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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Criminal

DECISÃO

Desembargadores revogam prisões de jornalistas detidos por extorsões; tornozeleiras serão instaladas

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Desembargadores revogam prisões de jornalistas detidos por extorsões; tornozeleiras serão instaladas
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso revogou, de forma unânime, as prisões preventivas decretadas contra os jornalistas Antonio Carlos Milas de Oliveira, Maycon Feitosa Milas e Max Feitosa Mila. Como medida substitutiva, tornozeleiras eletrônicas serão instaladas.

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O trio foi preso no dia 12 de março, durante a operação “Liberdade de Extorsão”. Conforme o Ministério Público, Antonio Carlos, Maycon e Max estão envolvidos em coação e extorsão de pessoas, principalmente agentes políticos importantes, empresários com contratos no poder público.

A decisão estabeleceu as seguintes medidas substitutivas as prisões: comparecimento em juízo, até o quinto dia útil de cada mês; proibição de ausentarem-se da comarca sem prévia autorização; proibição de manterem contato, por qualquer meio físico, eletrônico (telefone, e-mail, etc.) ou por meio de interposta pessoa, com qualquer das vítimas e testemunhas envolvidas na ação penal originária; proibição de publicação, em qualquer dos meios de comunicação integrantes do grupo milas de comunicação, de matérias relativas às vítimas envolvidas na ação penal originária; recolhimento domiciliar no período noturno, feriados e finais de semana; uso de monitoramento eletrônico por meio de tornozeleira a ser instalada.

A operação

No dia 12 de março, durante a operação denominada "Liberdade de Extorsão", foram presos preventivamente jornalistas do "Grupo Milas Comunicação", que administram os veículos de comunicação "Centro Oeste Popular", "Notícias Max" e "Brasil Notícias".

São eles: Antônio Carlos Milas de Oliveira, dono do Jornal Centro Oeste Popular, seus filhos Max Feitosa Milas, dono do Notícia Max, e Maycon Feitosa Milas. Também foi preso o editor-chefe do Brasil Notícias, com sede em Brasília (DF), Naedson Martins da Silva. O jornalista Antônio Peres Pacheco e o auditor fiscal Walmir Corrêa também foram presos e já liberados.

Segundo a Delegacia Fazendária, os nomes estão envolvidos em coação e extorsão de pessoas, principalmente agentes políticos importantes, empresários com contratos no poder público, os quais foram obrigados a pagar quantias vultosas, entre R$ 100 a 300 mil, para não terem informações divulgadas nos veículos sobre supostas irregularidades em contratos administrativos, corrupção ativa e passiva, entre outras negociatas.

Uma das vítimas foi o ex-secretário de Estado da gestão Silval Barbosa, Pedro Nadaf, preso desde setembro do ano passado, durante a "Operação Sodoma", e que responde judicialmente por crime de extorsão ao empresário João Batista Rosa em um esquema de venda de concessão de incentivos fiscais, no valor de R$ 2,5 milhões.

“Pedro Nadaf repassou aos jornalistas três cheques para pagar a extorsão, sendo dois de R$ 30 mil e um de R$ 40 mil, perfazendo a quantia de R$ 100 mil. E o Nadaf declarou no depoimento que quem teria ordenado o repasse desses cheques seria o governador Silval Barbosa. Não tenho como falar se Silval tinha interesse ou não em barrar a publicação. Ele tem que ser ouvido. E é interessante ter em mãos subsídios para proceder essas oitivas também”, afirmou o delegado ao Olhar Direto (em matéria veiculada em 29 de março).
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