Olhar Jurídico

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Criminal

Operação Polygunum

Esquema de fraudes em cadastros ambientais rurais na Sema causou dano de R$ 143 milhões

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Esquema de fraudes em cadastros ambientais rurais na Sema causou dano de R$ 143 milhões
O esquema de fraudes em Cadastros Rurais Ambientais (CAR) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), praticado por um grupo composto pelo ex-superintendente da Sema, João Dias Filho, pelas engenheiras Patrícia Moraes Ferreira e Valdicléia Santos da Luz, e Luana Ribeiro Gasparotto, teria causado dano ambiental de R$ 143.645.529,44. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) a atuação do bando resultou no desmatamento de mais de 5.500 hectares de áreas nas propriedades rurais.
 
Leia mais:
Engenheira envolvida em esquema de fraudes na Sema firma colaboração premiada
 
O esquema é investigado na Operação Polygunum, deflagrada pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) em agosto deste ano.

João Dias Filho, Luana Ribeiro Gasparotto, Patrícia Moraes Ferreira, Valdicléia Santos da Luz, com as empresas Proflora Engenharia e Consultoria Ambiental e Temática Engenharia Florestal Ltda., se associaram com a finalidade de “legitimar polígonos de desmatamentos criminosos em áreas não consolidadas e, com o uso de meios fraudulentos, ampliar áreas para uso alternativo do solo”.

A empresa Temática Engenharia Florestal Ltda. é de propriedade de João Dias. Quando ele assumiu a superintendência da Sema, em janeiro deste ano, Valdicléia passou a se apresentar publicamente como a responsável técnica.

Luana integrou com sua empresa Proflora para dissimular a participação da empresa temática. Assim, na Sema João Dias passou a patrocinar interesses privados, patrocinados pelas empresas temática e pro Flora, para a prática de crimes ambientais.

Patrícia foi chamada por Luana para integrar o bando, embora essa não tivesse pleno conhecimento da associação criminosa existente, atuando como se fosse uma free lancer nas práticas delituosas.

Conforme consta na denúncia, “a quadrilha passou a atuar com o objetivo de fraudar os seguintes Cadastros Ambientais Rurais: - CAR MT79229/2017 – Fazenda Santa Luzia I, - CAR MT104468/2017 – Fazenda Eduarda, - CAR MT104469/2017 – Fazenda Conquista, - CAR MT109680/2017 – Fazenda Maria Fernanda I, - CAR MT109681/2017 – Fazenda Maria Fernanda II, - CAR MT109683/2017 – Fazenda Santiago I, - CAR MT109687/2017 – Fazenda Santiago II, e CAR MT132454/2017 – Fazenda Santa Lusia II”.

A atuação do bando resultou no desmatamento de 3.126,2217 hectares de Áreas de Reserva Legal e 2.420,0655 hectares de Áreas fora de ARL nas propriedades rurais indicadas nessa denúncia. Além disso, o valor do dano ambiental é de R$ 143.645.529,44.
 
“Diante da narrativa fática e das provas que acompanham essa denúncia, é possível se concluir que os imputados, juntamente com outras pessoas se associaram para o fim de cometer crimes contra o meio ambiente, inclusive constituindo organização criminosa, constando JOÃO DIAS FILHO como aquele que exerce o comando, inclusive valendo-se de sua condição de funcionário público para a prática dos delitos”, relata o Ministério Público.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet