Olhar Jurídico

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Criminal

colaboração negada

Cabo Gerson cita nove fatos criminosos e delata promotores de Justiça

Foto: Reprodução

Cabo Gerson cita nove fatos criminosos e delata promotores de Justiça
O cabo da Policia Militar (PM) Gerson Correia Junior, envolvido no caso de interceptações ilegais conhecido como Grampolândia Pantaneira, elencou nove “fatos criminosos” em sua manifestação buscando acordo de delação premiada. Entre os fatos está suposta determinação de “barriga de aluguel” feita pelos promotores de Justiça Marco Aurélio de Castro e Samuel Frungilo.

Leia também 
MP recusa celebrar acordo de delação com cabo envolvido na Grampolândia Pantaneira

 
Gerson comunicou inicialmente sobre a criação de uma central de grampos na Polícia Militar de Mato Grosso (1º). Explanou ainda sobre como uma suposta ameaça de morte a então juíza Selma Arruda foi usada para montar escutas ilegais (2º). Comentou também sobre o uso das Operações Arqueiro e Ouro de Tolo para interceptações ilegais contra o ex-governador Silval Barbosa (3º).
 
Ainda segundo documento que o Olhar Jurídico teve acesso, Gerson Luiz Correia Junior esclareceu sobre manipulações seletivas de áudios e vídeos em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (4º).
 
Tratou também sobre suposta omissão de resultados de auditoria do Sistema Guardião (5º), sobre expedição de ordens de serviço pelos promotores do Gaeco para reunião de dados no intuito de dar regularidade ao supostos crimes (6º), falsificação de assinatura em auto circunstanciado de interceptação (7º) e possível pagamento de verba secreta ao Gaeco (8º).
 
Relativo aos promotores de Justiça Marco Aurélio de Castro e Samuel Frungilo (9º), consta que em março de 2015, logo após José Riva ter encerrado mandato como deputado estadual, foi instaurado procedimento no Gaeco para apurar crimes contra a administração pública. Na ocasião, segundo Gerson, os promotores entregaram aos agentes do Gaeco uma relação de nomes. A atual deputada e filha de José Riva, Janaina Riva, constava entre os nomes.
 
Supondo que Janaina Riva dava continuidade aos esquemas de José Riva, Marco Aurélio teria dito que era necessário realizar interceptação contra a parlamentar. Sugeriu então que o grampo fosse realizado de forma irregular, no centro clandestino da Polícia Militar.
 
Coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal, o procurador Domingos Sávio comunicou no dia 5 de julho a impossibilidade de celebrar acordo de delação premiada com o cabo da Polícia Militar.
 
Em verificação externa do discurso apresentado, o procurador Domingos Sávio constatou contradições, além de falta de provas. Ao negar a colaboração, o Ministério Público pediu que a defesa de Gerson compareça ao Naco para reaver documentos entregues.

Ação contra militares

No processo corrente na Justiça Militar e conhecido como grampolândia pantaneira, são réus os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Batista e o cabo Gerson Corrêa Júnior.

Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio de 2017 que a PM em Mato Grosso grampeou de maneira irregular uma lista com dezenas de pessoas que não eram investigadas por nenhum crime. 
 
A matéria destacou como vítimas justamente a deputada estadual Janaína Riva, além do advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes Neto, conhecido como Muvuca.

O esquema de arapongagem já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico. 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet