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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Novela mexicana

Selma contesta na Justiça documento assinado por Galli que dá a ela somente 7 segundos de propaganda

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Selma contesta na Justiça documento assinado por Galli que dá a ela somente 7 segundos de propaganda
A juíza aposentada Selma Arruda (PSL), candidata ao Senado, ingressou com ação na Justiça contra a coligação ‘Segue em Frente Mato Grosso’, da qual ela – no âmbito da Justiça Eleitoral – faz parte, contestando um documento que destina a ela somente 7 segundos para fazer propaganda na TV e no rádio. Há duas semanas Selma anunciou “independência” do grupo, encabeçado por Pedro Taques (PSDB), justamente por conta da celeuma em torno da distribuição do tempo de propaganda. O documento contestado foi assinado por Victório Galli, presidente do PSL em Mato Grosso, durante reunião realizada na última quinta-feira (06).

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“Em retaliação ao fato de eu ter saído independente foi feita uma reunião da coligação e resolveram me deixar com 7 segundos, isso na semana passada. Segundo o Victorio Galli ele não concordou com isso, mas teria assinado. O advogado alegou isso [Diogo Sachs] e o juiz convocou as outras partes a se manifestar”, explicou Selma Arruda, ao Olhar Jurídico.

Conforme apurou a reportagem, na semana passada, após uma sequência de manifestações públicas de Selma Arruda nas quais ela chama Taques e Nilson Leitão (PSDB) de “corruptos”, a coligação ‘Segue em Frente Mato Grosso’ convocou um a reunião em que os presidentes dos partidos que a compõem decidiram dar a ela somente 7 segundos de tempo para fazer propaganda na TV e no rádio.

No mês passado, Selma ameaçou entrar na Justiça para garantir metade do tempo de propaganda eleitoral aos qual toda a coligação tinha direito – 1 minuto e 39 segundos. Ela acusou Nilson Leitão de tentar lhe dar uma “rasteira”.

Uma reunião chegou a ser convocada para contornar a crise, mas não resolveu o problema. Todos os partidos da chapa entenderam que Leitão devia ficar com o tempo integral do PSDB e Selma com o tempo do PSL. O restante do tempo da coligação ficaria dividido entre os dois candidatos, o que deixaria a juíza aposentada com 32 segundos e Leitão com 1 minuto e 7 segundos.

Os tucanos acusaram Selma de não comparecer ao encontro, realizado no dia 29 de agosto, e a candidata afirmou que a reunião era para dirigentes partidários e não para os candidatos. Dois dias após a referida reunião, a juíza aposentada anunciou em coletiva de imprensa que iria manter sua candidatura, mas que não tocaria mais a campanha ao lado de Taques e Leitão.

Além da briga pelo tempo de TV, Selma afirmou que estaria declarando “independência” dos tucanos em razão das delações de Alan Malouf e Permínio Pinto, homologadas pelo Supremo Tribunal Federal. Tanto Malouf quanto Permínio Pinto afirmam em suas delações que Pedro Taques tinha total conhecimento do esquema. O ex-secretário de Educação teria, ainda, entregue mensagens de WhatsApp aos investigadores, em que o governador aparece pedindo para que ele facilitasse licitações, com o objetivo de beneficiar os seus credores.

Parecer da Justiça

Na última quarta-feira (05), o juiz auxiliar da propaganda Paulo Cézar Alves Sodré determinou que a coligação concedesse a Selma os 32 segundos de propaganda, até que houvesse acordo formal por parte da coligação ou uma próxima decisão.

Um dia após o parecer, a coligação se reuniu e revogou a definição do dia 29 de agosto, que dava a Selma metade do tempo de todos os partidos – com exceção do PSDB. Com isto, até que a Justiça se manifeste novamente, a candidata volta a ter somente 7 segundos de propaganda.

Outro lado

O deputado federal Victório Galli afirmou à reportagem que, embora concorde que Selma deveria ter direito a metade do tempo de propaganda do grupo, a decisão de destinar a ela somente 7 segundos foi tomada de comum acordo entre todos os componentes da coligação.

Além disso, Galli criticou a postura da candidata. “A reunião foi convocada pelo Paulo Borges e, nessa reunião, a maioria resolveu retirar o tempo dela porque ela estava atacando os membros da própria coligação. Eu assinei a ata porque eu estava presente, concordando ou não. Mas a minha opinião é de que ela não deve atacar o pessoal, porque assim ela ataca a nós todos e prejudica até a nossa equipe”.
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