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OPERAÇÃO SODOMA

Juíza homologa delação e empresário acusado de pagar propina a grupo de Silval devolverá R$ 300 mil por dano moral

25 Mai 2016 - 17:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Juíza homologa delação e empresário acusado de pagar propina a grupo de Silval devolverá R$ 300 mil por dano moral
Foi homologada a colaboração premiada do empresário Julio Minoru Tsujii, que relatou nas investigações do Ministério Público Estadual (MPE) ter sofrido extorsão do “grupo” liderado pelo ex-governador, Silval Barbosa, para execução das supostas fraudes denunciadas pela “Operação Sodoma”. Como parte do acordo, Tsuji comprometeu-se a devolver cerca de R$ 300 mil aos cofres públicos dentro de 90 dias e a denunciar os co-autores do esquema. Nos primeiros encontros com o MPE, tentou negar pagamento de propinas à Zílio, mas nos encontros seguintes, confessou que pagava todo mês ao ex-secretário. 

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Na primeira delação, realizada em 11 de março deste ano, Julio Minoru Tsuji, dono da empresa Webtech - Softwares e Serviços, disse que possuía contratos com o Governo do Estado desde 2008. Ele admite conhecer César Zílio, quando este atuava na Secretaria de Estado de Administração (SAD), entretanto Tsuji negou ter oferecido qualquer cheque em seu nome para ele.

O empresário revela que prestou serviços para SAD pelo montante total de R$ 2.341.907,10 e que dias após o recebimento do valor, emitiu dois cheques nos valores de R$ 36.131,26 e R$ 51.944,51 para Mario Pirondi e Gustavo Bongiolo, vendedores de um terreno na Avenida Beira Rio, que está no nome de César Zílio. O MPE questionou se os cheques seriam propina à Zílio por conta dos contratos com a SAD. Julio Tsuji nega. O empresário também nega ter tido qualquer contato com o ex-governador, Silval Barbosa.

No segundo encontro com o MPE, entretanto, Tsuji muda de versão e admite que pagou propinas para César Zílio. Narrou que em 2011, já no fim do contrato de sua empresa com o Estado, viu-se prestes a ter de concorrer em nova licitação. Diante deste fato, conta que foi chamado por Zílio para uma reunião a portas fechadas em seu gabinete. Lá, teria explicado à Tsuji que se sagraria vencedor do certame se realizasse pagamentos para seus “chefes”, alegando haver dívidas de campanha a pagar.

Desde então, Tsuji pagou mensalmente propinas de 20% do pagamento de seus contratos para César Zílio. Diz que só precisou “aceitar tal exigência” para não perdê-los.

“O declarante passou a entregar a ele (César Zílio) pessoalmente, na maioria das vezes em seu gabinete na SAD, em espécie, conforme faturamento de sua empresa, com média de R$ 80 mil mensais”, consta da delação de 17 de março.

Tsuji ainda “afirma que pagou propina exigida para César Zílio dentre os anos de 2011 a inicio de 2013, acreditando que o montante total da propina tenha girado em torno de R$ 800 mil”, consta da delação do mesmo dia.

Operação Sodoma:

Os fatos levantados pela Operação apontam que Silval Barbosa, no posto de líder de uma organização criminosa, moldou o Poder Executivo para que agentes públicos praticassem crimes de concussão, fraude a licitação, corrupção passiva, fraude processual, lavagem de dinheiro e extorsão.

Além do ex-governador, foram denunciados pela Sodoma: o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.
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