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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Após editorial

Assembleia ganha direito de resposta em jornal impresso e programas de TV do Grupo Gazeta

Foto: Assessoria

Assembleia ganha direito de resposta em jornal impresso e programas de TV do Grupo Gazeta
A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso ganhou na Justiça direito de resposta contra o Grupo Gazeta de Comunicação por conta do editorial publicado na última sexta-feira (17) intitulado “Uma casa de escândalos”, impresso na primeira página do jornal e lido em alguns programas de TV do canal homônimo ao grupo de comunicação. O direito de resposta foi publicado na edição que circula hoje, na página 8A, com uma chamada na capa.

A decisão que garantiu direito de resposta à Assembleia Legislativa foi concedida pela juíza Rita Soraya Tolentino de Barros no último sábado (18), dia seguinte à publicação do texto. “Concedo a liminar de direito de resposta, para determinar ao requerido proceder a publicação do direito de resposta, da mesma forma que foi efetivada a ofensa, com a mesma publicidade em primeira página”, despacha a magistrada. “Deverá ainda, proceder sua leitura nos programas televisivos que foram efetivadas as ofensas”, completa.

A AL-MT alega no pedido de direito de resposta que a edição do último dia 17 apresenta conteúdo “inverídico, pejorativo e consistentes ataques pessoais visando denigrir a imagem da Casa de Leis de Mato Grosso”. Apesar de acionar a Justiça contra o grupo de comunicação pelo conteúdo publicado, a Assembleia afirma na ação que não pretende impedir o direito de informação dos meios de comunicação.

Para o jornal, o pedido de direito de resposta via judicial é desnecessário porque o periódico tem a prática de conceder espaço para aqueles que se sentem ofendidos com o conteúdo publicado.

“Uma casa de escândalos”

O editorial de A Gazeta foi publicado no dia seguinte à sessão ordinária da Assembleia Legislativa em que o presidente da Casa, Guilherme Maluf (PSDB), afirmou que existiria uma “máfia da comunicação” em Mato Grosso que, segundo ele, seria nutrida por recursos públicos.

Na mesma sessão, também da tribuna, o deputado Gilmar Fabris (PSD) chegou a pedir uma CPI para apurar os gastos públicos com comunicação. Na véspera da sessão, a imprensa havia divulgado a regulamentação da verba indenizatória, que passou de R$ 35 mil para R$ 65 mil. O editorial de A Gazeta se inicia alegando ser “estarrecedora” a reação de Maluf diante da divulgação feita pelo jornal da mudança da verba indenizatória, aumento classificado pelo periódico como ”vergonhoso”.

Ao longo de 11 parágrafos, o editorial questiona as medidas apontadas como moralizadoras pela atual gestão do Legislativo, bem como a autoridade moral do deputado que defendeu a criação da CPI, Gilmar Fabris, citando que ele é alvo de investigações da Polícia e Ministério Público. A Gazeta ainda defende na publicação a criação da CPI da mídia bem como uma para investigar supostas irregularidades ocorridas durante a eleição da Mesa Diretora que sagrou Maluf presidente e uma comissão para investigar a “máfia da saúde”.

“Verba será mais transparente”

No texto do direito de resposta da Assembleia divulgado por A Gazeta, a Casa de Leis afirma que a regulamentação da verba indenizatória trará mais transparência nas despesas dos deputados e alega que o presidente Guilherme Maluf tem trabalhado para reduzir os gastos da instituição.

O texto ainda afirma que a publicação errou ao falar em edição anterior que os deputados recebiam R$ 12 mil para a aplicação em um fundo. “O jornal A Gazeta em sua publicação tenta forçar e passar ao leitor a existência de uma ‘negociata’, sem a devida apresentação de provas”, alega a Assembleia. “Ao insinuar que os 24 deputados fizeram um ‘acordo sigiloso’ e que não poderia ser divulgado, o jornal A Gazeta desrespeita a Assembleia Legislativa, os parlamentares e a população mato-grossense”, completa.

“Sem se intimidar”

A Gazeta alega na edição que circula hoje que o pedido de direito de resposta via judicial foi absolutamente desnecessário, pois o diário tem a prática de conceder espaço de forma democrática a quem quer que se sinta ofendido em decorrência de opinião ou reportagem publicada. Acrescenta ainda que mantém cada vírgula do que foi publicado sobre a alteração da verba indenizatória.

O periódico finaliza afirmando que tem compromisso com a verdade e a prática do bom jornalismo, princípios, que segundo a publicação, lhe asseguram a liderança no mercado editorial do jornalismo diário mato-grossense. “A Gazeta não se intimidará com ações judiciais e seguirá cumprindo com os seus leitores o inalienável compromisso de prestar informação livre, independente e crítica”.
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