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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Campanha de 2014

Delator aponta que marketing de Taques teria recebido R$ 2 milhões em ‘Caixa 2’

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Sigilo da delação de Malouf foi derrubado no STF

Sigilo da delação de Malouf foi derrubado no STF

A delação do empresário Alan Ayoub Malouf, que teve o sigilo suspenso nesta sexta-feira (19), pelo ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STF), Marco Aurélio, aponta que os marqueteiros da campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, receberam R$ 2 milhões provenientes de ‘Caixa 2’.

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Os empresários simpatizantes (Marcelo Maluf, Fernando Minosso, Juliano Bortoloto, Erivelton Gasques e Júlio Modesto) teriam ficado responsáveis por fazer o pagamento de dívidas milionárias da campanha. O montante teria sido pago através de ‘Caixa 2’.


 
Entre os que receberam dinheiro proveniente do esquema seriam: Antero Paes de Barros, R$ 700 mil, FCS R$ 600 mil, Casa D’ideias R$ 500 mil e Vetor Pesquisas R$ 200 mil.
 
Alan Malouf ainda explicou o mecanismo adotado pelo grupo de empresários para pagar R$ 700 mil a Antero, entre novembro e dezembro de 2014, mediante contrato de mútuo com Claudio Ferreira da Silva (amigo próximo de Julio Modesto), que emitiu os cheques para o pagamento de Antero.
 
A situação também foi vista em relação ao pagamento a Vetor Pesquisas (na pessoa de Miriam, ou de Eduardo, pago diretamente pelo colaborador, em cheques emitidos por Claudio) e a empresa de publicidade FCS (que recebeu em cheques de Claudio). No caso de Antero, quem teria recebido os valores, foi seu filho Ranulfo Paes Barros.

Consta ainda na delação um contrato de mútuo, em que Claudio Pereira da Silva teria emprestado R$ 1.350.000,00 para o colaborador, com juros mensais de 1,8%. (veja o documento na galeria

A denúncia
 

Em 19 de abril de 2018, foi homologado o acordo de delação premiada, firmado entre o Ministério Público Federal e Alan Ayoud Malouf, com a finalidade de obter elementos de prova contra os investigados na Operação Rêmora, conduzida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso.

No requerimento de homologação do acordo, o Ministério Público Federal esclareceu que o relator revelou dados de um esquema de arrecadação de verbas, captadas mediante a doação de empresários, e a formação de chamado caixa dois, destinadas à campanha eleitoral de Pedro Taques ao Governo do Estado de Mato Grosso, em 2014.

Segundo asseverou, o retorno aos doadores consistiria na celebração de contratos, regulares ou não, com o Estado de Mato Grosso. O MPF também destacou a existência de vinte cadernos anexados ao acordo de colaboração premiada, nos quais está descrita a interlocução do delator com o governador e outras autoridades que detêm a prerrogativa de serem processadas no Superior e no Supremo, entre elas o deputado federal Nilson Leitão.
 
Malouf ainda apontou um esquema de desvio de recursos públicos, por meio de fraudes a licitação, no âmbito da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso, durante a gestão do então secretário Permínio Pinto Filho.

Outro lado

Confira abaixo a íntegra da nota emitida pela assessoria do governador Pedro Taques:

Conforme já declarado desde 2016, o governador Pedro Taques nega a prática do chamado “Caixa 2” em sua campanha eleitoral ao Governo de Mato Grosso em 2014 e tampouco autorizou vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato. Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada “operação Rêmora” e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça.
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