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DE COPACABANA PARA O CCC

Preso no Rio, ex-procurador Chico Lima pedirá transferência para Cuiabá, afirma advogado; vídeo

26 Set 2016 - 15:35

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Otávio Gargaglione Leite chegando na Defaz

Otávio Gargaglione Leite chegando na Defaz

A defesa do aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (vulgo “Chico Lima”) poderá solicitar sua transferência para Cuiabá. O réu foi preso no Rio de Janeiro, onde reside atualmente, desta segunda-feira (26), durante a deflagração da “Operação Sodoma 4”. A ordem de prisão preventiva foi dada pela magistrada da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda. O advogado de Chico Lima, Otávio Gargaglione Leite, falou com Olhar Jurídico nesta tarde e defendeu a inconsistência das acusações contra ele na Sodoma.

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A quarta fase da Operação Sodoma foi deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) e objetiva investigar crimes de corrupção praticados por uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso. O foco é o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma das três desapropriações milionárias pagas pelo ex-governo Silval Barbosa, durante o ano de 2014.

Além de Chico Lima, Valdir Piran e Arnaldo Alves foram detidos em Brasília. Foram presos, ainda, o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que já está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, Marcel De Cursi e Silvio César Correia Araújo.

“Sabemos que ele foi preso, levado para ser ouvido, mas não é ação penal ainda. É apenas um pedido de prisão. Ao contrário da Seven, quando ele foi preso depois da distribuição da denuncia. Agora estamos correndo para fazer tudo o que pudermos fazer”, explicou o advogado Otávio Leite.

Com relação às acusações que pesam contra o réu na Sodoma, a defesa explica. “Você está nas audiências e vê que todo mundo fala muita coisa mais ninguém consegue provar nada do Chico Lima. Todo mundo fala que ele é o sujeito da organização criminosa. Uma organização que cada um age por si, que ninguém divide nada com ninguém, cada um faz o que quer e ele seria o responsável por dar essa legalidade (ao esquema criminoso). Mas todo mundo fala, quando vem aqui, que Chico Lima apenas fazia seus pareceres na conformidade da lei. Era sua função emitir pareceres dentro da Casa Civil, não há o que falar. Ele não tinha intimidade nenhuma com Silval Barbosa e (com os demais réus) apenas relações de trabalho”, conclui.
 

Ainda na sede da Delegacia Fazendária, o advogado confirmou ao Olhar Direto que pedirá na justiça a transferência do acusado para Cuiabá. Na capital mato-grossense, a defesa do ex-procurador buscará sua liberdade, onde as possibilidades são maiores que nas terras fluminenses. 

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

Conforme a Defaz, ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.
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