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Notícias / Criminal

Relatório aponta que Silval pagou R$ 8 milhões a mais do que pedido em desapropriação

Da Redação - Arthur Santos da Silva

 Um relatório entregue de forma anônima ao Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção aponta que o ex-governador de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa, pagou irregularmente R$ 13 milhões pela desapropriação do bairro Renascer, em Cuiabá. Conforme o documento, a empresa Provalle Incorporadora (massa falida), antiga dona, havia proposto a entrega do terreno por R$ 5 milhões.

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O representante da Provalle, administrando a massa falida, seria o advogado Micael Hebner Mateus. A suposta irregularidade contou, segundo relatório, com a autorização da Procuradoria do Estado, efetivando o pagamento. A diferença entre o valor pedido e o pagamento concretizado pode caracterizar um ato de corrupção.

Com base nas informações, após solicitação do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, o promotor de Justiça Clóvis de Almeida Junior instaurou, no dia 11 de fevereiro, um inquérito civil para apurar possível “violação a princípios administrativos e eventual dano ao erário pertinente ao pagamento de áreas desapropriadas pelo Estado”.

A secretária Adriana Vandoni também solicitou ao procurador geral do Estado, Patryck de Araújo Ayala, informações sobre a autorização firmada à época dos fatos.

Além do terreno onde está localizado o bairro Renascer, a área correspondente ao bairro Liberdade também é objeto do procedimento. No caso, foram solicitadas informações ao Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso (INTERMAT), autarquia vinculada a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), que atua na execução da política fundiária.

O ex-governador Silval Barbosa segue preso preventivamente em conseqüência de duas Operações. Na “Sodoma”, que investiga fraudes em incentivos fiscais, o político teria desviado R$ 2,5 milhões.

A operação Seven, que descortina um suposto esquema semelhante ao relatado no bairro Renascer, versa sobre um rombo de R$ 7 milhões. As investigações revelam que o ex-governador foi o principal responsável pelo desvio das contas do Intermat, no final de 2014, por meio da compra fraudulenta de uma propriedade rural na região do Manso.
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