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Empresário acusado de receber R$ 6 milhões na Bereré é solto pelo STF

27 Jul 2018 - 14:32

Da Redação - Wesley Santiago/Paulo Victor Fanaia

Foto: Reprodução

Empresário acusado de receber R$ 6 milhões na Bereré é solto pelo STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu soltar o empresário Valter José Kobori, sócio da empresa JK Desenvolvimento Humano e Treinamento Gerencial, acusado de receber mais de R$ 6 milhões do esquema criminoso que estava instalado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Ele estava preso há cerca de 80 dias por conta da "Operação Bereré", batizada de "Bônus".

A decisão foi publicada na tarde desta sexta-feira (27).

Conforme as investigações do Ministério Público Estadual, Kobori recebeu, através de empresas de sua propriedade e com as quais tem ligação, R$ 6.389.577. Além disto, também foi comprovado que o empresário é membro do Conselho Administrativo da empresa Canal da Peça e sócio estrategista da empresa JK Capital Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda.
 
Foi através delas que o empresário teria recebido mais de R$ 6 milhões em pequenas transações, que teriam ocorrido entre 2011 e 2016. Todo o montante era repassado pela empresa EIG Mercados, antiga FDL Serviços.
 
Mercedes blindada
 
O empresário Valter José Kobori afirmou ter recebido ameaças de morte após cessar o pagamento de propinas com a Santos Treinamentos, empresa que também fazia parte do esquema. Por conta do fato, exigiu a compra de uma Mercedes blindada, já que temia ser morto pelos integrantes do grupo que a representava.
 
Em um dos interrogatórios, consta que “após cessar os pagamentos das propinas com a Santos, Kobori alegava que estava sendo ameaçado por Roque Anildo Reinheimer, tendo Kobori pedido para a empresa comprar uma Mercedes (E 250) blindada, alegação confirmada por José Henrique Ferreira Gonçalves, que afirmou que Valter Kobori lhe relatava sofrer ameaças do grupo que representava a empresa Santos Treinamentos”, diz trecho da decisão.
 
Kobori exigiu a compra do carro, pois tinha “medo de sua integridade física”. A afirmação feita em depoimento está respaldada na nota fiscal da compra do veículo mencionado, que foi juntada no inquérito.
 
Operação Bônus
 
O ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques e o deputado estadual, Mauro Savi (DEM), foram presos em uma ação conjunta do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), na segunda fase da 'Operação Bereré', deflagrada na manhã desta quarta-feira (09). Além deles, outras quatro pessoas também tiveram mandados de prisão.
 
A segunda fase da 'Operação Bereré' foi batizada de 'Bônus'. Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF). As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira.
 
A 'Operação Bônus' é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.
 
Bereré
 
A ‘Bereré’ é desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.
 
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (DEM). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (DEM), é outro investigado.
 
O governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.

Atualizada às 14h57.
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