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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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SODOMA 3

Policial militar seria “braço armado” de Silval Barbosa para extorsões; empresário relata ameaça

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Policial militar seria “braço armado” de Silval Barbosa para extorsões; empresário relata ameaça
O policial militar José de Jesus Nunes Cordeiro seria o “braço armado” do ex-governador Silval Barbosa em esquemas de extorsão. A qualificação pouco atraente foi exposta pela magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, no documento que decretou novas prisões na terceira fase da “Operação Sodoma”.

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Jesus Cordeiro era responsável por licitações na Secretária de Administração. A tarefa correspondia ao cargo de secretário adjunto que o PM ocupava. Para a juíza Selma, porém, o nome era mais uma peça com papel definido no grupo criminoso liderado pelo ex-governador.

“[...] não se exija que os autos demonstrem que cada um dos investigados tenha ameaçado testemunhas. E óbvio que em uma organização criminosa nem todos os membros agem com truculência: tal tarefa geralmente é delegada a quem tem mais propensão para esse tipo de delito, que no caso era o policial militar e ocupante de cargo de confiança [...]”, afirma a magistrada.

A terceira fase da operação Sodoma foi desencadeada após depoimento prestado por Willians Paulo Mischur, dono da empresa Consignum. Mischur afirmou que teria sido obrigado a pagar pelo menos R$ 500 mil por mês para garantir a manutenção do seu contrato junto ao governo do estado.

“O caso presente revela a existência de um quadro caótico protagonizado por uma organização criminosa especializada em praticar assaltos aos cofres públicos, que agiu anos a fio nos meandros do poder neste Estado, como verdadeira parasita, um monstro que se alimentava do dinheiro público, enfraquecendo a estrutura estatal em benefício fartura arrecadada para seus próprios bolsos”, afirmou a juíza.

Conforme os autos, justamente em um dos encontros que assentavam o processo de extorsão, o empresário foi ameaçado por Jesus Cordeiro. “Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa por cima dos seus filhos, acidentes acontecem...”, teria dito o policial.

Tais ameaças, supostamente a mando de Silval Barbosa, poderiam atrapalhar os andamentos processuais pertinentes às investigações da Operação Sodoma. Júlio Minoru Tsujii, dono da empresa Webtech - Softwares e Serviços, também relatou momentos de perigo ao sofrer extorsão do mesmo grupo.

Assim, buscando a correta continuação dos processos, foi baseada nos fatos contados em depoimento que Selma Rosane decretou novas prisões contra Silval Barbosa, Jesus Cordeiro, Silvio Cezar Correa de Araújo, José de Jesus Nunes Cordeiro, e Pedro Elias Domingues.

“[...] reitero que o fato de haver pelo menos duas testemunhas nos autos que declararam expressamente que foram pressionadas e ameaçadas pela organização criminosa é suficiente para servir como fator de convencimento da necessidade da medida extrema”, finalizou a magistrada, referindo-se as prisões.

Novas fases da Sodoma são aguardadas para os próximos meses. Em um primeiro momento a Delegacia Fazendária denunciou um esquema valorado em aproximadamente R$ 2,6 milhões em incentivos fincais. A segunda fase revelou uma suposta transação de compra de um terreno para ocultar R$ 13 milhões em extorsão.
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