Uma medida judicial que reduziu para 200 metros a distancia que o empresário Marcos César Martins Campos deve manter da ex-esposa, a médica Camila Tagliari, de 29 anos, é motivo de preocupação, angústia e insegurança da vítima. O advogado Dauto Passare, que representa a dermatologista, informou ao Olhar Jurídico que os disparos no botão do pânico se mostram sistemáticos. Camila foi agredida a socos e pontapés por Marcos na data de 27 de março, após saírem de um restaurante.
 
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Pouco depois de ser preso em flagrante por lesão corporal, o empresário foi colocado em liberdade, mediante emprego de tornozeleira eletrônica e restrição de que deveria manter-se a pelo menos mil metros da médica e de sua filha.
 
Logo após o episódio de agressão, foram registrados disparos no alarme, mas a médica, naquela época  ponderou  em um primeiro momento, que como ambos frequentavam os mesmo locais (que são ambientes próximos) haveria uma justificativa para que o botão de pânico fosse acionado. No entanto, os disparos não cessaram.
 
“O receio não é gratuito. Mesmo com um raio de amplo maior ou com ele diminuto ocorrem disparos que sugerem à violação e, inobstante, traz terror a Camila e a filha dela”, avalia Passare.
 
Preocupada, Camila procurou o Ministério Público Estadual (MPE) no último dia 26, onde denunciou à situação. “Ela se limitou a reportar esse fato e o MPE entendeu que deveria zelar pela integridade física e psicológica da Camila e de sua filha requisitou pelo decreto de prisão preventiva”. Até o fim da manhã de hoje, 29, a Polícia Civil não havia recebido a ordem judicial para cumprimento.
 
Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto a médica afirmou que sente-se vulnerável. Classificou ainda  o episódio de violência como uma crueldade.

 Defesa 

Durante toda a manhã a reportagem do Olhar Direto tentou contato telefônico com a defesa do empresário, patrocinada pelo advogado Rodrigo Leite,  mas não obeteve sucesso. 
 
O caso
 
Os sonhos construídos ao longo de oito anos de relacionamento, entre namoro e casamento, foram encerrados com murros, socos, pontapés após um jantar de comemoração pelos 34 anos de  vida do empresário Marcos César Martins Campos.  O ‘palco’ do ato foi à garagem de um prédio de luxo no bairro Duque de Caixas, em Cuiabá. Uma menina de onze anos, enteada do agressor,  testemunhou às cenas.  Por descumprir medidas judiciais de manter distância de mãe e filha, Marcos teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Jamilson Haddad Campos, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.  A ordem judicial foi expedida na data de 27 de abril.