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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Suspeita de Lavagem

Ministro de MT, Gilmar Mendes quer apuração das doações para pagamento de multas dos mensaleiros

Foto: Katiana Pereira - Olhar Jurídico

Ministro de MT, Gilmar Mendes quer apuração das doações para pagamento de multas dos mensaleiros

O ministro mato-grossense do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, cobrou nesta terça-feira (4) que o Ministério Público apure a arrecadação de dinheiro para o pagamento de multas impostas pela Corte no julgamento do processo do mensalão.

A arrecadação eletrônica promovida pelos condenados no mensalão para quitar as multas impostas pelo Supremo  na Ação Penal 470  foi considerada legal por dois ministros da Corte e integrantes da Procuradoria-Geral da República, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e Banco Central.

Para Mendes, no entanto, há suspeita de lavagem de dinheiro. "Essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos examinar", afirmou nesta terça-feira (4) o ministro, em entrevista ao G1 em Brasília.

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O ministro acredita que existe "algo estranho" pelo fato dos condenados do mensalão terem sido considerados culpados das acusações de corrupção e desvio de dinheiro e agora  festejam as "doações milionárias" recebidas pela população. "E se for um fenômeno de lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? Quer dizer. As pessoas são condenadas por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho...".

Mendes destacou ainda que a arrecadação não pode ser vista como corriqueira. Ele também ironiza, ao questionar se os condenados também irão fazer campanha para devolver o dinheiro que foi desviado. "Será que vão também fazer uma arrecadação para devolver todo o dinheiro que foi desviado? Tudo estranho. Agora é intessante que todos nós estamos noticiando isso como se fosse só um fato corriqueiro. Não, não é um fato corriqueiro, há algo de grave nisso".

O ministro fez um alerta para população, frisando que os condenados não são presos políticos. "Precisa ser investigado. E essa gente, eles não são criminosos políticos, não é gente que lutava por um ideal e está sendo condenado por isso. São políticos presos por corrupção. É disso que estamos falando. Então, há algo de estranho nisso."

Doações milionárias

Na sexta-feira (31) passada, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pagou a multa de R$ 466,8 mil imposta pelo STF, depois de arrecadar mais de R$ 1 milhão em campanha promovida por companheiros de partido pela internet. O excedente será usado para ajudar o ex-ministro José Dirceu a pagar multa de R$ 960 mil.

O método também foi utilizado pelo ex-deputado José Genoíno no mesmo processo. As doações, que apesar de “driblar” a punição aos réus, não fere a legislação, deverão ser declaradas no Imposto de Renda. Segundo dirigentes do PT, os valores foram fruto de doações de militantes e amigos dos condenados.

Corrigida e atualizada às 15h40

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