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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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GRAMPOLÂNDIA

Coronel Zaqueu também pede reinterrogatório após aprovação de pedido de PMs para serem ouvidos

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Coronel Zaqueu também pede reinterrogatório após aprovação de pedido de PMs para serem ouvidos
O coronel da Polícia Militar Zaqueu Barbosa pediu à 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar para que também seja reinterrogado sobre o caso do esquema de grampos ilegais em Mato Grosso, conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.

Na semana passada o juiz Marcos Faleiros acatou pedido de reinterrogatório do coronel da Polícia Militar Evandro Alexandre Ferraz Lesco e do cabo Gerson Corrêa no mesmo processo. O julgamento, que estava marcado para esta semana, acabou sendo adiado para agosto.
 
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O pedido do coronel Zaqueu Barbosa foi protocolizado às 14h27 desta segunda-feira (18). No mesmo dia já foi pedido vista ao Ministério Público, para que dê um parecer sobre o pedido. O coronel Evandro Lesco e o cabo Gerson Correa já haviam pedido reinterrogatório, o que foi deferido pelo juiz. Lesco havia afirmado que há “elucidações outrora não trazidas à lume” sobre o caso.
 
O magistrado agendou para os dias 16 e 17 de julho, a partir das 13h30, Fórum da Capital, a oitiva dos militares. Após os pedidos, o promotor Allan do Ó, que atua frente à Vara Militar emitiu parecer favorável ao deferimento das novas oitivas.
 
Em suas considerações, o magistrado asseverou que adotou a medida considerando “possibilidade de durante a realização de novo interrogatório serem trazidos elementos que possam trazer benefícios aos acusados, a exemplo de atenuantes e até mesmo a possibilidade de reconhecimento de delação unilateral e possível concessão de perdão judicial”.
 
O julgamento da “Grampolândia” estava marcado para os próximos dias 20, 21 e 22 de março. No entanto, com os novos reinterrogatórios o julgamento agora deve acontecer nos próximos dias 14, 15 e 16 de agosto, às 13h30.
 
O caso
 
A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.
 
Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares, “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.
 
Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado. Vários militares teriam se envolvido no esquema, sendo os coronéis da Polícia Militar Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros, além do tenente coronel Januário Antônio Edwiges Batista e o cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior.
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
Segundo a denúncia do MPE, foi Gerson quem fez à Justiça os pedidos de autorização para interceptação de números de telefones de políticos, advogados e jornalistas, grampeados no esquema.  A prática de gravação telefônica clandestina, de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida como “barriga de aluguel”. Acusado de ser o operador do esquema, o cabo Gerson, também ficou encarcerado por nove meses.
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