O desembargador Marcos Machado, flagrado em escutas telefônicas suspeitas, permutou substituição em Câmara Criminal com o magistrado Rondon Bassil Dower Filho, e desta forma não irá participar do julgamento do mérito do Habeas Corpus solicitando liberdade do ex-governador Silval Barbosa. A Segunda Câmara Criminal reúne-se na tarde de hoje, a partir das 14h. A ocasião poderá dar liberdade ao ex-chefe do Executivo estadual.
Conforme divulgado pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Bassil e Machado trocaram de Câmara, sob autorização do presidente Paulo da Cunha.

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Além dos desembargadores Alberto Ferreira de Souza (que negou monocraticamente o pedido, no dia 16) e Pedro Sakamoto, Marcos Machado compunha a Segunda Câmara Criminal. O magistrado atuará na Primeira Câmara Criminal, onde Bassil era membro.

O caso

Marcos Machado figura como suspeito de tráfico de influência após ser pego em uma escuta telefônica com o ex-chefe do Executivo estadual. Os áudios obtidos junto ao Ministério Público foram expostos pela TV Centro América. A reportagem veiculou um diálogo suspeito entre as partes, gerando especulações sobre possível favorecimento a respeito da soltura da ex-primeira-dama Roseli Barbosa, presa na Operação Ouro de Tolo.

Após a divulgação, o desembargador encaminhou ofício à presidência onde solicitou abertura de procedimento de investigação para que a conduta fosse apurada pela Corregedoria. O trâmite corre em segredo de Justiça.
Em decisão monocrática, o desembargador Alberto Ferreira de Souza indeferiu, no dia 18 de setembro, o recurso de Silval Barbosa. A defesa do paciente já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal. Constam como advogados de defesa Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Franscisco Faiad, Ulisses Rabaneda dos Santos e Valber da Silva Melo.

Silval foi preso no dia 17 de setembro em conseqüência da Operação Sodoma. O procedimento acontece no âmbito de inquérito policial que investiga uma organização criminosa composta por agentes públicos que ocuparam cargos do alto escalão do Governo do Estado nos anos de 2013 e 2014, e apura crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os ex-secretários Marcel de Cursi e Pedro Nadaf também foram detidos preventivamente.

No dia 17 de setembro o Tribunal de Justiça de Mato Grosso autorizou a instauração de sindicância contra o desembargador Marcos Machado.

Atualizada  às 10h13 e às 14h40