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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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ALEGAÇÕES FINAIS

Promotor compara esquema da “Grampolândia” a seriados “House of Cards” e “O Mecanismo”

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Promotor compara esquema da “Grampolândia” a seriados “House of Cards” e “O Mecanismo”
O promotor Allan Sidney do Ó Souza, da 11ª Vara Criminal da Capital de Mato Grosso, nas alegações finais apresentadas pelo Ministério Público sobre o esquema de interceptações ilegais de telefone, comparou a “Grampolândia Pantaneira” aos seriados da Netflix, “House of Cards” e “O Mecanismo”. Foi requerida a condenação dos policiais militares envolvidos no esquema, coronel Zaqueu Barbosa, cabo Gerson Correa e coronel Evandro Lesco.
 
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No documento de 91 páginas o promotor narra todo o esquema da “Grampolândia Pantaneira”, desde sua criação, como também sua operação e objetivos. Oficiais da Polícia Militar faziam a interceptação de políticos, jornalistas, entre outras pessoas, por meio do esquema de barriga de aluguel.

Após fazer todos os apontamentos sobre o esquema, o promotor o compara aos seriados da plataforma de streaming Netflix, “House of Cards” e “O Mecanismo”. As duas produções tratam de política e corrupção.

O seriado “House of Cards” acompanha a carreira de um político dos Estados Unidos que faz uso de várias táticas, inclusive ilegais, para chegar e se manter no poder. Já “O Mecanismo” é uma séria baseada na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que já teve como desdobramento, inclusive, a prisão do ex-presidente Lula.

“Assim, chega-se ao fim da análise dos fatos execráveis da intitulada “Grampolândia Pantaneira”, dignos de tramas como “House of Cards” e “O Mecanismo”, o que seria cômico, se não fosse trágico, por infelizmente atingir em cheio a credibilidade da augusta instituição Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, motivo pelo qual, reforça-se a necessidade de uma reprimenda adequada, principalmente em tempos nefastos, em que se esfacela aos poucos a respeitabilidade das instituições públicas”, disse o promotor.
 
Histórico:
 
O esquema veio à tona no ano passado quando, após entrevistas realizadas pela equipe de reportagem do Fantástico, o Governo do Estado concedeu entrevista coletiva para falar sobre as denúncias apresentadas pelo ex-secretário de Segurança Pública, o promotor de Justiça Mauro Zaque.
 
As denúncias davam conta de que o esquema ocorria por meio da inclusão de números telefônicos alheios às investigações nos relatórios de escutas que eram realizadas pela Polícia Militar. Em Mato Grosso foram instaurados, no âmbito da Justiça Estadual, pelo menos seis inquéritos para apurar os crimes.
 
No entanto, diante da possibilidade de envolvimento do governador Pedro Taques no esquema, as investigações foram avocadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramitava desde maio do ano passado na forma de sindicância.
 
Desde que foi transformada em inquérito no STJ – faltando menos de 24 horas para o encerramento da fase de investigação em Mato Grosso – a tramitação ocorre sob segredo de Justiça.
 
Diante da situação, tendo em vista a amplitude do esquema denunciado, no qual teriam sido grampeados advogados, jornalistas, servidores públicos, médico, coveiro e políticos, e que não se sabe até o momento quantas e quais pessoas tiveram seus direitos violados, a OAB-MT vem cobrando, desde o ano passado, celeridade e transparência ao relator do inquérito no STJ, o ministro Mauro Campbell.
 
Outro lado:                                                                       
 
O Governo do Estado informa que o governador Pedro Taques determinou a apuração de todos os fatos relacionados às supostas escutas telefônicas clandestinas assim que a denúncia chegou ao conhecimento dele, em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações.
 
O Governo do Estado ressalta ainda que o governador Pedro Taques solicitou ao Superior Tribunal de Justiça que ele próprio fosse investigado neste caso para comprovar, perante a Justiça, que não teve qualquer envolvimento nos fatos narrados por terceiros.
 
Já a assessoria de imprensa do ex-secretário Paulo Taques afirma que a defesa nega as acusações e que se pronunciará nos autos do processo.
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