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Arcanjo diz que empregava quatro mil e que sempre foi mais fácil colocar a culpa no ‘Comendador'

10 Set 2015 - 08:15

Da Reportagem Local - Patrícia Neves/ Da Redação - Lucas Bólico/ Arthur Santos

Foto: TJMT

Arcanjo diz que empregava quatro mil e que sempre foi mais  fácil colocar a culpa no ‘Comendador'
O auditório do Fórum de Cuiabá começou a lotar cedo na manhã desta quinta-feira (10) para o julgamento de João Arcanjo Ribeiro. O réu chegou por volta das 7h30 sob forte escolta da Polícia Militar, que também reforçou o esquema de segurança na entrada do prédio. Raquel Brunini, primeira pessoa a prestar depoimento, afirmou que o ex-bicheiro controlava o Judiciário e Legislativo.

Arcanjo chega a Cuiabá sob forte esquema de segurança e fica isolado por três dias para júri de homicídio 


às 21h15 -
Encerrado  o depoimento. A sessão será retomada a partir das 8h da manhã de sexta, dia 11. 

às 21h13  -
Arcanjo diz que a dívida de políticos, a exemplo de Riva, soma R$ 15 milhões em factorings.


às 21h 12 -
Ele nega ter financiado campanha política e disse que nunca subiu em palanque algum. 

às 21h09 - O
 promotor Vinicius Gahyva conversa nesse momento com o filho de Rivelino, Rafael que acompanha a sessão desde a manhã de hoje. 

às 21h02 -
Sobre os caça-níqueis, ele afirma que sabe da violência, das mortes e por isso optou por ficar somente com a exploração do jogo do bicho.

ás 21h  -
A defesa destaca todas as ações sociais que Arcanjo realizava. Ele afirma que 'isso'não é necessário. 

às 20h59 -
Aprendi com a minha mãe que tudo o que se faz se com uma mão não se mostra com a outra. 

às 20h56 -
A defesa cita a apreensão de notas promissórias em nomes de políticos, como do então presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José  Riva, e de  Humberto Bosaipo. Arcanjo responde que essa era uma prática comum e que as factorings foram legalmente constituídas. 

às 20h52 -
Ele cita que entrou no ramo de factorings e perdeu muito dinheiro, situação revertida com a contratação do administrador Nilson Teixeira. Ele cita que atuava com cinco factorings. afirma que possuia emissora de rádio, fazendas, hoteis e shooping,psicultura.  "Mas o mais forte eram as factorings, que representava 80%". Ele ratifica que só mantinha quatro mil empregos. O MPE cita que ele 'virou santo' da noite pro dia e o promotor e defesa discutem. 

às 20h45 -
“Era mais fácil jogar a culpa no comendador João Arcanjo” , diz ele. Ratifica ainda que sempre se colocava à disposição de pessoas carentes, como por exemplo, para compra de medicamentos. 'As pessoas não tinham dificuldade para falar comigo".Nega a existência de intermediários para 'agendamentos'.


às 20h37 -
A que o senhor reputa essa situação de ser um homem temido? "O que mais acontecia era meu nome ser usado sem minha autorização", disse ele a defesa . E que inclusive chegou a ser acusado do sequestro do primo do então governador Dante de Oliveira, mas nada de provou.

às 20h33-
Ele cita que todas as declarações sobre a quantidade de ouro coletada ao longo de três anos foram feitas a Receita Federal e afirma que foram mais de  420 quilos. Quanto à exploração do jogo ele cita que empregou quatro mil pessoas que tinham uma 'espécie' de complemento a renda.

às 20h30 -
Cita que foi policial por oito ou nove anos e que comprou um taxi  para arrendar. Diz que entrou no jogo do bicho após ter montado a Cuiabana (Rádio) e ficou por três ou quatro anos trabalhando com um grupo de Mato Grosso do Sul, na pessoa do jornalista Edivaldo Ribeiro, e depois passou a atuar em conjunto com a Cuiabana.  Diz que ele detinha apenas 30% e depois ampliou os negócios com dinheiro do jogo e compra e venda de ouro. 

às 20h27 -
Arcanjo é ouvido pela defesa (Paulo Fabrini), que cita que a imprensa criou um mito com uma série de matérias enfocando seu poder. Ele pede ao cliente  que ele descreva quem é.  

às 20h25 -
Ele disse desconhecer outros crimes, após setembro de 2002, com o mesmo modo de operação empregado pelos 'pistoleiros' Hércules e Célio. Ele nega.

às 20h18 - O
 MPE aponta que Rivelino seria retirado da organização, inclusive da sociedade da Mundial Games, empresa que gerenciava o esquema. Ele nega ter ciência do fato e reafirma que participou de uma reunião na Real Factoring apenas para que orientações fossem disseminadas. Negou participação, mais uma vez, na exploração dos caça-níqueis.

às 20h16 -
Nega ser diretor da JJ Diversão Eletrônica em MT, uma das marcas do Grupo JAR, conforme documentos apreendidos. Diz ainda 'doutor... escrever é fácil, mas eu quero vêr é provar que eu participava'. 

às 20h10 - 
Em 1994, ele reconhece que foi  interrogado pela PF em Mato Grosso e declarou que era ele quem determinava a exploração de jogos, Ele afirma que o jogo em questão servia  apenas para arrecadar fundos beneficentes. 'O jogo do bicho é uma loteria e por isso esse sempre foi o nome e não se trara de um crime, O senhor sabe".

às 20h08 -
O  MPE o questiona sobre a  exposição da marca - que possui a identidade visual de um beija-flor, de cor azul. Ele confirma. 

às 20h06 -
Arcanjo confirma que era proprietário do Cassino Estância 21. 

às 20h04 -
Quanto às decisões outorgando o funcionamento das máquinas ele disse que os laudos não eram emtidos pela perícia de Mato Grosso. Sobre o uruguaio Júio Bachs, que é apontado como o gerente do esquema, o MPE aponta documentação expondo o sistema para distribuição do Grupo JAR (João Arcanjo Ribeiro). Ele disse que nada sabe.

às 20h01 -
 Arcanjo disse que foi condenado pela morte de Sávio Brandão (19 anos ) mas ponderou que não existe nenhuma testemunha do caso.

às 19h59-
Arcanjo começa a ser inquirido pelo MPE. Ele responde ao promotor que responde pelo assassinato de três assassinatos registrados em Várzea Grande, possivelmente, por causa de caça-níqueis. O Hércules, segundo ele, o apontou como mandante, mas teria dito que era por causa do furto a banca de jogo do bicho. 'É jogo de lavadeiras, você usa o que tem, R$ 0,50, qualquer coisa. Reafirma: 'eu não devo e tenho fé em Deus que vou ganhar'. 

às 19h56 -
"Isso é um aburdo. Eu não tinha motivo, não havia um porquê. Conhecia a mãe de Rivelino", descreve ao ser questionado sobre a ordem de execuação.

às 19h54 - "
Nunca existiu plano de retirar máquinas ou de colocar. Isso é pura fantasia", afirma. 

às 19h53 -
Arcanjo nega que durante reunião na sede da Real Factorinh tenha determinado que Rivelino assumisse uma nova área de atuação, em Chapada dos Guimarães. Negou que esse assunto tenha sido abordado durante a reunião. Negou saber que Rivelino estava explorando a região de Várzea Grande, descumprindo uma decisão sua.

às 19h51-
Ele diz a juíza Mônica Catarina que conhecia a família de Rivelino.

às 19h50
-Negou que fosse responsável por autorizar a exploração de máquinas."Eles buscavam parcerias, mas eu não tinha interesse", ratfica.

às 19h47 _
 Ele nega ter ligação com os pistoleiros Célio e Hércules. Negou ser o mandante da morte de Rivelino. Disse ainda desconhecer o motivo pelo qual as máquinas caça-níqueis possuírem o símbolo da Colibri, marca registrada de seus 'empreendimentos'. Negou que mantivesse ainda negócios com o sargento José Jesus de Freitas, que seria membro do braço armado do esquema por ele, supostamente, liderado.

às 19h42 -
Explica que outro convite para explorar caça-níqueis partiu de Rogério (do Rio de Janeiro), mas que avaliou que teria problemas. 'Precisava de laudos'.  Ele disse saber que o 'pessoal' do Rio de Janeiro possuiam interesse em retirar o esquema em Mato Grosso das mãos de Rivelino, apontado como autor de desvios do dinheiro referentes à exploração. 
 
às 19h39.
Arcanjo negou que o coronel Lepesteur trabalhasse para ele fazendo cobranças. 'Era meu amigo". egou ainda ter ciência de que era chamado de 'Papai do Céu' em referência seu poder no Estado.

às 19h37 -
Arcanjo disse que conhece Júlio Bachs, mas negou que ele fosse o segundo na hierarquia de negócios.

às 19h34 -
Ele afirma que comandava jogo do bicho em MT. E negou que mantivesse domínio do Estado. Negou que tenha emitido autorização para exploração dos caça-níqueis e que foi convidado a participar do esquema, mas negou-se. Do Rio de Janeiro, o convite partiu do bicheiro  Castor de Andrade. Em MT, o convite foi de Rivelino. Negou receber R$ 200 por cada máquina.

às 19h32 -
Começa o depoimento de Arcanjo, que diz ter 65 anos, ser empresário e afirma ter sido condenado a 19 anos de prisão pela morte de Sávio Brandão, assim como por crime de sonegação de impostos. Mas disse não lembrar-se da pena e afirmou que não se recorda da pena imposta.

às 19h31-
Arcanjo prepara-se para depor.

às 19h14 -
Durante a sessão, servidores do Judiciário realizam a  leitura de  depoimentos de testemunhas que foram coletados ao longo da instrução processual. Dentre elas, de empresários que mantinham máquinas caça-níqueis e do delegado plantonista Tarcisio Luiz, que atendeu a ocorrência do assassinato do sargento José Jesus de Freitas, morto em abril de 2002.

ás 18h33
- Sessão é retomada com a leitura do depoimento de Sinezio de Farias, que afirmou para Justiça Federal que os ex-pistoleiros Hércules Araujo e Célio Alves declararam que Arcanjo e Valdir Piran teriam mandado matar Rivelino. Sinézio foi preso acusado de assassinato. Disse ainda, segundo a leitura, que ficou sabendo que o motivo do crime seria a exploração de máquinas caça-niqueis. Disse ainda que permaneceu preso em Cuiabá na companhia de Ronaldo, que já foi alvo de oitivas na data de hoje. Ainda conforme à leitura, ele solicitou a inserção em programa de proteção às testemunhas. O pedido foi solicitado ao promotor Célio Wilson após depoimento realizado em 02/12/2002 e ele foi liberado meses depois em razão da justiça ter acatado pedido de HC. Afimou que soube por Ronaldo que Júlio Bachs havia dito a que Rivelino iria morrer.

ás 18h09
-Encerrado o depoimento do coronel. A audiência é suspensa por dez minutos.  

às 18h02- A 
estemunha negou saber a origem da situação no barracão ou a participação de Arcanjo. Ao MPE ele responde que na época estava licenciado e prestava serviços de segurança, somente para monitoramento. Ele negou ainda ter procurado Sandro (motorista de Rivelino e de sua família) nessa semana. O promotor lê uma oração que Lepesteur distribuia para clientes onde afirma que não é macumbeiro, mas era capaz de resolver problemas com caloteiros'. Ele é questionado sobre a corrupção no seio da Polícia Militar. Cita ainda um encontro do coronel e Arcanjo onde ele solicitou apoio financeiro do bicheiro para construção de uma sede para Associação dos Oficiais.

às 18h-
 "Mato Grosso viveu um problema sério nessa época. Tanto que gerou esse monte de morte", declara a testemunha.

às 17h57 -
Ele negou saber se valores foram repassados a Arcanjo.  A Defesa começa a perguntar e o depoente afirma que Rivelino foi proibido de trabalhar em Mato Grosso e buscava alternativas.  'Ele me procurou, mas eu não aceitei". 

às 17h51 -
O militar da Reserva afirma que havia uma verdadeira guerra de liminares no Estado.  E que mesmo após a confusão entre Rivelino, Lepesteur e o 'pessoal do Rio', o barracão continuou a funcionar por mais 60 dias, no mínimo.

às 17h47 -
Disse que em janeiro de 2002 recebeu um telefonema do coronel Lepesteur  e que ele informou quanto a uma ordem de Rivelino para assumir o local. Ele afirma que foi se encontrar com o militar. Diante da situação, Ruthemberg não permitiu a entrada do mesmo. No dia seguinte, Rivelino e Lepesteur se encontraram, além do pessoal do Rio de Janeiro. Um deles Felipe e outro conhecido como 'bicudo'.  "Era um clima ruim naquela época. Tinha bastante gente".  Na época, funcionava assim: os pontos eram por setor. Cada um tinha um ponto e os operadores e houve uma discussão e o pessoal do Rio veio para tomar tudo. Negou saber de uma reunião, posterior, na sede da Rea Factoring, para que novos pontos fossem debatidos. 

ás 17h41 - O
 militaraposentado  Ruthemberg Ferreira começa a ser ouvido. O coronel afirma que mantinha uma empresa de segurança e que prestava serviços de segurança para empresa de Rivelino, onde ele guardava as máquinas caça-niqueis. Disse que não sabe dizer quantas máquinas estavam guardadas nesse barracão, mas ratificou desconhece a operacionalizçaõ do esquema. 'Envolvia muia gente, Pelo que eu soube era toda Baixada. E o Rivelino coordenava com o pessoal do Rio". Quanto a Júlio Bachs (apontado como o gerente de Arcanjo) disse que nada sabe. Também negou saber da participação de Arcanjo no esquema. 

às 17h35 - O
 MPE cita se ele sabe que Sandro foi procurado nessa semana. Ele responde que não. O depoimento é encerrado.

às 17h32 - O
 MPE questiona ao sargento Jorge se ele foi condenado por tentativa de  assassinato. Inicialmente, ele responde que não e depois que sim. Cita ainda que ele responde ainda por lesão corporal junto a PM. O promotor afirma que há um grave problema de 'memória' das testemunhas na data de hoje. Arcanjo acompanha a oitiva e nesse momento conversa com o advogado, Paulo.

às 17h25 -
Ele disse que Rivelino explorava caça-níqueis, mas não soube dizer quantas. Afirmou que Rivelino mantinha contato, sempre, com quatro pessoas do Rio de Janeiro, mas desconhece o teor dos assuntos frequentmente debatidos. Disse que não sabe para quem Júlio Bachs trabalhava e nunca presenciou episódio de discussão ou ameaças entre eles.

às 17h19 -
Começa a oitiva do policial militar Jorge Luiz da Silva Ramos que trabalhou até o ano de 2001 como segurança particular de Rivelino. Garante que só atuava em horário de folga, mas não sabe qual o ramo exatamente de atuação. Disse que sempre visitavam um 'barracao' , mas não sabia o que tinha lá dentro. 

às 17h10 -
Intrigado sobre a falta de memória da testemunha, o MPE apresenta a ele cópias de depoimento prestado e assinatura.  Sandro reconhece a assinatura. O depoimento é encerrado.

às 17h01 -
O promotor pergunta a testemunha: a sua palavra falhou e 2002 e 2006 ou agora? O questionamento é feito pois a testemunha afirma que não se lembra de nada do que declarou à justiça. Ele é advertido ainda de que o esquecimento pode gerar um processo por falso testemunho. Ele (testemunha)  reitera que esteve na Mundial Games durante uma ação coordenada pelo coronel Frederico Lepesteur, mas cita que não estava armado. Disse que apenas levou Rivelino ao local, mas reconhece que após o episódio de apropriação de máquinas pelo coronel houve uma mudança (das máquinas)  para Chapada dos Guimarães. Disse ainda que não se lembra do encontro de Arcanjo e Rivelino na sede da Real Factoring para tratar sobre a divisão de áreas para exploração das máquinas caça-níqueis.

às 16h59 -
O MPE adverte a Sandro que ele assumiu um compromisso de dizer a verdade e afirma que as informações prestadas até agora distoam consideravelmente de outros depoimentos prestados por ele.  

às 16h52 -  
Questionado se presenciou encontros entre Riveino e Arcanjo ele afirma que sim, mas não declina sobre o teor das conversas. A defesa de Arcanjo pergunta se Raquel explorava máquinas e a resposta é negativa. "Rivelino não dava máquina pra ninguém.  Ela fazia na amizade (sic)". 

às 16h47 -
Ele confirmou que dois dias antes do assassinato, soube de  uma intensa correria para retirada das máquinas caça-níqueis. Disse que sabia que 'ele (Rivelino) ganhava muito dinheiro' com a exploração das máquimas, mas negou ter ciência de que R$ 200 era a taxa cobrada por Arcanjo para permitir a atuação em Mato Grosso.

às 16h42 -
Sandro Constantino, motorista de Rivelino Brununi, começa a depor. Ele disse que não sabe quem fornecia as máquinas a Rivelino, mas afirmou que não era Arcanjo. Ele disse sentir-se constrangido e João Arcanjo não pode acompanhar a oitiva. Ele é testemunha de defesa e a quarta pessoa a ser ouvida na data de hoje.

às 16h40 -
Após mais de uma hora de depoimento e outros 30 minutos de intervalo, estudantes, jornalistas, e populares são autorizados a retornar para sala de audiências.

às 15h01 -
Após a suspensão da audiência por cerca de 40 minutos - atendendo a pedido da testemunha Joaci das Neves - a magistrada retomou o júri. No entanto, por receio, a testemunha solicitou que toda as pessoas presentes fossem retiradas do plenário. Somente, a defesa MPE e a magistrada permanecem na sala.

às 14h50 -
Para o Ministério Público Estadual (MPE), representado por Vinicius Gahyva, os testumunhos apontam que existem fortes indícios do crime de mando. Cita que existia motivação para que Rivelino Brunini, fosse executado: o medo de que  esquema fosse denunciado. 

às 14h11 -
A magistrada suspende o julgamento por trinta minutos.

às 13h59 -
Encerrado o depoimento de Paulo. 

Às 13h51 -  
Ao  MPE ele negou que tenha conhecimento sobre a autoria das mortes do empresário Sávio Brandão, do sargento José Jesus de Freitas. Nesse momento, ele disse que inventou inúmeras histórias e que todas elas não procedem. Disse que o ex-detento, Ronaldo César, também inventou inúmeras histórias sempre no intento de conseguir algum benefício da Justiça.

Às 13H45 -
O detento Paulo Cesár Moura, o 'Paulo Cabeludo', ' é o terceiro a prestar depoimento. Ele é testemunha da defesa. Conta a juíza que está preso - dessa vez -  por crime de roubo (artigo 157). Com logo histórico criminal, ele esteve preso com os pistoleiros da organização liderada por João Arcanjo, ex-policiais Célio Alves e Hércules Araújo. Disse que nunca ouviu nenhum comentário sobre encomendas de crimes.

Às 13h38-
Encerrado o depoimento da segunda testemunha.  

Às 13H35
- Durante a oitiva, Arcanjo evita olhar para testemunha. No período da manhã ele não recebeu autorização para permancer na sala de júri  a pedido da irmã de Rivelino Raqul  Brunini, que prestou depoimento por mais de duas horas.

As 13h30 - O advogado de defesa, Paulo Fabrini, questiona a testemunha  sobre qual a motivação de Júlio teria para fazer uma confidência de um crime durante um período de conviência inferior há 30 dias. 'Os senhores não  conhecem o sistema prisional de dentro. Não entendem o que se passa, o que  é solidão".  Ronaldo e Julio dividiram a mesma cela por cerca de 15 a 20 dias, na Polinter, em Cuiabá.

Às 13h20 -A sessão é retomada, dessa vez com a presença de João Arcanjo Ribeiro.  Ronaldo Sérgio Laurindo começa a ser ouvido a pedido do MPE. Ele ficou preso com o uruguaio Júlio Bachs, segundo homem na hierarquia de Arcanjo. Ele afrma que soube do plano de 'Papai do Céu' (como Arcanjo era denominado) para matar Rivelino. Segundo ele, após sair da prisão Júlio retornou e levou um jornal onde constava a manchete da morte de Rivelino.Ronaldo ficou preso por sete anos por crime de latrocínio.

Às 10h38 - Raqueu Brunini afirma que o então procurador Pedro Taques, anos depois da morte, entrou em contato com a família e sentiu segurança em passar a colaborar. "Senti tranquilidade com ele. O melhor que poderia fazer era de contribuir com justiça". A audiência é interrompida para intervalo de almoço.

Às 10h38
- Ao advogado do réu, a depoente disse que não se sujeitou a passar doze anos fora do Brasil para mentir. "Vim aqui para falar a verdade. O senhor pode me perguntar vinte vezes a mesma coisa é dizer tudo o que eu lembrar." A frase foi dita ao ser questionada se havia participado de uma reunião que tratava sobre a divisão da área de atuação das máquinas. Raquel ratifica que não está mentindo, a juíza interfere para manter a ordem. Ela é lembrada que está sendo ouvida na condição de informante e não deve se negar a responder. A juíza pede para que ela mantenha a calma. "Não precisa se alterar", disse a juíza.

Às 10h18
-
 Raquel afirmou que a organização criminosa tentou apontar Rivelino como autor da morte do sargento Jesus, executado em abril de 2002. Jesus era integrante do braço armado de Arcanjo. A testemunha comenta que a família foi destruída pela ganância de Rivelino. “Toda Família foi ameaçada. Fugimos como bandidos. Crianças com a roupa do corpo e já se passaram doze anos e a gente vive esse terror por causo desse desgraçado”.

Às 09h30
- Raquel disse ainda que, em razão da ganância do grupo, muitos furtos começaram a ser registrados, a estimativa é de que o lucro semanal com uma pequena quantidade de máquinas era de dez mil. Por causa disso, houve uma redivisao das áreas de atuação e Rivelino ganhou a área de exploração em chapada, mas teimou em explorar na capital e Várzea grande. Ele passou a acumular dívidas em razão da nova divisão e disse que caso perdesse a guarda dos filhos, Ricardo e Rafael iria contar tudo o que sabia a polícia.

Dias antes de Morrer Brunini teria sido chamado a casa do ex-vereador Baiano Pereira que ele tinha três dias para retirar as máquinas por ordem de arcanjo. "Nesse dia ele falou: eu vou morrer. Todo mundo sabia que o arcanjo era o chefe de tudo. Sem autorização dele nada acontecia. É como um traficante, ele autorizou os bicheiros do Rio de Janeiro a entrar em MT.

Às 9h00 - Raquel brunini é a primeira pessoa a ser ouvida pela juíza da 1ª Vara Criminal, Mônica Catarina Perry de Siqueira. Ela solicitou à justiça que fosse ouvida sem a presença de João Arcanjo. Disse que é um dos maiores criminosos do país e que sente medo e por isso morou por mais de dez anos fora do país. A Defesa pediu para que a magistrada não considerasse o pedido "e fácil falar o que desejar sem a presença do acusado, que fica impedido de auxiliar em sua defesa técnica".

O MPE foi contrário ao pedido da defesa, a juíza acatou o pedido de Raquel considerando que o artigo 217 do Código de Processo Penal possibilita o depoimento sem a presença do réu. Ela disse que hoje trabalha com faxinas e que em 2000, o irmão dela começou a exploração de máquinas caça-níqueis. Estima que foram pelo menos mil Máquinas fornecidas pelos bicheiros do Rio de Janeiro.

As maquinas vieram do RJ e cada pessoa tinha uma determinada quantidade, afirmou a depoente. Arcanjo, segundo ela, tinha o poder em MT e controlava todo o Judiciário e Legislativo.

Raquel conta que em 2000 o irmão abriu a Mundial Games para trabalhar legalmente. Muitas dessas máquinas funcionavam por meio de liminar já que não existia legislação para autorização. O lucro, das que foram colocadas em Cuiabá, variavam de R$ 500 a mil reais. Disse que não sabe como funciona a distribuição do dinheiro arrecado. " nunca negue a justiça que várias vezes ajudei meu irmão. Fui em muitos lugares e ficava com ele quando retirava. Se cometi um crime estou disposta a pagar, não mandei matar ninguém eu participei da vida do meu irmão, como de qualquer um da família. Entendo que não participei ativamente. Eu não trabalhava com meu irmão eu ajudava".


(Foto: TJMT)

Há seis anos inserido no sistema penitenciário federal, João arcanjo Ribeiro deve permanecer por no máximo três dias em Mato Grosso. Na data de hoje ele será julgado pelas mortes de Rivelino Jacques Brunini, Fauzer Rachid Jaudy e pela tentativa de assassinato do pintor Gisleno Fernandes.

Os crimes foram registrados na avenida Historiador Rubens de Mendonça, no ano de 2002. Arcanjo é apontado como mandante das execuções e teria pensado o crime para evitar a instalação de uma nova modalidade de jogo em Mato Grosso, o que poderia prejudicar o esquema de exploração de jogo do bicho e máquinas caça níqueis comandados por ele.

Nesse momento uma servidora do Fórum deu início a primeira chamada dos jurados e na sequência será realizada a leitura do pregão, na prática, os autos do processo. Arcanjo ainda não encontra-se na sessão. Ele será julgado pelo artigo 121 pro duas vezes.

As testemunhas de defesa do comendador são: Rutemberg Ferreira Tarcisio Luiz Mendonça, Kelly Cristina Santana, Sandro Tadeu Constantino e a irmã de Rivelino, Raquel Spadoni Jaqye Brunini. Arrolados pelo MPE: Sinezio de Farias, Joaci das Neves, Ronaldo Sérgio e Paulo Cézar Moura.

Pena: defesa e acusação

O promotor será Vinicius Gahyva, que espera uma pena de no mínimo 50 anos para o comendador. E a defesa será patrocinada por  Paulo Fabrini, que alega não existirem provas da participação do réu no caso.

O genro de Arcanjo, Giovane Zen, disse o sogro está desgastado e há muito tempo preso. A família espera absolvição pela falta de provas.


(Foto: TJMT)

O caso


Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Rivelino Jacques Brunini era sócio da empresa Mundial Games, concessionária de máquinas caça-níqueis da organização criminosa chefiada por Arcanjo, que explorava com exclusividade o ramo de jogos eletrônicos em Mato Grosso. Mesmo assim, segundo o MPE, Brunini associou-se a um grupo do Rio de Janeiro, que pretendia acabar com o monopólio no Estado. Essa seria a motivação do crime. Fauze Rachid Jaudy e o pintor Gisleno não eram alvos, no entanto, foram atingidos.

As investigações apontara que Hércules de Araújo Agostinho (condenado a 45 anos pelos crimes) se aproximou em uma moto e, utilizando uma arma de fogo de 9 milímetros, efetuou disparos contra todos. Brunini foi atingido por sete disparos e morreu na hora. Fauze Rachid e Gisleno Fernandes foram atingidos por um disparo cada um, porém Fauze Rachid não resistiu e foi a óbito.

O capanga Célio Alves de Souza e o cidadão uruguaio responsável por instalar maquinas caça-níqueis em Mato Grosso, Júlio Bachs Mayada, já condenados, teriam dado suporte à Hércules de Araújo. Na ocasião da primeira parte do júri, o pistoleiro foi sentenciado a cumprir 46 anos e dez meses de reclusão em regime fechado. Já o uruguaio Júlio Bachs recebeu sentença de 41 anos de reclusão em regime inicialmente fechado.

O julgamento de Arcanjo estava previstos para o dia 30 de julho. Porém, o advogado de defesa pediu desmembramento do caso.


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