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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

MPE apela e desembargador poderá determinar que empresário Alan Malouf volte à prisão

04 Jan 2017 - 09:55

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Alan Malouf com Marco Aurélio, no Gaeco

Alan Malouf com Marco Aurélio, no Gaeco

Está nas mãos do desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Rondon Bassil Dower Filho, o destino Alan Ayoub Malouf, sócio-proprietário do Buffet Leila Malouf, que foi preso pela terceira fase da “Operação Rêmora”, denominada “Grão Vizir”. O magistrado deverá acatar ou não um apelo do Ministério Público Estadual (MPE) para que o réu seja colocado novamente na prisão. Atualmente o empresário goza de liberdade decretada pela juíza Maria Rosi Meira Borba, durante plantão do dia 24 de dezembro.

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Alan Malouf ficou preso nos Serviços de Operações Especiais (SOE) por 10 apenas dias, quando ganhou liberdade durante o plantão de Natal.

O pedido foi protocolizado diretamente ao TJ, pois a magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, originalmente responsável por julgar pedidos desta natureza, solicitou que o caso fosse levado para lá. Isto porque as declarações de Alan Malouf ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) envolve figura de foro privilegiado, o deputado Guilherme Maluf (PSDB).

Ao Gaeco, o empresário Alan Malouf jogou toda a responsabilidade das fraudes encontradas na operação Rêmora nas costas do empresário Giovani Guizardi, proprietário da Dínamo construtora, que selou acordo de delação premiada com a Justiça. De acordo com o depoimento de Malouf, concedido ao Gaeco no último dia 16, o grande cabeça e operador da organização que arrecadava recursos cobrando propinas em obras na Educação era Guizardi.

Além disso, Malouf relatou que a campanha ao Governo de Mato Grosso em 2014 - de Pedro Taques - teria sido irrigada com dinheiro de caixa 2, recursos não declarados à Justiça Eleitoral. O Gabinete de Comunicação do Governo do Estado se manifestou negando todas as afirmações feitas. Com veemência, o Palácio  Paiaguás sustenta que as declarações de Malouf são “levianas, absurdas e fantasiosas”.

A justiça retoma suas atividades nesta sexta-feira (06).

Entenda o Caso:

Nos autos da ação penal oriunda da "Operação Rêmora", o proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, firmou acordo de delação premiada com o MPE e envolveu o nome do empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.
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