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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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DEPOIMENTO

Ex-secretário revela que Silval pagou cerimônia de R$ 1 milhão no Leila Malouf com dinheiro de fraudes

Ex-secretário revela que Silval pagou cerimônia de R$ 1 milhão no Leila Malouf com dinheiro de fraudes
O ex-secretário de Casa Civil, Pedro Nadaf, afirmou em depoimento que seu antigo chefe, o ex-governador Silval Barbosa, pagou sua posse no Poder Executivo, em 2011, ao preço de R$ 1 milhão, ocorrida no Buffet Leila Malouf, com dinheiro desviado de “esquema” na desapropriação do bairro Jardim Liberdade (Sodoma 4), valores oriundos de um suposto “combinado” na Secopa e mais fraudes.

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Conforme a declaração, o próprio Silval Barbosa teria determinado que Nadaf realizasse o pagamento ao empresário Alan Malouf, sócio do Buffet. Malouf teria informando, na ocasião, que ninguém do governo havia honrado com a dívida de R$ 1 milhão.

R$ 500 mil foram pagos, segundo termo de declaração, com o dinheiro supostamente desviado do Jardim Liberdade e o valor restante teria sido solicitado a Maurício Guimarães, Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo. Ocorre, porém, que Guimarães repassou apenas R$ 50 mil.

Assim, Nadaf precisou desembolsar mais de R$ 200 mil de seu dinheiro, bem como parte de valores supostamente desviados nos fatos apontados na operação Seven. Dinheiro de propina obtido da Construtora Ampla também foi utilizado.

Nadaf foi ouvido no dia 25 de julho, no Ministério Público de Mato Grosso.

A quarta fase da Sodoma

A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), da Polícia Judiciária Civil, deflagrou na manhã desta segunda-feira (26), a 4ª fase da Operação Sodoma, que investiga crimes de corrupção praticados contra uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso.

O foco da Operação Sodoma é o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa, durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.

O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran. Para prestarem interrogatórios, foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.

Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os investigados Valdir Piran e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polínter do Distrito Federal.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.

Além de diversas colaborações premiadas, confissões e análise documental ocorridas durante a investigação que auxiliaram desvendar todo o ‘modus operandi’ do esquema milionário de desvio de dinheiro público, a prova material obtida através dos afastamentos de sigilos bancários e fiscal corroboraram a participação de todos os envolvidos, não deixando quaisquer dúvidas quanto às suas respectivas atuações em mais esse enorme esquema criminoso que sangrou os cofres públicos do Estado de Mato Grosso.

Toda a operação conta com suporte da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp) de Mato Grosso, da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, e da Polínter de Brasília. Para a operação foram mobilizados 100 policiais civis (delegados, investigadores e escrivães lotados na Defaz, Deddica, GCCO, GOE, Dema, DRE).

A operação Seven

Afonso Dalberto, delator premiado que gerou a nova fase da Sodoma, foi arrolado inicialmente na operação Seven, que investiga um transação irregular de um terreno no valor de R$ 7 milhões.

Na Seven, de acordo com a primeira denúncia oferecida pelo Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado), a organização criminosa era formada, basicamente, por dois centros de competência: o Núcleo de liderança, integrado pelos investigados Silval da Cunha Barbosa, Pedro Jamil Nadaf e Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, vulgo “Chico Lima”; e o Núcleo de Mediadores, composto pelos investigados José de Jesus Nunes Cordeiro, Wilson Gambogi Pinheiro Taques, Arnaldo Alves de Souza Neto.

Entre as irregularidades praticadas estão a recategorização, mediante violação da legislação ambiental nacional e estadual, da unidade de conservação denominada Parque Estadual Águas do Cuiabá para unidade da espécie “estação ecológica” e acréscimo de 727,9314 hectares à sua área; aquisição fraudulenta pelo Estado de Mato Grosso de uma área rural já adquirida pelo próprio Estado e a realização de pagamento de despesa sem previsão na Lei Orçamentária Anual vigente ao tempo do fato, com a utilização de Notas de Ordem Bancária Extra Orçamentárias (NEX), violando as regras legais de direito público financeiro.

Após o oferecimento da primeira denúncia, o Gaeco constatou a ocorrência de mais 11 fatos relacionadas às condutas de lavagem e/ou ocultação dos valores desviados, fato que motivou o oferecimento de uma segunda denúncia.

Desta vez, foram acionados Filinto Correa da Costa, João Celestino da Costa Neto, Filinto Correa da Costa Júnior, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Pedro Jamil Nadaf, Marcel Souza de Cursi, Afonso Dalberto, Luciano Cândido Amaral, João Justino Paes Barros, André Luis Marques de Souza, Roberto Peregrino Morales, Marcos Amoria da Silva e Antonia Magna Batista da Rocha.

Os prejuízos causados aos cofres públicos, segundo o Gaeco, giram em torno de R$ 7 milhões.

Nota Buffet

O Buffet Leila Malouf vem, respeitosamente, esclarecer as notícias que vem circulando sobre a operação “Sodoma”, envolvendo o nome de um dos representantes da empresa.

Há 23 anos no mercado, o Buffet Leila Malouf, empresa genuinamente cuiabana, sempre teve como premissas valores como: trabalho, seriedade e respeito por seus clientes, fornecedores e funcionários. Nessas mais de duas décadas de trajetória, a empresa se consolidou no mercado como uma referência de excelência e qualidade nos serviços prestados, atendendo, em sua grande maioria, aos clientes privados.

É de total interesse da empresa que os fatos sejam esclarecidos e, para isso, está à disposição para prestar todas as informações necessárias.

O Buffet Leila Malouf aproveita a oportunidade para agradecer as manifestações de apoio e ressalta, para toda sociedade, que continua trabalhando com a seriedade que sempre fez parte dos princípios da empresa.

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