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OPERAÇÃO SODOMA 2

"Não me meça com a sua régua", dispara juíza Selma a Silval Barbosa; veja como foi

31 Ago 2016 - 09:01

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Silval Barbosa

Silval Barbosa

A juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda colheu depoimentos nesta terça-feira, 31, do ex-secretário de Fazenda, Marcel Souza de Cursi, do ex-prefeito de Várzea Grande Wallace Guimarães e do ex-governador Silval Barbosa. Cursi é apontado pelos delatores como a "inteligência" por trás do esquema de fraudes. O valor total de danos causado ao erário, segundo as investigações, é de R$ 13 milhões. 

Leia mais:
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Na fase 2 da “Operação Sodoma”, deflagrada no dia 11 de março de 2016, foi descoberta a lavagem de R$ 13 milhões na aquisição de um terreno na Avenida Beira Rio, próxima a casa de shows Musiva, que teria sido quitado com cheques provenientes de propina pagas por empresas (beneficiados com incentivos fiscais) ao Poder Executivo.

A compra foi feita, segundo o Ministério Público Estadual, pelo ex-secretário de Administração César Zilio, que teria usado o pai falecido e um arquiteto como “laranjas” na transação.

Foram denunciados pela Sodoma: O ex-governador, Silva da Cunha Barbosa; o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.

Veja como foi:

18h15- Fim de depoimento. A audiência está encerrada. A fase de instrução do processo é encerrada. O MPE pede 10 dias para exames e considerações.

18h00-
"Eu ia pagando as contas dele e o que sobrava ele falava 'pode ficar pra você'", afirma. Ela diz que sabia que estes favores eram ilícitos. Admite que tem um imóvel em seu nome, mas que não é dela. Nem mesmo sabe se ele hoje está alugado.

Também explica que ela é funcionária da Senac cedida à Fecomércio.

17h50-
Posteriormente, admite que desconfiava da ilicitude das movimentações de Nadaf.

17h53 - Ela nega ter se envolvido com a empresa Zetra Soft e seu funcionário, Fábio Formiga. Também nega ter ouvido falar em WebTech e Júlio Minori Tsuji.

17h42 - Karla Cecília nega conhecer Willians Paulo Mischur e nega conhecimento da denúncia.

17h41 - Segundo Karla Cecília, tudo o que ela fez de ilegal foi atendendo a ordens de Nadaf.

17h40 - A última interrogada do dia é Karla Cecília de Oliveira Cintra, secretaria de Pedro Jamil Nadaf.

17h07 - O interrogatório de Silval é encerrado.

17h06 - O MPE pede vista. "Eu quero pedir desculpa pela forma como falei, e à doutora Ana [Cristina Bardusco] também. Eu não quis ofender ninguém", encerra Silval.

17h04 - Ele corrige a crítica e diz que seria inadmissível que Silval seguisse preso mesmo encerrada a instrução processual, por não ter admitido crimes ou debandado para o lado dos que confessam. Alega ainda que qualquer outra medida seria melhor para execução da ampla defesa "com dignidade" que a segregação.

17h00 - "Ele estava nervoso e não soube colocar as palavras", explica Valber.

16h59 - Valber Melo insiste que a prisão temporária de seu cliente tem ganhado contornos de prisão permanente. Neste momento, pede oficialmente a liberdade do ex-governador.

16h58 - A defesa percebe o erro de Silval Barbosa e explica que o réu está abalado por conta da prisão. "Eu estou em um calabouço", assevera, o ex-governador, interrompendo. Os advogados, entretanto, manifestam que o juízo tem sido um pouco mais duro com ele que do que com os demais réus durante o ato do interrogatório.

16h57 - A juíza interrompeu a fala de Silval quando o governador deu a entender que qualquer réu falaria coisas caso soubesse que seria solto.

16h55 - Silval se assusta e pede desculpa caso ela tenha se ofendido. Ela explica: "O senhor está ofendendo o juízo, não está ofendendo à juíza Selma".

16h54 - "O senhor, primeiro, não me meça com a sua régua pois aqui eu não faço esse tipo de acordo. Eu não solto ninguém somente porque fez confissão. Segundo, o senhor fique quieto", responde a magistrada, rispidamente.

16h50 - Silval Barbosa apela à magistrada para que seja libertado, alegando dificuldades para exercer a ampla defesa dentro do CCC.

16h49 - O réu diz isso para reforçar sua tese de que o CIRA seria um órgão de exceção criado para investigar somente o ex-governador.

16h48 - Silval se cala aos poucos, balbuciando, "...tá falando isso pra sair da cadeia...". Na sequência, Silval cita Pedro Taques. "Ele disse que prender político era sinônimo de transformação. E na época ele era presidente do CIRA, dois dias depois ele saiu".

16h46 - A juíza encerra. "Reinterrogatorio dele foi Sodoma 1, aqui é Sodoma 2".

16h45 - Em seu encerramento, o ex-governador inicia uma sequência de afirmações que desmentem Pedro Jamil Nadaf. "Quero dizer que é um reinterrogatorio marcado por mentiras", disparou.

16h43 - Ao iniciar suas considerações finais, a juíza Selma o interrompe e, sentindo o tom do fala, adianta. "Seja breve. Aqui não lugar para fazer discurso eleitoral. Isso aqui não é palanque".

16h42 - Silval Barbosa nega qualquer hipótese de que tenham usado o closet de seu banheiro como local para recebimento de propina. Diz que qualquer um que tentasse entrar em sua sala de trabalho seria surpreendido por seguranças. "Todas as entradas do Palácio são monitoradas", garantiu.

16h36 - Sobre as ameaças que teriam sido proferidas pelo Coronel José de Jesus Nunes Cordeiro a Mischur, Silval se questiona. "Como que uma pessoa que se julga tão inteligente e que sofre uma ameaça não procura, no mínimo, uma autoridade para registrar essa ameaça?", perguntou, em referência a uma suposta ameaça feita à família do empresário.

16h33 - Em sua defesa, Silval alega que quando documentos de compra e venda do terreno na avenida Beira Rio foram assinados, já estava preso no CCC.

16h31 - Em sua própria defesa, o ex-governador reitera não ter tomado conhecimento sobre esquemas de propina envolvendo as empresas Consignum, Zetra Soft e WebTech.

16h27 - A defesa de Thiago Dorileo insiste na defesa indireta à Consignum, questiona porque a empresa teria participado da organização criminosa se sofreu prejuízo de R$ 17 milhões ao final de seu contrato com o Estado.

16h26 - Sobre o empresário Willians Paulo Mischur, e uma pergunta que coloca a Consignum como vítima, o réu apela. "Ele [empresário] quem se enrolou, ele quem pagou propina, ele quem foi se enrolando e fazendo contratos fraudulentos, ele quem fez uma verdadeira bagunça! (...) por isso que eu falo, ele participou disso".

16h21 - "Riva sempre pressionava para colocar uma empresa no lugar da Consignum", afirma. O réu, por sua vez, respondia que isso era assunto especifico de secretaria.

16h12 - Sobre César Zilio, diz que ele é o responsável pela lavagem de dinheiro da Sodoma 2 e que teria até mesmo envolvido sua família e sua esposa no esquema."César Zilio usou o nome do pai morto dele! Um cara que faz isso tem coragem de fazer tudo na vida".

16h10 - Para Silval, a briga teria sido até mesmo um pretexto para o ex-chefe da Casa Civil deixar o CCC e firmar acordo de delação premiada.

16h09 - Sobre o CCC, Silval nega que houvesse desavença entre Pedro Nadaf e Silvio César Côrrea Araújo, mas confirma que o primeiro realmente se desentendeu com agentes prisionais , "Não só uma vez, foram vários [desentendimentos]".

16h00 - Sobre a suposta invasão aos dados da Sefaz, o réu diz que recebeu essa denúncia e determinou que fizessem uma investigação, mas não sabe do resultado.

15h59 - O réu nega que Silvio César Côrrea Araújo seja uma pessoa violenta ou "braço direito" no esquema de fraudes.

15h57 - Barbosa também desmente José Geraldo Riva, da afirmação que o ex-deputado tivesse contestado a nomeação de Pedro Elias na SAD. Todavia, confirma que ele e Rodrigo eram amigos do então secretário. "Esse processo é marcado por contradições. As pessoas usam meu nome e do meu filho para sair da cadeia", afirma.

15h53 - O ex-governador nega que tivesse dado autorização a seu filho para pegar propinas no banheiro. "Nunca guardei dinheiro no gabinete".

15h52 - Silval é solicitado a falar sobre as obras realizadas por ele em seu governo. A juíza interrompe e diz que isso deve vir nas alegações finais. Na sequência, nega crimes envolvendo a figura de João Batista Rosa.

15h50 - Ainda sobre Marcel de Cursi, diz que o ex-secretário "sempre foi em alguns governos secretário adjunto. Eu já sabia da qualificação e da competência dele, por isso o convidei a assumir [o cargo]".

15h49 - O ex-governador passa a defender sua gestão, elencando atos que visavam, segundo ele, aumentar o controle e a fiscalização no combate à corrupção.

15h46 - "Já criou um linguajar dentro desse processo todo e parece que todos os delatores vem com chavões para dentro do processo. 'Ah...Marcel é o mentor intelectual, Silval o líder, o Silvio era o fiscal da propina e o cara violento, etc", critica Silval, respondendo a uma pergunta que tratava de outro assunto

15h43 - À defesa de Marcel de Cursi, o réu afirma que ele entrou como secretário de Fazenda no segundo semestre de 2012 e sobre estes fatos, não tem nada a dizer.

15h40 - "Eu fiquei sabendo, doutora", responde. Na sequência, o ex-governador nega o recebimento de cheques de gráficas ligadas ao nome de Wallace Guimarães.

15h38 - A juíza Selma Arruda intervém. "O senhor tem acesso à internet na prisão?".

15h37 - Silval agora se volta contra a imprensa, levantando papéis de notícias que tratam da Sodoma e negando as informações, Silval aponta para os jornalistas presentes na sala de audiências.

15h34 - O réu nega que seu filho tenha invadido a casa de Pedro Elias. "Olha o que estão fazendo com Rodrigo". O réu em seguida se dirige à Ana Cristina Bardusco. "Quer me prender? Eu apodreço nessa cadeia, mas porque botar meu filho nisso?"

15h32 -
Silval pede para falar sobre o CIRA (Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos), e dispara. "O CIRA é um órgão para me investigar".

15h31 - Sobre Riva, Silval afirma que ele poderia atrapalhar, na presidência da AL, o contrato da Consignum. "Na Assembleia ele poderia criar um monte de problemas com Pedro Elias, depois a gente fica sabendo dos detalhes. Doutora, eu convivi com ele, a senhora não tem noção do quanto ele era problema", afirmou. O réu nega dinheiro no banheiro. "Eu estou há um ano preso", lamenta.

15h23 - 
"Eu não tenho divida de fazenda com Riva, de jeito nenhum", afirma, desmentindo o ex-deputado. Narra que a sua parte na compra hoje está em nome da família de José Geraldo Riva.

"Eu virei uma senha. Quem quiser sair da cadeia é só dizer o meu nome", reclama.

15h22 -
Silval narra que estava em um almoço na casa de seu irmão, no condomínio Alphaville, e lá apareceu Mischur dizendo que estava preocupado e precisava muito renovar seu contrato com o Estado. "Eu falei, Sr. Willians, isso aí é com a secretaria". Silval nega concussão em desfavor de Fábio Formiga, da Zetra Soft. "Inventaram essa historia fantasiosa para não ir preso ou para sair da cadeia", diz se referindo aos réus, incluindo Zilio e José Riva.

15h12 - 
Silval narra que César Zilio tinha dívidas de campanha para saudar quando entrou no governo e precisava de propina. "E eu autorizei que ele procurasse".

"Willians (Paulo Mischur) se passa por vítima hoje, mas ele não é"
, dispara Silval. Silval narra que ao Zilio deixar a pasta quem era "seu secretario" era Faiad. Ele diz que nem sabe quem era a empresa que prestava serviços à consignados durante o período entre a saída da Consignum e a nova licitação. "Essa fala, esse depoimento que o Willians prestou para a senhora é mentira", diz Silval à Selma.

15h08 - 
A juíza critica a postura de Silval e adverte que réu não tem que ficar acompanhando interrogatório de outros. Muito menos criticando. Sobre sua dificuldade no CCC, a juíza diz que como homem público ele devia saber que presos estão outros homens que sofrem acusações bem piores. Silval admite que "dentro do governo tinha uma ou até mais de uma organização criminosa". Para Silval, quem compunha organização criminosa eram: César Zilio, Pedro Elias, José da Costa Marques, a filha de José da Costa Marques, a esposa de César Zilio. "Zilio já vinha fazendo rolo e acumulando dividas de campanha", conta. "Não tem nenhum governo que não tenha caixa 2", afirma Silval.

15h02 -
Silval critica o interrogatório de Pedro Jamil Nadaf. "Quem vê a introdução [da confissão] pensa... 'poxa, nobre Pedro', mas infelizmente ele mentiu para a promotora, para todos, inclusive para a imprensa".

15h01 -
 Silval inicia reclamando da "dificuldade que em ter acesso aos materiais produzidos nas denúncias".

14h58 -
 A juíza Selma o adverte que a melhor conduta agora é a confissão. Silval Barbosa nega. Diz que a denúncia "é falsa"

14h55 -
 Interrogatório iniciado. À juíza, Silval se apresenta como autônomo, hoje não exerce profissão. Admite que foi preso na ocasião da Aratath, quando acharam uma arma em sua casa.

14h45 - 
Silval trás consigo poucos documentos e algumas reportagens da imprensa local.

14h21 - 
Interrogatório de Wallace encerrado. O próximo a ser ouvido é o ex-governador Silval Barbosa. 

14h19 - Sobre Intergraf e Editora De Liz, nega possuir relações, desmentindo o que ontem afirmou José Geraldo Riva. Sobre despesas de campanha não declaradas, também nega. Diz que fez "tudo certinho". "Estives várias vezes para conversar com César Zílio", mas não admite que as reuniões foram para tratar de esquemas ilícitos. Sobre Sílvio César Côrrea Araújo diz que o encontrava no Palácio algumas vezes mas nunca tratou de nenhum assunto.

14h15 - 
Sobre as acusações à ele imputadas, diz serem falsas. "Não procede, nunca tive participação efetiva em nada", declara. Wallace é acusado de receber R$ 1 milhão em propinas para custear sua campanha eleitoral. O ex-prefeito afirma não ter certeza do teor da denúncia contra ele. "Vim declarar minha inocência, não participei de nada", diz. Ele nega ter levado gráficas para forjar contrato com o Estado.

14h12 - 
À juíza Wallace diz que nunca foi processado, apenas preso no aeroporto por portar munições irregularmente.

14h10 - 
O quarto interrogado é do ex-prefeito de Várzea Grande Wallace Guimarãe. Também para este réu as imagens não estão autorizadas. 

14h07 - 
Encerrado o interrogatório de Evandro Gustavo. 

14h02 -
Evandro fala sobre sua relação com Wallace Guimarães, diz que nenhuma. "Ele é meu compadre, padrinho da minha filha".O valor total da propina pagar a Zílio, segundo Evandro, foi de R$ 283 mil. 

13h58 - 
César Zilio teria exigido dele 10% dos R$ 2,85 milhões que ele receberia por serviços prestados ao Estado. O réu, no entanto, desmente Zilio e diz que prestou serviço, sim. Nega, por outro lado, que tivesse envolvido com esquema de propinas. Afirma não saber porque César Zílio o incriminou.

13h54 - 
"As denúncias são verdadeiras em partes", admite o réu que pede para ler a denúncia e demonstra estar bastante nervoso.

13h46 -
Interrogatório de Rodrigo Barbosa está encerrado. O terceiro interrogado do dia é Evandro Gustavo Pontes da Silva, empresário na área de gráficas.

13h30 - 
Ao MPE, Rodrigo Barbosa nega que ter recebido 20% de propina da Web Tech das mãos de Pedro Elias.

13h28 - 
Rodrigo Barbosa nega tudo. Diz que não compõe organização criminosa e não tem ciência dos fatos antes deles se tornarem denúncia. Nega ter praticado concussão contra Mischur, João Rosa e Fábio Formiga. "Doutora, esta é a primeira vez que ouço falar nessa palavra (concussão)", fala Rodrigo. A juíza responde: "A palavra não importa e sim o ato. O senhor praticou?". O réu nega. Ele nega conhecer os empresários citados na denúncia e nega ter invadido a casa de Pedro Elias. Também nega ter lavado dinheiro. Diz que jamais extorquiu ao empresário João Batista Rosa.

13h15
- O próximo a ser ouvido hoje é Rodrigo Barbosa. Ele é natural de Cascavel, no Paraná. É formado e Medicina e hoje administra o grupo Continental Comunicações.


Rodrgio Barbosa (à esquerda), filho do ex-governador Silval Barbosa, a espera de interrogatório junto a adovogados. Foto: Paulo Victor Fanaia

12h00-
"Eu fui destruído como pessoa, eu e minha família. Eu não existo mais como pessoa e como profissional", afirma Cursi.

Sobre seus anos na gestão Silval, resume: "Eu passei o tempo todo lutando para construir a moralidade".

"Fui preso por trabalhar. Isso foi transmutado em propina".

Cursi insiste em lamentar que ele não apresenta ameaça para a sociedade e para a instrução criminal do processo.

"Eu até brinco que se vocês me tirarem hoje do CCC eu toco a companhia para ser colocado de volta, porque eu não quero confusão. Eles estão usando meu nome".

11h50-
Cursi diz que segundo números oficiais, R$ 45 milhões aos cofres do Estado teriam sido os prejuízos causados pelas movimentações tributarias do delator e vítima. O interrogatório calcula número que supera os R$ 100 milhões.

O ex-secretário torna a comentar sobre os acessos irregulares supostamente cometidos aos dados da Sefaz. Diz que quem acessou, o fez na qualidade de fiscal tributário do Estado. Ele revela que um ex-presidente do TJ e um juiz de direito de MT tiveram seus dados tributários e financeiros acessados ilegalmente.

Cursi agora explica que foi precisamente a revogação da lei 10.207 que permitiu que dados sejam acessados sem o devido controle.

Em outras palavras, que haja quebra impune do sigilo tributário de qualquer cidadão.

11h10-
 Cursi explica em detalhes e em um vocabulário absolutamente técnico, o que ocorreu para que, ao cabo, o Estado cedesse Prodeic ao empresário. Todos os presentes parecem não compreender por completo o que está sendo dito.

O interrogado lê email de João Rosa, escrito em junho de 2011, em que o próprio reclama sobre desencontro de informações entre técnicos da Sefaz e o empresariado. Nele, Rosa reclama de como estão sendo feitas as tributações sobre maquinários.

11h00- Neste momento e em resposta aos advogados presentes, Marcel de Cursi explica como funcionava, no campo tributário, a empresa Tractor Parts, de João Rosa

A empresa do delator e hoje vítima possui Centro de Distribuição no interior de São Paulo, razão pela qual créditos ele foram concedidos. Tais créditos, que posteriormente foram anulados, se transformaram em Prodeic, peça chave que dá inicio ao esquema de fraudes da Sodoma 1.

10h30-
Cursi narra que quando foi professor na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), sofreu um atentado. Um motoqueiro disparou oito tiros contra seu carro. Ele não foi ferido. Agradece à época as atuações da promotora Ana Bardusco (que está presente na sala) e à Pedro Taques. O motivo do atentado seria sua cooperação junto ao MPE no combate à corrupção tributária.

10h27-
Cursi segue defendendo a lei e diz que ela está sendo "satanizada".

Sobre concussão em desfavor de Willians Paulo Mischur, Cursi nega. "Eu nem conheço essa pessoa" e adianta que nem sabia que o crime ocorria.

Sobre a tentativa de trazer a Zeta Soft e propinas com a WebTech, também relata desconehcer os fatos.

Com relação à propinas para Wallace Guimarães e fraudes à licitação, também nega participação.

Sobre o CONDES, Marcel esclarece que é um grupo constituído em lei e que discutia alterações orçamentárias.

Cursi, à defesa de Silvio César Côrrea Araújo, confirma ter havido gritos e acusações proferidos por Pedro Jamil Nadaf no CCC.

Por outro lado, nega ter ouvido falar que ele tenha sofrido ameaças.

10h00
- Cursi se queixa que a Secretária de Estado de Fazenda tem seus dados vazados e acessados por agentes de investigação. (Veja aqui)

Sobre a revogada Lei 10.207, Cursi faz a defesa. "Em momento nenhum essa lei teve motivos escusos", diz se tratar de interesses de Estado. A juíza interrompe e esclarece que ele não é denunciado sobre este fato na Sodoma 2.

"Eu quero aqui clamar à vossa excelência. Eu esperei 350 dias para estar à frente da senhora e provar que eu não integro organização criminosa e que sou vítima deste processo".

"Eu sou um homem, eu tive meu nome fulminado. Suplico que a senhora me deixe explicar a lei", insiste. A magistrada diz que, por ele não ser acusado deste fasto, qualquer manifestação é inútil, mas cede e concede cinco minutos.

09h50- Cursi contesta o motivo de sua prisão. O MPE explica que ele fora preso preventivamente por tentar atrapalhar CPI. O réu dizia que estava tratando da "Mensagem 45". O mesmo motivo teria fundamentado as prisões tanto da Sodoma 1 quanto da 2.

Cursi passa a explicar sua atuação na Secretaria, salientando como funcionam leis que regem consignações no Estado. Como estudioso dos interesses tributários do Estado registra hoje perante a justiça que já previa, anos atrás, que em julho de 2016 Mato Grosso passaria pelos seus primeiros problemas econômicos para com pagamentos a servidores.

Ele ainda profetiza que em dezembro deste ano servidores do Estado terão salários atrasados.

09h37- Ele diz ver dificuldade em responder este processo pois adianta que não esteve presente em nenhum dos fatos criminosos. "Estou estarrecido com as declarações de de Pedro Nadaf, César Zilio e Pedro Elias".

"Também sou vítima dessa profusão de informações", declara.

E diz que sua relação com os demais réus sempre foi institucional e que via em João Rosa (delator) apenas um homem de negócios, mas hoje se diz estarrecido com o que foi dito por ele.
 
Ele nega ter agido como inteligência do grupo criminoso no intuído de dar carenagem legal aos processos ilegais.

Para fundamentar e provar o que diz, apresenta um calhamaço de documentos do Estado. Passa a apresentar cópias de normas feitas pelo Poder Público que provam não haver seu nome em nenhuma delas.

09h30- Questionado se as acusações contra ele imputadas são verdadeiras, diz que não está claro do que efetivamente é acusado. Ele reitera sua disposição em esclarecer os fatos à justiça.

Concussão, fraude a licitação, corrupção passiva, fraude processual e lavagem de dinheiro são as acusações contra ele imputadas. Cursi é categorico, a acusação "é falsa", afirma. "Sou inocente".

Ele diz ver dificuldade em responder este processo pois adianta que não esteve presente em nenhum dos fatos criminosos. 

09h25- Cursi já está na sala de audiência.As imagens são vedadas. A audiência está iniciada.

Questionado se as acusações contra ele imputadas são verdadeiras, diz que não está claro do que efetivamente é acusado.
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