Cinco pedidos de liberdade de réus da “Sodoma” poderão ser julgados esta semana: três do ex-governador Silval Barbosa, um de seu ex-chefe de gabinete, Silvio César Corrêa Araújo e um do ex-secretário de Fazenda, Marcel de Cursi. A esperança é que, com a soltura do ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf, os demais réus também sejam soltos após concluírem a fase de Instrução da ação penal da “Sodoma 2”. Por outro lado, advogados temem que a soltura de Nadaf seja limitada a ele por conta da postura de contribuir com a justiça, admitindo crimes.
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Além de um recurso de habeas corpus concluso para julgamento do ministro Saldanha, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Silval Barbosa também aguarda nesta instância um pedido de anulação da “Operação Sodoma”, também via recurso de habeas corpus. O ex-governador também aguarda decisão sobre um pedido de liberdade feito à própria juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda. O pedido formal à magistrada foi realizado durante a audiência que o interrogou, no último dia 31. A promotora do Ministério Público Estadual (MPE), Ana Cristina Bardusco, pediu vista. A decisão poderá ser proferida ainda hoje.
Já Marcel de Cursi, também aguarda recurso de habeas corpus, protocolizado nesta segunda-feira (05), também ao STJ. O réu, assim como o ex-governador e suposto líder do esquema, nega ter se envolvido com qualquer esquema de fraude e diz que “foi preso por trabalhar”. Em seu favor, trouxe ao juízo, na manhã do dia 31, um calhamaço de documentos que o inocentaria e incriminaria o empresário e delator João Batista Rosa, da Tractor Parts.
Silvio César Corrêa Araújo, também ouvido no dia 31 de agosto, foi monossilábico em seu interrogatório, negando todos os fatos e alegando desconhecer o conteúdo da acusação contra ele. Preso por supostamente tentar atrapalhar as investigações e por ameaçar os demais réus que porventura negociasse delação premiada, Silvio hoje tenta provar que nunca ameaçou ninguém e que não representa qualquer risco às investigações, por enquanto sem sucesso.
Advogados dos réus compartilham de um misto de esperança e pessimismo. Esperança pois antes de Pedro Jamil Nadaf, havia meses que nenhum réu da “Operação Sodoma” era posto em liberdade. Também creem que com o fim da “fase de instrução e julgamento” já não reste qualquer motivo para mantê-los presos, uma vez que já não há como prejudicar a colheita de provas. Pessimismo, todavia, pois vislumbram na postura da justiça e do MPE um comportamento favorável aos delatores e aos que confessam, em detrimento “daqueles que não se subjulgam”.
Entenda o Caso:
Na fase 2 da “Operação Sodoma”, deflagrada no dia 11 de março de 2016, foi descoberta a lavagem de R$ 13 milhões na aquisição de um terreno na Avenida Beira Rio, próxima a casa de shows Musiva, que teria sido quitado com cheques provenientes de propina pagas por empresas (beneficiados com incentivos fiscais) ao Poder Executivo.
A compra foi feita, segundo o Ministério Público Estadual, pelo ex-secretário de Administração César Zilio, que teria usado o pai falecido e um arquiteto como “laranjas” na transação.
Foram denunciados pela Sodoma: O ex-governador, Silva da Cunha Barbosa; o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.
