de junho deste ano. O magistrado ainda determinou a “comunicação do recebimento da denúncia ou da queixa-crime ao Distribuidor, ao Instituto de Identificação e, sendo o caso, à delegacia de polícia de onde se originou o inquérito”.
 
Além disto, o Ministério Público Estadual (MPE) deu parecer favorável a manutenção da prisão preventiva da acusada, “em razão da permanência do quadro fático que deu ensejo à decretação da segregação cautelar”.
 
No último dia 11 de junho deste ano, o magistrado determinou que a indígena fosse transferida para a Fundação Nacional do Índio (Funai) do Distrito de Canarana, onde permanece em prisão cautelar. Ela terá que ficar isolada de outras pessoas e não poderá sair. Foram permitidas as visitas, desde que semanais, de seus parentes.
 
Depoimento da mãe
 
A adolescente indígena de 15 anos, Maialla Paluni Kamayura Trumai, mãe da bebê Analu Paluni Kamayura Trumai, que foi enterrada viva pela bisavó no último dia 5 de maio, afirmou ao delegado Deuel Paixão de Santana, que investiga o caso, que tem desejo em ficar com a filha. A Polícia Civil afirmou que a garota não sabia das intenções de sua mãe e avó e que sempre quis a criança.
 
Ela disse também que manteve relacionamento com o pai de Analu escondida dos pais, mas que ele já se casou com outra moça indígena. O pai da criança ainda deve ser interrogado.
 
O caso
 
Na terça-feira (05), a Polícia Civil foi informada de um feto/recém nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.
 
Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebêfoi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.
 
A bisavó da bebê, , Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.
 
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.
 
Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos. Ela foi presa após uma ordem judicial.
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