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Notícias / Política de Classe

OAB emite nota de repúdio contra Joaquim Barbosa por expulsão de advogado da Suprema Corte

Da Redação - Laura Petraglia

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil emitiu nota de repúdio contra o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, que nesta quarta-feira (11) expulsou do plenário da Suprema Corte, com uso de segurança, o advogado do ex-presidente do PT José Genoino, Luiz Fernando Pacheco.

Pacheco foi expulso ao subir à tribuna para pedir que o tribunal decida sobre pedido da defesa para que Genoino volte a cumprir pena em regime domiciliar. Logo no início da sessão plenária, o jurista interrompeu o julgamento de outro tema e questionou por que Barbosa ainda não colocou em pauta recurso apresentado por ele questionando decisão individual que determinou a volta de Genoíno à prisão.

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"Processos penais, execuções penais têm precedência sobre qualquer outro assunto", disse, ao solicitar que o assunto fosse colocado em pauta. "Vossa Excelência quer pautar esta Corte?", reagiu Barbosa.

"Venho rogar a Vossa Excelência que coloque em pauta. (...) Vossa Excelência deve honrar essa Casa e trazer aos seus pares o exame da matéria", disse Pacheco, com voz exaltada, lembrando que o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou que voltasse ao regime semiaberto. Cabe ao presidente do STF definir os temas a serem incluídos na pauta de julgamento.

O bate boca entre os dois começou, o ministro pediu então que o microfone do advogado fosse cortado e na sequência que os seguranças retirassem Pacheco do local.

Em nota, a diretoria do Conselho Federal da OAB afirma que repudia de forma veemente a atitude do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, que expulsou da tribuna do tribunal e pôs para fora da sessão mediante coação por segurança o advogado Luiz Fernando Pacheco, que apresentava uma questão de ordem, no limite da sua atuação profissional, nos termos da Lei 8.906. O advogado é inviolável no exercício da profissão.

“O presidente do STF, que jurou cumprir a Carta Federal, traiu seu compromisso ao desrespeitar o advogado na tribuna da Suprema Corte. Sequer a ditadura militar chegou tão longe no que se refere ao exercício da advocacia. A OAB Nacional estudará as diversas formas de obter a reparação por essa agressão ao Estado de Direito e ao livre exercício profissional. O presidente do STF não é intocável e deve dar as devidas explicações à advocacia brasileira”.
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