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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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14 pessoas teriam sido beneficiadas em suposto esquema de Riva; Confira a lista

Foto: Gazeta Digital

14 pessoas teriam sido beneficiadas em suposto esquema de Riva;  Confira a lista
A juíza Selma Rosane de Arruda, na decisão que determinou a prisão do ex-deputado José Geraldo Riva nesta quarta-feira (1º), decidiu pela condução coercitiva de 14 pessoas para esclarecer um suposto esquema de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa.

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As oitivas de tais pessoas é que poderia aclarar as circunstâncias em que o dinheiro foi repassado a cada uma delas, de modo a possibilitar a delimitação das responsabilidades de cada um. “Tais depoimentos são, portanto, indispensáveis nesse momento. De outra forma, não sendo cabível a decretação da prisão temporária, ou sendo a prisão preventiva desnecessária até agora, compreendo que é indispensável ouvir as declarações do modo mais seguro possível para a instrução”, afirmou a juíza.

“Os alvos dessa providência são as pessoas que receberam os valores que, segundo o MP, foram desviados da Assembléia Legislativa. É certo que não há indicativos de que tinham conhecimento da origem ilícita dos ativos recebidos. Todavia, devem ser ouvidos, ou na qualidade de testemunhas, ou até mesmo como coautores dos crimes em apuração, eis que é possível também a configuração de lavagem de capitais, dentre outros delitos”, justificou a juíza.

Confira os nomes e ocupações de cada pessoa conduzida coercitivamente:

1 - Anderson Flávio de Godoi – Advogado, ex-procurador da Assembleia Legislativa.

2 - Ana Paula Ferrari Aguiar – Ex-assessora técnica jurídica da Assembleia Legislativa.

3 - Rodrigo Santiago Frison - Sócio/proprietário da CANAL LIVRE COMERCIO E SERVIÇOS LTDA.

4 - Dulcineia Rufo Cavalcante Cini - Sócia/proprietária da empresa CINI & CAVALCANTE CINI LTDA.

5 - Marcelo Henrique Cini - Sócio/proprietário da empresa CINI & CAVALCANTE CINI LTDA.

6 - José Antonio Lopes - Sócio/proprietário das empresas FH COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDA e REDE SHOP COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDA — ME.

7 - Patrícia Fernanda da Silva - Sócia/proprietária da empresa FH COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDA.

8 - Renato de Abreu - Sócio/proprietário da empresa GLOBO INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA — ME.

9 - Thiago Calacá Pedroso - sócio/proprietário da empresa GLOBO INDÚSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA — ME.

10 - Claudinei Teixeira Diniz - Sócio/Proprietário da MIRAMED COMERCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA.

11 - Valquíria Marques Souza Diniz - Sócia/Proprietária da MIRAMED COMERCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA.

12 - Sidney Pereira Machado - Sócio/proprietário da REDE SHOP COMERCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDA — ME.

13 - José Aparecido dos Santos - Sócio/proprietário da UNIÃO AVÍCOLA AGROINDUSTRIAL LTDA.

14 - Marli Becker - Sócia/proprietária da UNIÃO AVÍCOLA AGROINDUSTRIAL LTDA.

A magistrada baseou-se na delação premiada do advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo, que afirmou ao Ministério Público que em 1997 passou a advogar para o Banco HSBC e também para a Seguradora da referida Instituição Bancária. A Assembleia Legislativa contratou o seguro do HSBC na década de 1990, através do então deputado José Geraldo Riva, contudo valores devidos não foram quitados.

Riva teria assinado contratos de seguro em favor dos servidores da ALMT, contudo, embora os servidores tenham sido beneficiados no período de dois anos pelo referido seguro, o valor dos prêmios mensais não foi pago à seguradora do HSBC, razão pela qual foi ajuizada ação para o recebimento do montante devido, contudo, o departamento jurídico do Banco era um pouco desorganizado, razão pela qual esse processo da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso nunca constou na relação de ações ajuizadas pela seguradora do HSBC e até hoje está em trâmite no STJ.

Segundo Mielli, a ALMT pagaria o valor cheio da dívida, que era em torno de R$ 9 milhões, e metade desse valor (aproximadamente. R$ 4,5 milhões) não seria entregue ao HSBC e nem ficaria com ele, mas sim seria depositado em contas indicadas por José Geraldo Riva. Que toda a conversa sobre a negociação e a "devolução" de 50% foi direcionada por José Geraldo Riva.

Prisões

A juíza determinou também a prisão de José Geraldo Riva, Luiz Márcio Bastos Pommot e Júlio Cesar Domingues Rodrigues.

Júlio é advogado e teria intermediado uma negociata envolvendo um débito da Assembléia Legislativa em face do Banco HSBC, relativo a uma contratação de seguros para os servidores da Casa, que não havia sido paga.

Já Pommot, na qualidade de Secretário Geral, teria agilizado o processo de pagamento e prestado a assessoria necessária para a sua tramitação, após a prévia aprovação e elaboração de parecer positivo por parte do Procurador-Geral, Anderson Flávio de Godoi.

Riva, por sua vez, seria o chefe da quadrilha, com “alto grau de periculosidade, com forte tendência para a reiteração em crimes desta natureza”.
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