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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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TENTATIVA DE HOMICÍDIO

​Bisavó denunciada por enterrar bebê indígena viva fica em silêncio em audiência que durou 10 horas

Foto: Reprodução

​Bisavó denunciada por enterrar bebê indígena viva fica em silêncio em audiência que durou 10 horas
Kutsamim Kamayura, denunciada por tentativa de homicídio contra sua bisneta Analu Paluni Kamayura Trumai, ao enterrá-la viva em maio imediatamente após seu nascimento, em Canarana (a 879 km de Cuiabá), permaneceu em silêncio durante seu interrogatório na última terça-feira (16). Simultaneamente ocorria a audiência da avó de Analu, Tapoalu Kamayura, denunciada pelo mesmo caso. As audiências duraram cerca de 10 horas.
 
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As audiências de instrução de Kutsamim e Tapoalu ocorreram simultaneamente na tarde da última terça-feira (16) no Fórum da Comarca de Canarana. De acordo com o juiz Darwin de Souza Pontes, foi uma audiência bastante demorada e agitada. Começou às 12h e terminou às 22h e foram ouvidas 19 testemunhas.

No interrogatório de Kutsamin Kamayura, defesa e acusação quiseram saber se o fato teria relação com a cultura da etnia. A ré, no entanto, permaneceu em silencio. Já na audiência de Tapoalu, algumas testemunhas de acusação não puderam comparecer e serão ouvidas em uma nova audiência, marcada para 26 de novembro.

Após os interrogatórios, as próximas etapas são apresentação dos memoriais e proferimento da sentença. Ocorre que, nos dois processos, os memoriais (argumentos finais de ambas as partes) serão apresentados somente após a oitiva das testemunhas que ainda faltam.

Ou seja, mesmo que no caso de Kutsamim já tenha terminado a fase de instrução, o juiz Darwin de Souza Pontes entendeu que as testemunhas que serão ouvidas nos autos do caso de Tapoalu poderão fornecer informações importantes para os dois casos. Assim, determinou que o prazo para memoriais e sentença conte junto para os dois processos.
 
O caso
 
Na terça-feira, 5 de maio, a Polícia Civil foi informada de um feto/recém nascido que teria sido enterrado em uma residência, e deslocou para o endereço (rua Paraná) em conjunto com a Polícia Militar.
 
Ao iniciar escavação em busca do corpo, os policiais ouviram o choro do bebê e constaram que a criança estava viva. A bebê, agora identificada pelo Ministério Público como Analu Paluni Kamayura Trumai, foi socorrida e encaminhada para socorro médico imediato.
 
A bisavó da bebê, , Kutsamin Kamayura, 57, foi presa na manhã de quarta-feira (06) e na ocasião, alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.
 
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil com oitivas de testemunhas envolvidas no caso, apurou a conduta e participação da avó da vítima, a indígena Tapoalu Kamayura, 33.
 
Ela tinha conhecimento da gravidez da filha de 15 anos, em razão da adolescente ser solteira e o pai da criança já ter casado com outra indígena. Durante todo período gestacional também ministrou chás abortivos para interromper a gravidez, segundo os depoimentos colhidos.
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