Olhar Jurídico

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Criminal

Morte na Fazenda

Caso Marchetti: Cena de crime não foi preservada e divergências intrigam MPE

Foto: Olhar Direto

Caso Marchetti: Cena de crime não foi preservada e divergências intrigam MPE
O procedimento padrão quanto a correta preservação da cena de crime não foi adotado no caso da morte do ex-secretário de Estado de Mato Grosso, Vilceu Marchetti. A informação foi ratificada em depoimento na tarde de hoje (26) pela investigadora V.J., da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao juiz Murilo Moura Mesquita, da Comarca de Santo Antônio do Leverger.

Leia Mais 
Caso Marchetti: para promotor provas não são seguras o suficiente para pontar crime passional

A investigadora que integra a equipe da delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi enfática ao afirmar que ao chegar no local se deparou com pelo menos três pessoas saindo do quarto onde estava o corpo de Vilceu, morto na data de 7 de julho, na fazenda Mar Azul.

Ele teria assediado sexualmente a esposa do caseiro Anastácio Marafon, que o matou a tiros. “Posso afirmar que o local do crime não foi preservado”, afirmou ao ser questionada pelo promotor Natanael Fiúza, da Comarca de Santo Antônio do Leverger.

Em depoimento, o policial militar J., lotado na Companhia de Santo Antônio do Leverger, e que foi a primeira autoridade a chegar no local do crime (por volta das 19h), confirmou que adentrou ao quarto onde a vítima estava. Afirmou que encontrou uma espingarda de cano duplo, próxima a janela do cômodo, e a retirou do local.

A intenção, segundo ele, era de evitar que ‘alguém’ pudesse retirar o objeto do local considerando que o acesso à arma era fácil pela janela. Ele afirmou ainda que pegou as chaves do quarto com o proprietário da fazenda e chegou a trancar o quarto para preservar a cena. Porém, quando a investigadora chegou ao local, por volta da meia-noite, a porta estava apenas encostada.

Para o promotor Natanael, existem indagações que precisam ser esclarecidas e a motivação do crime é uma delas. “Eu insisto nesse ponto pois, no essencial há convergência, mas nos detalhes há muitas divergências”.

Durante a oitiva, o promotor questionou as testemunhas (policiais) se as mesmas tinham conhecimento ou se interrogaram funcionários que confirmassem a motivação do crime. Apenas o militar declarou que havia inquirido um servidor que inicialmente confirmou a informação, porém, no inquérito policial realizado por meio de uma força-tarefa entre a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não aponta esse depoimento.

Outro ponto que chama à atenção do promotor é o fato de que Anastácio possuía duas armas de fogo registradas (na data de 13 de março de 2014) e empregou uma arma ‘fria’ para matar Vilceu. “Não iria registar essa arma por qual motivo?”, indagou. A arma do crime teria sido jogada em um rio e nunca foi encontrada.

Anastácio Marafon acompanhou a oitiva de testemunhas sempre calado e de cabeça baixa. Sua esposa Ângela também compareceu a audiência, mas preferiu não conversar com à imprensa.

A defesa de Marafon reiterou que o crime foi passional e solicitou ao juiz da Comarca a oitiva de perito criminal que esteve no local para também ser interrogado.

Ao Olhar Jurídico, o promotor Natanael afirmou ainda que é favorável a permanência de Anastácio em uma unidade prisional. Ele aguarda julgamento na Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande.


Vilceu teria sido morto em razão de ter tocado as nádegas da esposa de Marafon, que assistiu às cenas. Irritado, ele teria questionado a esposa se ela mantinha vínculos com o ex-secretário. Posteriormente, ele foi até o quarto onde Vilceu estava e atirou. 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet