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Sodoma 4

Interrogado, ex-governador Silval mantém silêncio sobre suposto desvio de R$ 15,8 mi

05 Out 2016 - 09:45

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Silval da Cunha Barbosa

Silval da Cunha Barbosa

O ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa foi levado na tarde desta terça-feira (04) à sala do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), no Ministério Públcio Estadual (MPE), para prestar depoimentos às investigações da “Operação Sodoma 4”, que apuram um rombo no valor de R$ 15,8 milhões. Silval, entretanto, preferiu usar do direto ao silêncio, não produzindo provas ao delegado que o recebeu, Márcio Moreno Vera. Ao Olhar Jurídico, seu advogado explica a medida. 

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De acordo com o advogado de Silval Barbosa, Valber Melo, que falou com Olhar Jurídico na manhã desta quarta-feira (04), seu cliente usou da prerrogativa de silenciar-se, se abstendo de prestar depoimento. Ele explica que o ex-governador sempre se coloca à disposição das forças policiais e aos órgãos de investigação para prestar os esclarecimentos necessários. Entretanto, estes preferem, sempre, buscar ouvi-lo depois de decretada sua prisão preventiva.

Valber esclarece que o procedimento tem sido o mesmo desde a “Operação Sodoma 1”. Nesta recente operação, Silval teve outra prisão preventiva decretada, somando até o momento, duas (a outra foi decretada no âmbito da “Operação Sodoma 2”).

A operação foi deflagrada no dia 26 de setembro para cumprimento de mandados de prisão preventiva, buscas e apreensão e conduções coercitivas contra membros de uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso.

O foco da Operação Sodoma é o desvio de dinheiro público realizado através de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo governo Silval Barbosa, durante o ano de 2014. Os trabalhos de investigações iniciaram há mais de um ano.

Entenda o Caso:

O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran. Para prestarem interrogatórios foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, Ademir Beraldi, Eliane Maria da Silva, Catarino José da Silva Neto, Alan Malouf e Jair Santana, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.

Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os investigados Valdir Piran e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polinter do Distrito Federal.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00, retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller, em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado, no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (Fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (Planejamento), Afonso Dalberto (Intermat) e o procurador aposentado Chico Lima.
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