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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Perri garante mesmo empenho caso retome inquérito de grampos após perda de foro de Taques

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Perri garante mesmo empenho caso retome inquérito de grampos após perda de foro de Taques
Relator do caso dos grampos ilegais enquanto o inquérito tramitava no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o desembargador Orlando Perri garantiu que continuará a conduzir o processo da mesma forma como vinha trabalhando, no caso de a investigação, hoje em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), retorne para sua relatoria.

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Em 2017, Perri foi sorteado para conduzir os procedimentos relacionados as escutas ilegais, que culminou com a prisão de membros da alta cúpula da Polícia Militar e de secretários do governo Taques.

O inquérito tramita desde maio do ano passado sob sigilo na Corte em Brasília (DF), em relação ao ex-governador Pedro Taques (PSDB), suspeito de ser o mandante do esquema de escuta que vitimou centenas de pessoas. No entanto, ao perder o foro por prerrogativa de função, o tucano deixará de ser alvo da investigação do STJ e passará a ser investigado na 7ª Vara Criminal juntamente com seus ex-secretários.

Em entrevista durante a posse do governador Mauro Mendes, o magistrado disse que já estava próximo de solucionar o caso, no momento em que ele foi para instância superior e garantiu que continuará com o mesmo empenho se ele retornar para sua relatoria.

“Vejo isso com muita tranquilidade. Não sei o que se fez no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, mas nós já estávamos bastante avançados nas investigações. Os delegados, eles me afirmaram na época que estavam prestes a solucionar estas questões dos grampos. Houve esta ordem superior, as investigações foram avocadas e nós não sabemos em que Estado elas se encontram. Mas se retornarem para minha relatoria eu darei a mesma condução que vinha dando, com muita responsabilidade e com observância dos direitos fundamentais”, afirmou.

O caso

A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.

Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.

Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
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