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FILHOS DE GEPETO

Ex-chefe de gabinete de Romoaldo tem interrogatório agendado e oitiva com deputado é negada

20 Jan 2017 - 11:24

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia Teixeira / Olhar Direto

Romoaldo Junior no Gaeco

Romoaldo Junior no Gaeco

A juíza Selma Rosane Arruda, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado de Cuiabá, designou para o dia 06 de fevereiro o interrogatório de Francisvaldo Mendes Pacheco, ex-chefe de Gabinete do deputado estadual Romoaldo Junior, preso em consequência da “Operação Filhos de Gepeto”. Além do réu, outras três testemunhas serão ouvidas na ocasião. Os mandados foram expedidos nesta quinta-feira (19).

Francisvaldo Pacheco é acusado da prática dos crimes de constituição de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, em fatos levantados na segunda fase das investigações da “Operação Ventríloquo”.

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Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o ex-chefe de gabinete compôs a organização criminosa que subtraiu o montante de R$ 9.480.547,69 dos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) em proveito próprio e alheio (peculato-furto). O réu teria agido valendo-se da facilidade que gozava na condição de funcionário público.

No dia 06 de fevereiro, às 13h30 deverão ser inquiridas as testemunhas arroladas por Francisvaldo: Juliano Jorge Boraczynski, irmão do deputado Romoaldo Júnior; Rodrigo Santiago Frison e Fernando Luiz Piran. Somente após, Francisvaldo Mendes Pacheco será interrogado na qualidade de réu.

A juíza Selma indeferiu, todavia, o pedido da defesa de Francisvaldo Pacheco para que o deputado Romoaldo Aloísio Boraczynski Júnior, seja ouvido na qualidade de testemunha. “Considerando que é corréu pelos mesmos fatos desta ação penal, em autos que tramitam perante o Tribunal de Justiça, em razão de Romoaldo (deputado) ser ocupante de cargo detentor de foro por prerrogativa de função”.

Entenda o Caso:

A Operação Ventríloquo, desencadeada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), teve início a partir da delação premiada do advogado Joaquim Miele, que representava o banco HSBC em uma demanda contra a AL. O advogado teria entregue à Justiça todo o esquema envolvendo o antigo Banco Bamerindus, atual HSBC, e a Assembleia Legislativa, durante a gestão do ex-deputado José Geraldo Riva.

Segundo o Gaeco, a Operação Ventríloquo investiga desvio de recursos da Assembleia que chega a R$ 10 milhões. As fraudes foram registradas no período de 2013 e 2014, e envolveriam a simulação de pagamento de uma dívida ao HSBC. São investigados crimes de peculato, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Filhos de Gepeto:

O Gaeco deflagrou no dia 5 de outubro a segunda fase da “Operação Ventríloquo”, denominada “Filhos de Gepeto”, mediante cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pela Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado em face de Francisvaldo Mendes Pacheco, Chefe de Gabinete do deputado Estadual Romoaldo Aloisio Boraczynski Júnior.

Também foi oferecida denúncia contra Francisvaldo Mendes Pacheco pela prática dos crimes de constituição de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Figura também no polo passivo da referida denúncia o advogado Julio Cesar Domingues Rodrigues pela prática do crime de extorsão.

Narra a denúncia que no período compreendido entre os anos de 2013 e 2014, em Cuiabá, os investigados Francisvaldo Mendes Pacheco, Julio Cesar Domingues Rodrigues, José Geraldo Riva, Anderson Flavio de Godoi, Luiz Marcio Bastos Pommot, Joaquim Fábio Mielli Camargo, bem como outros agentes e Parlamentares Estaduais (incluindo Romoaldo Junior), constituíram uma organização criminosa estruturalmente para saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.

Consta ainda que, formatada a organização criminosa, inclusive com clara divisão de papéis, no período compreendido entre fevereiro e abril de 2014, os investigados subtraíram dinheiro público no montante de R$ 9.480.547,69 (nove milhões, quatrocentos e oitenta mil e quinhentos e quarenta e sete reais e sessenta e nove centavos), em proveito próprio e alheio (peculato-furto), valendo-se da facilidade que proporcionava a condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.

Consta, finalmente, que no mesmo período adrede citado, os investigados, em continuidade delitiva, ocultaram e dissimularam a natureza e a origem dos valores provenientes de infração penal (lavagem de capitais).

Julio Cesar Domingues Rodrigues, José Geraldo Riva, Anderson Flavio de Godoi e Luiz Marcio Bastos Pommot já haviam sido denunciados pelos crimes mencionados, cuja ação penal encontra-se em fase final de instrução processual.

Com relação aos Parlamentares, as investigações se encontram em andamento perante o TJMT, em face do foro por prerrogativa de função.

Na Filhos de Gepeto destacam os Promotores de Justiça que as investigações revelaram que o outrora colaborador Joaquim Fabio Mielli Camargo ocultou, dolosamente, o envolvimento nos fatos pelo deputado estadual Romoaldo Aloisio Boraczynski Júnior e pelo seu assessor Francisvaldo Pacheco.

Por tais fatos, os Promotores de Justiça ingressaram com pedido de rescisão da colaboração premiada outrora firmada.
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