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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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CRIME DE 2011

Após sete anos, juiz condena bando que fazia “saidinha de banco” a 44 anos de prisão

Foto: TJ-MT

Juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues

Juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues

O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara Especializada Contra O Crime Organizado, condenou no último dia 19 de julho, cinco membros de uma quadrilha especializada em roubos da modalidade “saidinha de banco”, que foram presos pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) durante a “Operação Sétimo Mandamento” em 2011, em Mato Grosso. A pena de todos eles somada ultrapassa 44 anos de prisão.
 
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A Operação Sétimo Mandamento foi deflagrada no dia 14 de dezembro de 2011, com o cumprimento, pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), de 44 mandados de prisão preventiva, 28 mandados de busca e apreensão residenciais, além da busca e apreensão de 30 veículos na região metropolitana de Cuiabá.

O objetivo da operação foi desmantelar uma quadrilha especializada em prática de roubos na modalidade ‘saidinha de banco’ e assalto a residências e estabelecimentos comerciais.

O julgamento de cinco acusados aconteceu apenas no último dia 19 de julho deste ano. O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues condenou: Tamires Fernanda de Arruda a oito anos e quatro meses em regime fechado; Eduardo Ortt Barbosa a nove anos e quatro meses em regime fechado; Edilson Campos Francisco, de alcunha “Buchinha, também a nove anos e quatro meses em regime fechado; José Augusto de Figueiredo Ferreira, de alcunha “Sapo”, a oito anos e cinco meses em regime fechado; e Leandro Borges Soares, de codinome “Draga”, a nove anos e quatro meses em regime fechado.

Os cinco também foram multados em 20 dias-multa, com o valor fixado do dia-multa em um trigésimo do salário mínimo, além de terem que arcar com as custas e despesas processuais. A pena de todos eles somada ultrapassa 44 anos de prisão.
 
O esquema
 
A quadrilha se dividia em quatro ramificações e cada uma delas tinha um líder, responsável por montar a equipe que executaria o assalto. De acordo com as investigações, o bando era composto por "olheiro", piloto e pegador, além do homem que chefiava o grupo, que geralmente desempenhava a função de apoio.
 
O cuidado na escolha dos integrantes era feito de acordo com a especialidade de cada criminoso, que já tinha sua função pré-estabelecida dentro do bando.
 
O olheiro se responsabilizava por encontrar a vítima. Ele se postava dentro da agência bancária ou próximo a um terminal de saque. Os alvos eram sempre pessoas que realizavam saques acima de R$ 2 mil. Este personagem era escolhido pelo líder com muito cuidado, diante da importância que a quadrilha dava à sua função.
 
As investigações do Gaeco mostraram que a vítima era acompanhada por quase todos do bando, especialmente pelo ‘piloto’, que a seguia de moto, juntamente com o ‘apoio’. Eles se incumbiam da perseguição e davam suporte ao criminoso cuja 'função' era enquadrar a vítima. Na maioria das vezes eles utilizam veículos com placas frias ou clonadas, dificultando assim a identificação por testemunhas ou sistema de vigilância eletrônica.
 
O pegador é o responsável por realizar o assalto. A ele cabia a tarefa de render a vítima e anunciar o assalto, mediante a utilização de arma de fogo. Após o roubo, esse criminoso era resgatado pelo ‘piloto’ e, depois de afastar do local a uma distância segura, embarcava em um automóvel, que servia de apoio, em uma operação de despiste que dificultava a abordagem policial. De acordo com o MPE, a atribuição de ‘pegador’ era a mais disputada entre os criminosos e também a mais arriscada.
 
O ‘apoio’ era a função desempenhada normalmente pelo líder da equipe. Responsável por permanecer à uma distância de alguns metros do local do assalto, ele realizava o monitoramento da vítima e dava suporte ao executor que, após praticar o crime, embarcava no veículo de apoio com a arma utilizada na ação e com os bens roubados, como dinheiro, bolsa, entre outros. Era o próprio 'apoio' quem escolhia o melhor local para dividir o produto do roubo ou guardá-lo.
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