O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, concedeu liberdade ao tenente-coronel Januário Batista - que estava preso no dia 23 de junho. A medida foi deferida na tarde desta sexta-feira, 14. A prisão de Januário havia sido decretada pelo mesmo desembargador.
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O militar, juntamente, com o coronel Evandro Lesco, foram presos acusados de participação em um esquema clandestino de grampos em Mato Grosso, responsável pela interceptação de médicos, jornalistas e políticos.
O coronel foi preso junto com o então secretário da Casa Militar, Evandro Lesco, o adjunto, Ronelson Barros, e o cabo PM Euclides Torezan. Além deles, o ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, segue encarcerado também por suspeita de atuar no esquema. Até o momento, apenas Januário e o cabo Torezan foram colocados em liberdade.
Os grampos
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do dia 14 de maio, que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.