O ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio César Corrêa Araújo, será reinterrogado na manhã desta sexta-feira (21), na Sétima Vara Criminal, no Fórum da Capital. À juíza Selma Arruda, o réu rebaterá acusações feitas pelo ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf, no âmbito da “Operação Sodoma 1”. A defesa ainda apresentará dados de um procedimento administrativo aberto contra Nadaf. A oitiva está marcada para as 9h30.
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Pedidos semelhantes foram realizados por Marcel Souza de Cursi, ex-secretário de Fazenda e por Silval Barbosa, ex-governador. Eles consideram que a nova postura do ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf, de confessar seus crimes e denunciar os demais réus, alterou o cenário do processo.
Silvio César é apontado como braço armado do governador Silval Barbosa. Com ele, em função semelhante também atuaria o coronel José de Jesus Nunes Cordeiro. À eles cabiam a plena execução do esquema de fraudes, também aponta o Ministério Público Estadual (MPE) que eles assediavam e intimidavam eventuais delatores.
No pedido de prisão pela “Operação Sodoma 3”, a juíza Selma Arruda avaliou a suposta atuação do réu. “Quanto a Silvio Sílvio Cezar Corrêa Araújo, pessoa cuja figura é recorrente em ações em penais que envolvem Silval da Cunha Barbosa e versam sobre recebimentos ilícitos, vê-se que, novamente teve também participação importante nos fatos em apuração. Com efeito, Willians Paulo Mischur narra que Silvio tentou coagi-lo, dizendo que o Estado cancelaria o contrato com sua empresa e que havia uma concorrente disposta a aumentar o valor da propina”.
Entenda o Caso:
No processo relativo a "Operação Sodoma 1", as investigações versam sobre uma suposta organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro, por meio de fraudes em incentivos fiscais. Além do ex-governador Silval Barbosa, do ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi e do ex-secretário de Casa Civil, são réus no processo Silvio Cezar Corrêa Araúju, Francisco Andrade de Lima Filho e Karla Cecília de Oliveira Cintra.
Consta da investigação que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), teria concedido incentivos fiscais, via Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), de forma irregular, para algumas empresas.
A irregularidade foi confirmada pelo empresário João Batista Rosa, colaborador (inicialmente delator premiado) no caso e dono da Tractor Partes, que entregou irregularmente a quantia de R$ 2,6 milhões para obter incentivo.