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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Dinheiro de agiota

Eder Moraes atua para políticos e chegou a falsificar mandado de prisão para chantagem

Foto: Reprodução

Eder Moraes atua para políticos e chegou a falsificar mandado de prisão para chantagem
O ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Eder de Moraes Dias, mesmo sem ter cargo eletivo e não possuir foro privilegiado será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no processo referente a Operação Ararath, da Polícia Federal. O motivo é o fato do Ministério Público Federal (MPF) ter pedido a avocação do processo por entender que o investigado agia a mando de pessoas com prerrogativa de foro. Eder está preso deste a manhã de terça-feira (20) e foi encaminhado para Brasília (DF).

Argumentos apresentados pela procuradora Vanessa Scarmagnani e pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot levaram ao entendimento do ministro do STF, Dias Toffoli, que Moraes “se serviu da instituição financeira informal operada por Gercio Marcelino Mendonça Júnior [Júnior Mendonça] tanto como interlocutor da classe política mato-grossense quanto para fins próprios”, diz trecho das alegações do MPF.

A procuradoria ressalta que as condutas de Eder de Moraes Dias para utilizar os empréstimos clandestinos com o empresário Júnior Mendonça a mando e no interesse de investigados com prerrogativa de foro deve ser investigado na instancia extraordinária.

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O documento diz ainda que Moraes chegou a falsificar um mandado de prisão preventiva em seu desfavor, que foi lavrado pelo procurador da República Thiago Lemos de Andrade. “Esse documento somente poderia ter a finalidade de auxiliá-lo a mobilizar pessoas em posição de influencia para protegê-lo contra a investigação em curso”. A procuradoria afirma que uma cópia desse documento falsificado foi localizado na residência do ex-secretário, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Relações suspeitas

Outro ponto destacado pelos procuradores é a intima ligação de Eder Moraes com o promotor de Justiça do Grupo Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). “Para obter proteção contra investidas investigatórias da instância federal em seu desfavor”, relata o MPF.

Conforme já revelado pelo Olhar Jurídico, Moraes foi alvo de busca e apreensão e também de condução coercitiva durante a deflagração da primeira fase da Operação Ararath. Segundo o MPF, o ex-secretário manteve diálogos que indicam “relações espúrias” como o promotor Regenold.

A procuradoria afirma que Eder Moraes chegou a telefonar para o membro do Gaeco enquanto agentes federais faziam a busca e apreensão na sua residência, por determinação da Justiça Federal. “Ele parece cobrar do membro do MP/MT explicação do motivo da medida e parece tentar coordenar-se sobre a presença da prova documental no local”, relatam os procuradores.

Além do diálogo travado por celular, Moraes trocou SMS com o promotor Regenold. “O membro do MP/MT dá claros sinais de estar atuando junto ao Ministério Público Federal e ao Departamento de Polícia Federal em favor do ora requerido e sinaliza com orientação sobre depoimento que este prestaria ao MP/MT”.

Eder Moraes também é acusado de procurar Regenold para tumultuar e desfocar a investigação em curso e “induzir o Departamento de Polícia Federal acreditar em sua disposição para servir como colaborados premiado (...) tomando tempo e recursos da autoridade policial”.

Manchando as instituições de MT

Segundo o MPF, a prisão preventiva do ex-secretário se faz necessária para evitar que as investigações sejam atrapalhadas. Os procuradores da república acreditam que o manejo feito por Eder Mores tem causado progressiva corrosão da integridade e da credibilidade das instituições públicas mato-grossense. “Se mantido em liberdade, procurará mobilizar todos os meios a seu alcance para obstruir a elucidação da verdade, criando risco concreto para o êxito da investigação”.

Sem delação premiada


O advogado de Eder Moraes, o desembargador aposentado Paulo Lessa, informou ao Olhar Jurídico que está descartada a possibilidade de pleitear uma delação premiada em favor do ex-secretário. Lessa comentou que essa informação chegou a ser veiculada na mídia local, no entanto não “passou de um boato”, ressaltou o agora advogado.

Lessa garantiu ainda que o foco da defesa é tentar revogar a prisão preventiva determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Posição do MPE

O procurador Geral de Justiça , Paulo Prado, bem como o promotor do Gaeco, Marcos Regenold, afirmam que todas as tratativas acerca das questões, que envolvem os referidos membros do Ministério Público do Estado, na quinta fase Ararath, visavam somente colaborar com as investigações já em trâmite. Ambos pontuaram suas justificativas, por meio de nota, acerca de terem se tornado investigados da ação do Ministério Público Federal (MPF).

Na sua argumentação Regenolt diz que refuta, com veemência, qualquer insinuação de que tenha agido com a finalidade de proteger Éder Morais. “Ao contrário, foi nossa a iniciativa de levá-lo à PF para que expusesse tudo que sabia, bem como foi nossa a iniciativa de remeter todos os documentos que ele nos repassou ao MPF”, consta do texto.

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