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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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OURO DE TOLO X SODOMA

Após ser preso, ex-chefe de gabinete de Silval tentou viabilizar fuga pelo whatsapp

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Após ser preso, ex-chefe de gabinete de Silval tentou viabilizar fuga pelo whatsapp
Sílvio Cezar Correa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, teria abordado uma servidora da Casa Militar, por meio do aplicativo whatsapp, ainda quando estava preso por força de mandado expedido nos autos da Operação Ouro de Tolo, com intuito de reaver seu passaporte. O fato demonstraria a pretensão de articular uma fuga. As informações foram divulgadas pela magistrada Selma Rosane Arruda, nos decretos de prisões preventivas na Operação Sodoma, desencadeada no dia 15 de setembro.

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Investigado no inquérito fruto da “Sodoma”, em que o ex-governador de Mato Grosso figura como líder de um esquema corrupto para expedição de incentivos fiscais, Correa Araújo foi detido preventivamente por supostamente compactuar com Roseli Barbosa, ex-primeira-dama, acusada de desviar R$ 8 milhões da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas), fatos apurados pela “Ouro de Tolo’.

“[...] esta magistrada tem conhecimento próprio, por meio do que ocorreu nos autos de n. 414182, que tramitam nesta Vara, que Sílvio Cezar Correa Araújo teria abordado uma servidora da Casa Militar, por meio do aplicativo whatassap, ainda quando estava preso por força de mandado expedido naqueles autos, no intuito de obter com ela um passaporte”, expõe os autos ligado a Operação Sodoma. “Esse fato é um indicativo claro que o mesmo pretende foragir, já que naqueles autos responde por crime peculato”, concluiu a juíza.

Na ocasião da detenção, o ex-chefe de gabinete impetrou habeas corpus, deferido oito dias depois. Foi imposto como medida cautelar a necessidade do uso de tornozeleira eletrônica. Denuncias da Operação Sodoma apontam que Sílvio Cezar Correa teria recebido o valor estimado em R$ 25 mil no esquema supostamente liderado por Silval.

Operação Sodoma

A operação acontece no âmbito de inquérito policial que investiga uma organização criminosa composta por agentes públicos que ocuparam cargos do alto escalão do Governo do Estado nos anos de 2013 e 2014, e apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Silval Barbosa, o ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf e o ex-secretário de Receita Marcel de Cursi, todos suspeitos de liderar os crimes, estão presos pelo esquema. A operação foi realizada em conjunto pela Delegacia de Combate à Corrupção, Ministério Público Estadual, Secretaria de Fazenda de Mato Grosso e Procuradoria Geral do Estado, com apoio do Sistema de Inteligência do Estado.

Operação Ouro de Tolo

O esquema investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) aponta para indícios de fraudes no valor de R$ 8 milhões durante a gestão de Barbosa a frente da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas).

Sejudh nega uso de celular na cadeia

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos informou ao Olhar Jurídico que não existe a possibilidade de Sílvio Cezar Correa Araújo ter enviado mensagens pelo aplicativo do celular de dentro da cadeia porque o ex-chefe de gabinete não entrou com o aparelho no local. O que pode ter acontecido, segundo a secretaria, é ele ter usado o celular no translado, após ser preso, antes de entrar na unidade prisional. 

O outro lado


Victor Borges, defesa de Sílvio Cezar, se manifestou por meio de nota. Confira:

O meu cliente, sr. Silvio Cezar, durante o tempo em que esteve detido, nunca obteve acesso a qualquer aparelho telefônico ou dispositivo eletrônico.

Ocorre, que a solicitação feita a uma servidora da casa militar para providenciar a confecção de passaporte foi realizada por outra pessoa (e em nome desta outra pessoa), e o único fato que ensejou a presunção de que o meu cliente teria feito tal solicitação foi o do que o número do aparelho telefônico do qual foi encaminhada a mensagem, via wattssap, ainda estava cadastrado em seu nome.

Aliás, referido número telefônico, pelo fato de não mais estar em seu poder, já estava desativado junto a operadora de telefonia antes mesmo de ser detido, e sua utilização se restringia apenas ao acesso à internet exclusivamente por meio de wi-fi, o que, sabidamente, não existe no Centro de Custódia onde permaneceu segregado.

Esclareço, que o meu cliente é detentor de dois passaportes (sendo que um deles é oficial), e que só foram entregues depois da audiência de custódia, ocorrida após o STJ determinar a sua soltura. Ou seja, não existia, como não existe nenhum fundamento para se presumir que o meu cliente pretendia “articular fuga”.

Ao contrário, o meu cliente faz questão de responder às acusações que lhe são imputadas, justamente para demonstrar sua inocência para toda a sociedade mato-grossense.

Por fim, tais fatos já foram informados à Justiça, e estamos apenas aguardando a decisão de retirada da tornozeleira eletrônica, que se for negativa, em momento oportuno será impetrado habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça.

*Atualizado às 17h18

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