Olhar Jurídico

Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO SANGRIA 2

MP aponta que ex-secretário ordenou destruição de provas de fraude na saúde

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

MP aponta que ex-secretário ordenou destruição de provas de fraude na saúde
O Ministério Público de Mato Grosso apontou que as ordens para destruição de documentos relacionados aos fatos apurados na Operação Sangria II, sobre esquema de fraudes em contratos na Saúde municipal e Estadual, partiram do ex-secretário municipal de Saúde de Cuiabá, Huark Doulgas Correia e dos médicos Fábio Liberali e Luciano Ribeiro. Na denúncia o MPMT detalhou como cada um dos oito envolvidos atuou na destruição das provas.
 
Leia mais:
Juíza acata denúncia contra ex-secretário e mais sete por esquema de R$ 2,6 mi na Saúde
 
São réus do processo: o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia; Fábio Liberali Weissheimer (médico); Adriano Luiz Sousa (empresário); Kedna Iracema Fonteneli Servo; Luciano Correa Ribeiro (médico); Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
 
De acordo com a denúncia do MPMT, a destruição das provas teria começado após a divulgação de que a Comissão Parlamentar de Inquérito, instaurada na Câmara Municipal de Cuiabá, teria descoberto a existência de uma procuração dando poderes para Huark administrar a empresa Proclin, mesmo sendo Secretário Municipal de Saúde.
 
Durante as apurações o Ministério Público verificou que Huark, Fábio Liberali e Luciano Ribeiro teriam tomado ações com o objetivo de atrapalhar as investigações que já estavam em curso e também as que pudessem ser instauradas.
 
“Movidos pelo objetivo de obstruir toda e qualquer investigação, após prévio ajuste de vontades o grupo teria iniciado a execução de destruição de qualquer registro que pudessem descortinar a estrutura organizacional e as condutas criminosas dos integrantes”, cita a juíza Ana Cristina Mendes ao receber a denúncia do MPMT.
 
Foi constatado então que a resolução para a destruição das provas teria partido de Huark, Fábio Liberali e Luciano Ribeiro. Foi imputado a Fábio a garantia da execução desta ordem, sendo que ele teria ido à Proclin e determinado que Fábio Alex Taques, responsável pelo TI da empresa, apagasse os documentos digitais.
 
O empresário Adriano Luís Sousa teria ordenado que o conteúdo dos computadores e notebooks, utilizados na Proclin, fosse apagado. O MPMT constatou ainda que Adriano teria determinado a Celita, Kedna e a uma ex-funcionária, que fizessem uma varredura nos documentos físicos que tivessem o nome de Huark, ordenando que os mais importantes fossem entregues à Kedna.
 
Na deflagração da Operação Sangria II, ao ser preso, Adriano teria confessado participação no delito e esclareceu que os documentos relacionados a Huark foram picotados e entregues a Fábio Liberalli. Ele disse ainda que tomou conhecimento que arquivos foram deletados e que foram apagados e-mails, trocados aparelhos telefônicos e os HDs dos computadores utilizados por Fábio Alex e Celita.
 
O MPMT disse também que Celita também teria destruído provas referentes à Huark, conforme foi atestado pelo laudo pericial realizado no notebook dela, tendo sido localizado na lixeira uma planilha intitulada “Relação dos honorários pagos 2015”, que indicariam os pagamentos realizados à Huark.
 
Já Flávio Taques, secretário adjunto municipal de Saúde na época, teria realocado uma servidora, com a intenção, em tese, de afastá-la da sede da Secretaria já que estaria questionando a legalidade dos procedimentos adotados e ele ainda teria levado documentos para sua residência. Na casa dele a polícia encontrou vestígios de documentos queimados na churrasqueira.
 
Operação Sangria II
 
A operação, oriunda de investigação da Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), é desdobramento do cumprimento de onze mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, ocorridos no dia 4 de dezembro, para apurar irregularidades em licitações e contratos das empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o Estado.
 
Foram alvos de mandado de prisão: o ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia; Fábio Liberali Weissheimer (médico); Adriano Luiz Sousa (empresário); Kedna Iracema Fonteneli Servo; Luciano Correa Ribeiro (médico); Flávio Alexandre Taques da Silva, Fábio Alex Taques Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
 
O nome da operação “Sangria” é alusivo a uma modalidade de tratamento médico que estabelece a retirada de sangue do paciente como tratamento de doenças, que pode ser de diversas maneiras, incluindo o corte de extremidades, o uso de sanguessugas ou a flebotomia.
 
No último dia 30 de janeiro a juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso contra os oito envolvidos, levando em consideração também a tentativa deles de destruição de documentos e provas.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet