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DADOS ALARMANTES

Em Mato Grosso, há 25 membros de facções criminosas para cada agente da PF

15 Ago 2018 - 15:00

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Coletiva da PF nesta manhã (15)

Coletiva da PF nesta manhã (15)

Em Mato Grosso, há cerca de 25 membros do Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) para cada agente da Polícia Federal (PF) no Estado. Estes são os alarmantes dados apresentados pelo órgão na manhã desta quarta-feira (15).

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A instituição apresentou seu quadro geral durante coletiva conduzida pelo Superintendente da PF em Mato Grosso, Áderson Vieira Leite, por Sérgio Sadao Mori, Delegado Regional-Executivo e Ricardo Ruiz Silva, Delegado de Investigação e Combate ao Crime Organizado.

Segundo os agentes, a Polícia Federal conta hoje com apenas 300 membros, distribuídos entre Superintendência de Cuiabá e delegacias de Barra do Garças, Sinop, Rondonópolis e Cáceres. O número é irrisório ante o desafio de enfrentar duas potências emergentes no mundo do crime organizado: CV e PCC. 

Já eles...

O Comando Vermelho possui nada menos que sete mil membros identificados em Mato Grosso, entre presos e soltos, revela Ricardo Ruiz Silva, com base em dados levantados pela PF e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humnanos (Sejudh). O PCC, principal concorrente do 'Comando', possui cerca de 400 e 500 em MT até o momento. Hoje, os números podem ser maiores.

“Há cerca de dois meses, o que se falava era em mais de sete mil integrantes do CV. As informações exatas estão dentro da Sejudh, eles têm um mapeamento muito bom disso. Nós, da Polícia Federal, iniciamos um trabalho há apenas dois meses, com relação às facções, um trabalho específico que fizemos”.

 
Comparando o número de membros de facções e de agentes da PF, é inevitável admitir, "nós somos a minoria", afirmou o superintendente Áderson Vieira Leite. 

Salve Geral: 

Confome os delegados, o maior desafio da PF hoje é conduzir investigações que permitam prever e previnir a explosão dos chamados "salves", política de ataques sequenciais com objetivos específicos (como libertação de presos e negociação de transferências em presídios). 

O mais duro deles, até hoje, não pôde ser evitado. No dia 10 de junho de 2016, no período noturno, Reginaldo Aparecido Moreira - um dos líderes da facção – determinou que os membros CV provocassem uma série de incêndios em ônibus de transporte público na região metropolitana de Cuiabá. A ordem foi acatada e trouxe pânico à população.

Guerras:

Outro grande receio da PF são as chamadas "guerras de facções", com destaque para CV e PCC, cujo enfrentamento e disputa por mercado de drogas e armas chega ao ápice, com ordens de assassinato. A faísca já foi acesa: "Dias atrás houve um homicídio de uma integrante do CV por um membro do PCC. Foi feita a prisão deste membro, inclusive com participação da força tarefa na investigação e há sim este receio. Estamos trazendo informações de outros Estados", avaliou a PF.  

Investir é necessário:

Apesar do cenário crítico, a perspectiva de investimento em recursos humanos para a Polícia Federal é mínima, lamenta o superintendente. "Temos observado as crises fiscais e os impedimentos de ampliação da maquina. São fatores de desestabilização. Diria que essa junção (necessária) das forças (PJC, PM e PF) passa por isso, a dificuldade do reconhecimento de que não há como atuarmos sendo minoria, não tendo perspectiva de uma ampliação significativa, isso é pacífico e falado pelo Ministério do Planejamento, eles querem fazer movimentações de servidores de um órgão para outro, mas o 'cobertor' de todos é muito curto. Chega uma hora que devemos pensar: 'se não nos juntarmos e não buscarmos caminhar de forma conjunta, a guerra estará perdida'". 

 
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