Olhar Jurídico

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO CÉLULA MÃE

Ex-assessora revela pagamento mensal de R$ 4 mil a Janaina Riva; Deputada crê em armação

26 Fev 2016 - 11:44

Da Redação - Patrícia Neves / Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Al-MT

Janaína Riva, filha do ex-deputado José Geraldo Riva, apontado como mentor do esquema

Janaína Riva, filha do ex-deputado José Geraldo Riva, apontado como mentor do esquema

Em uma tensa audiência nesta manhã, 26, a ex-assessora da presidência da  Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Marisol Castro Sodré, afirmou que Janaina Riva (PSD) recebia a quantia de R$ 4 mil mensais (oriundos de verbas de suprimento) quando o pai dela, o então deputado José Geraldo Riva,  dirigia a "Casa de Leis" . Ao saber das declarações, a parlamentar afirmou que as informações são "absolutamente falsas".

Leia Mais:
Para MPE, lista de pagamentos 'derruba' tese de ajuda social com verba de suprimentos

À juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Arruda, ela afirmou que durante dez anos (2005-2015) atuou na AL, e que nesse meio tempo, prestou serviços de digitalização e elaboração de memorandos ao setor financeiro do gabinete do então deputado José Riva. Em suas mãos passavam a lista de 'caixa' onde constavam a efetuação de uma série de pagamentos destinados à filha do parlamentar. O processo que tramita na Vara de Combate ao Crime Organizado apura o desvio de verbas de suprimentos da AL, que causou prejuízos da ordem de R$ 2,6 milhões, e contou com a 'troca de farpas' entre advogados de defesa e acusação. Para apaziguar os ânimos, por diversas vezes, a juíza Selma Arruda, foi obrigada a intervir.

O pagamento dos valores, segundo a declaração, eram efetuados em envelopes, entregue nas mãos de Janaína Riva. Mas explica que o recebimento era de momento anterior, onde o primeiro ex-marido de Janaina, Carlos Antônio Azoia (Nino), figurava como beneficiário mensal. Após a separação, em 2009, que Janaina teria começado a receber o dinheiro, explica a colaboradora. “Sempre quatro mil reais. Esse valor que ela pegava todo mês”, afirmou.

Ao ser indagada sobre sua participação no esquema e as implicações jurídicas, Marisol argumenta que não sabia da gravidade do esquema: "Foi uma situação em que eu fui totalmente colocada”, defendeu-se.

Como era detentora de informações consideradas incriminadoras, ele foi orientada, segundo afirma, a destruir provas impressas que mantinha em casa. Em juízo afirmou que recebeu ordens da chefe de gabinete, Maria Helena Caramelo (presa desde o ano passado) para que executasse a destruição dos documentos, usando fogo para completar a ‘missão’. 

“Graças a Deus eu guardei parte”, declarou, "caso contrário não teríamos essas informações", completou o promotor Samuel Frungilo, que esteve junto, na audiência de hoje, de seu colega, o promotor Marcos Bulhões. As informações foram entregues ao Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e constam no processo. Entres os beneficiários (conforme antecipado pelo Olhar Jurídico) estão vereadores, assessores, colunistas sociais, restaurantes.

Em nota, a deputada Janaina Riva afirmou que as declarações da colaboradora, prestadas em juízo, são complemente mentirosas e irá adotar as medidas jurídicas cabíveis.

Leia a integra da nota:

“Nunca, em qualquer circunstância, sequer se reuniu sozinha essa servidora. Mais ainda: nunca teve nenhum trato com ela e se recusou a é que não a aproveitá-la em sua equipe quando se elegeu deputada, a exemplo do que fez com alguns técnicos da equipe do seu pai. Segundo a deputada, essa acusação mentirosa soa como discurso orientado a fim de macular a sua imagem. "Cabe a quem acusa o ônus da prova. Quero ver ela provar que algum dia peguei um centavo sequer da Assembleia Legislativa. Nunca precisei disso, sempre tive os meus negócios", disse ela ao afirmar que já acionou inclusive seus advogados para que tomem as medidas cabíveis com relação a tais declarações”.

O advogado Rodrigo Mudrovisch anunciou que vai aciona-la civel e criminalmente. "É assustador o nível rasteiro desse acordo de delação. A acusação é mentirosa e irresponsável. Vamos, de imediato, propor medidas judiciais cíveis e criminais contra essa delatora. Não há qualquer envolvimento da Deputada nos fatos discutidos na operação Metástase
."

Entenda  o caso:

Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o ex-parlamentar usava o dinheiro enviado ao seu gabinete para o pagamento de despesas pessoais, como o combustível de sua aeronave e honorários advocatícios, além de servir também para corromper políticos e lideranças do interior com um “mensalinho”.

A fraude ocorreu por meio de aquisições fictícias - de produtos como marmitas e materiais gráficos - feitas com a antiga verba. As notas fiscais utilizadas para justificar as compras eram falsificadas. 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet