Olhar Jurídico

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Notícias | Criminal

CRÉDITO NA SODOMA

Delator na Sodoma admite R$ 50 mil em "vale propina" com Mischur para não atrapalhar licitação

30 Mai 2016 - 16:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Pedro Elias

Pedro Elias

Em delação premiada já homologada na Justiça, o ex-secretário de Estado, Pedro Elias Domingues, réu na ação penal oriunda da “Operação Sodoma”, revela ter recebido de Willians Paulo Mischur uma oferta de R$ 50 mil em propina para evitar “atrapalhar licitação”, entretanto, muda de versão e admite que foi ele quem pediu. O valor não teria sido pago naquele ano, ficando como “crédito”, cobrado somente no fim de 2014.

Leia mais:
Delator na Sodoma devolverá R$ 2,05 milhões aos cofres públicos

No primeiro depoimento, prestado ao Ministério Público Estadual (MPE) em 31 de março, Pedro Elias dá detalhes de sua entrada no Governo Silval Barbosa. Narra que conheceu Silval Barbosa quando este era vice-governador, junto ao ex-governador e senador Blairo Maggi (PP), em 2010. Após participar da campanha eleitoral vitoriosa do peemedebista, Pedro Elias diz ter sido convidado por Rodrigo Barbosa para compor a equipe administrativa de Silval. O réu frisa que foi um pedido feito pelo filho do político, Rodrigo Barbosa.

Atuou como assessor especial no poder no ano de 2011 e 2012, sendo convidado no ano seguinte para compor a recente criação do então governador, a Secretaria Adjunta de Gestão de Gastos, um braço da Secretaria de Administração (SAD). Lá Pedro Elias atuou por cerca de um ano.

Neste tempo revela ter sido abordado pelo então chefe de gabinete do governador, Silvio César Correa Araújo, que dizia que o recém chegado não deveria se “intrometer” em assuntos tratados com José Jesus Nunes Cordeiro, então secretario de Administração, por ser sua “pessoa de confiança”.

Ainda no fim de 2013, diz ao MPE ter sido procurado por Willians Mischur, que lhe oferecera R$ 50 mil para que ele não “atrapalhasse o processo licitatório”. Apesar de aceitado a “oferta”, Pedro Elias diz que nunca recebeu efetivamente o valor.
Entretanto, em delação feita no dia 05 de abril, Pedro Elias volta atrás em sua acusação e admite que foi ele quem procurou por Willians Mischur para pedir R$ 50 mil à título de propina para evitar “atrapalhar” a licitação que sagrou a Consignum como vencedora. Entretanto, ratifica que não recebeu o valor, ficando com um “crédito”, uma espécie de ‘vale propina’. Valor quitado somente no fim de 2014.

Operação Sodoma:

Os fatos levantados pela Operação apontam que Silval Barbosa, no posto de líder de uma organização criminosa, moldou o Poder Executivo para que agentes públicos praticassem crimes de concussão, fraude a licitação, corrupção passiva, fraude processual, lavagem de dinheiro e extorsão.

Além do ex-governador, foram denunciados pela Sodoma: o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.

Prisão do réu:

Pedro Elias chegou a ser preso no dia 22 março. Dez dias depois, foi liberado, após se comprometer a colaborar. Conforme os autos, o ex-secretário exercia o “cargo” de "fiscal" de arrecadação de propinas para a suposta organização criminosa.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet