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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Ministério Público investiga falhas em armas utilizadas pela Polícia Militar

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto/Ilustração

Ministério Público investiga falhas em armas utilizadas pela Polícia Militar
O Ministério Público Estadual (MPE) abriu um procedimento preparatório de inquérito para investigar possíveis falhas em armas da marca Taurus que foram adquiridas pelo Governo do Estado de Mato Grosso. Nas redes sociais, diversos militares têm reclamado dos problemas nos armamentos. Em junho do ano passado, foram desembolsados R$ 1,2 milhões para compra dos equipamentos.

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O procedimento foi instaurado pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, que chegou a ficar um ano à frente da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no início do mandato do governador Pedro Taques (PSDB). A investigação tem como objetivo “investigar a notícia de falhas em armas da marca Taurus adquiridas pelo Estado de Mato Grosso”. A conclusão deverá acontecer em três meses.

O major da Polícia Militar, Marcos Paccola, denunciou em suas redes sociais alguns problemas referentes à pistola PT 840, da Taurus. Quando acionada, a arma por diversas vezes não disparou, mesmo estando destravada. Para mostrar a falha, ele utilizou uma caneta no cano da pistola.

A arma disparou na primeira tentativa, falhou nas outras duas e voltou a funcionar na quarta. A falha coloca a vida do policial militar em sério risco. No início do mês, quando o soldado da PM, Elcio Ramos, foi morto durante uma ação no bairro CPA III, em Cuiabá, o próprio secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, admitiu que a pistola dele teria falhado quando ele tentou disparar contra o suspeito, que era investigado por uma suposta venda de armas.

Ao todo, o Executivo investiu R$ 1,2 milhão na compra, com dispensa de licitação, de 600 pistolas semiautomáticas, calibre .40, modelo PT 840. Elas foram utilizadas para reformar a Polícia Militar. Além disto, também foram gastos mais de R$ 1,3 milhão para a aquisição de 300 pistolas calibre .40, modelo PT840 e 300 pistolas calibre .40, modelo PT640, para reforçar a Polícia Judiciária Civil (PJC).

Em maio deste ano, a Polícia Civil do Rio de Janeiro fez um teste pra avaliar a eficiência das pistolas da marca. Foram separados lotes de dois dos modelos mais usados por policiais civis e militares no estado. A perícia aconteceu nos dias 31 de março e 1º de abril e o resultado apontou que das 55 pistolas testadas - todas compradas há no máximo dois anos pela Polícia Civil - 36 apresentaram problemas.

Os testes realizados nas 35 pistolas PT 840, mesmas utilizadas em Mato Grosso, apontaram falhas. Logo no quinto tiro da primeira arma testada, a pistola parou com o ferrolho aberto e o atirador não pôde continuar. Na segunda arma testada, após o primeiro tiro, houve uma falha de extração da cápsula. Em resumo: das 35 pistolas, 20 apresentaram pelo menos uma falha.

Taurus responde

Em reportagem no Jornal da Band, a Taurus atribuiu os acidentes a falhas na manutenção e deficiências no treinamento dos policiais. “As policias do Brasil, até a década de 80, utilizavam apenas revólver. Para você ter um tiro acidental com ele é preciso exercer uma força equivalente de cinco a sete quilos no gatilho”, explicou o vice-presidente da empresa, Salesio Nuhs.

“Se armar o cano, ela diminui para dois quilos. Com a pistola, você tem uma arma no coldre pronta para atirar. Com menos de dois quilos de força no gatilho ela aciona. Por isto, é preciso muito mais cuidado com manutenção e treinamento do usuário. Os sistemas de segurança dela tem de ser utilizados”, completou o vice-presidente sobre denúncias de que as pistolas da Taurus teriam disparado ao cair.

À reportagem do Olhar Direto/Jurídico a empresa respondeu que "a Taurus não tem conhecimento da instauração desse inquérito. A empresa está à disposição das autoridades tanto para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários como para auxiliar na apuração de qualquer caso em que há dúvida sobre o funcionamento dos armamentos".

Segurança Pública

A assessoria de imprensa da Sesp (Secretaria de Segurança Pública) disse que ainda não foi notificada pelo Ministério Público Estadual (MPE), já que ainda é um procedimento e não foi transformado em inquérito.

Atualizada às 12h28.
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