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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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CRIME DE 2016

Policial Civil que matou filha de dentista obtém habeas corpus

Policial Civil que matou filha de dentista obtém habeas corpus
O desembargador Luiz Ferreira da Silva do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, deferiu liminar concedendo habeas corpus ao escrivão de Polícia Civil, Weider Chamos de Arruda, de 33 anos, apontado como responsável pelo assassinato da adolescente Rurye Perossi Yusseff, 16 anos, em setembro de 2016 em Sinop (a 483 km de Cuiabá). O Tribunal, no entanto, não deu mais informações, já que o caso segue em segredo de Justiça. O escrivão havia sido preso no dia 26 de maio.
 
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A assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso confirmou que foi deferida a liminar que concede habeas corpus a Weider, porém não informaram a data nem a alegação da defesa para o pedido.
 
O escrivão e seu primo W.T (que não é policial civil), tiveram seus mandados de prisão preventiva, cumpridos no dia 26 de maio, em decorrência das investigações presididas pela Corregedoria da Polícia Judiciária Civil, que reuniu elementos probatórios contra os suspeitos, em diligências realizadas na cidade de Sinop desde setembro de 2017.
 
Nesta época o caso foi encaminhado pela Delegacia de Sinop (que já vinha investigando a morte) à Diretoria Geral que repassou à Corregedoria Geral, por se tratar de suspeita envolvendo policial.
 
As investigações apontaram que Rurye não era alvo do atirador e a motivação do crime estaria relacionada ao desentendimento entre o escrivão de polícia e outro rapaz, ocorrido momentos antes do crime, no mesmo evento - um ponto de encontro de jovens conhecido por Beco, perto de uma faculdade .
 
Após a discussão, o escrivão e seu primo saíram do local, mas retornaram depois. O escrivão, por se encontrar em estado de embriaguez, e querendo se vingar ou intimidar o grupo do rapaz com quem se desentendeu, realizou disparos e um dos tiros atingiu a jovem Rurye.
 
A mãe de Rurye, a veterinária Cristiane Perossi, se manifestou por meio das redes sociais, indignada com o fato. Na postagem a mãe da jovem diz que a alegação para o deferimento foi que “já faz muito tempo que aconteceu o crime”. Ao final ela ainda diz que irá procurar a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
 
“O policial que matou minha filha Rurye Perossi, Weider Chamos de Arruda, recebeu um Habeas Corpus assinado pelo desembargador Exmo. Dr. Luiz Ferreira da Silva do Tribunal de Justiça de Cuiabá MT. Alegação para tal habeas corpus é que já faz muito tempo que aconteceu o crime. Entendi com essa decisão do desembargador que se qualquer cidadão que cometer um assassinato e não for preso no prazo de um ano e meio, estará perdoado, livre. Se as leis brasileiras não tiverem competência para manter presos assassinos e para fazer com que esses monstros cumpram pena pelos crimes que cometeram, o Brasil vai responder por isso na Corte Interamericana de Direitos Humanos”, disse Cristiane em sua postagem.
 
O caso
 
De acordo com informações da Polícia, a garota estava conversando com um grupo de amigos  no bairro Recanto Suíço quando três homens pararam num carro branco, um Gol,  e efetuaram vários disparos.
 
A jovem foi atingida por dois tiros no pescoço e não resistiu aos ferimentos. Uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) chegou a ser acionada, mas ao chegar ao local constatou o óbito da jovem.
 
A menina era filha do dentista Reda Mohamed Yussef, um libanês naturalizado brasileiro, que morreu em 2012, vítima de um aneurisma cerebral. À época de sua morte as suspeitas eram de que as motivações para o crime seriam a herança do homem ou ciúmes. Ela foi assassinada a tiros na madrugada de um sábado, 17 de setembro, enquanto conversava com um grupo de amigos na porta de casa, no bairro Recanto Suíço.
 
As duas possibilidades, no entanto, nunca foram confirmadas por Carlos Eduardo, que, na ocasião, explicou não poder informar os rumos da apuração, para não prejudicar o andamento dos trabalhos.
 
O caso ganhou repercussão nacional em uma matéria transmitida pelo programa Cidade Alerta, da TV Record, apresentado por Marcelo Rezende.  A narrativa mostra que Rurye havia se mudado de São Carlos, no interior de São Paulo, Sinop pouco mais de nove meses antes do crime.
 
Em maio de 2017 Cristiane fez uma postagem em seu perfil no Facebook pedindo que denunciassem quem seria o autor do assassinato de sua filha. Por causa disso, ela começou a receber várias mensagens de pessoas afirmando que o responsável seria um policial civil. Depois disso as investigações pareceram avançar.
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