A juíza da Vara Especializada Contra o Crime Organizado de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, condenou o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro pelos  crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa cometidos por sua organização criminosa nas cidades de Cuiabá, Cláudia e Sinop. Ele foi sentenciado a 9 anos e 7 meses de reclusão em regime fechado. 

Também foi condenada a delegada da Polícia Judiciária Civil Helena Yloise de Miranda Lourenço. A delegada deverá perder o cargo público por prática de corrupção passiva. Ela foi enquadrada neste crime ao aceitar propina para realizar uma ação policial que favorecia Arcanjo. Também foi imposta a delegada reprimendas restritivas de direito, limitação de fim de semana e ainda a prestação de serviços à comunidade.

Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, os crimes de corrupção ativa foram concretizados ao oferecer vantagens ilícitas a membros da Polícia Civil para liberação de comparsa preso, uma motocicleta apreendida e ainda para a realização de ação policial em pontos de atuação de bicheiro concorrente.

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O genro de Arcanjo, Geovane Zem Rodrigues, também está no rol dos sentenciados. Ele pegou 7 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão em regime semi-aberto pelos mesmos crimes que Arcanjo. Conforme consta no processo, Geovane é o herdeiro das ações do grande chefe e mentor. Após a prisão de Arcanjo, Geovane encarregou-se de continuar chefiando e controlando as atividades ilícitas do grupo.

A magistrada destacou que “a corrupção é um mal que está ligado umbilicalmente ao subdesenvolvimento das nações. Esse crime pode impedir o crescimento de países como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, já que inibe a vinda de investidores externos, graças à falta de credibilidade. O combate à corrupção é crucial para que o Brasil tenha perspectiva de futuro digno”.