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Notícias / Criminal

Vídeo mostra deputado extorquindo Silval para CPI da Copa acabar em "pizza"

Da Redação - Lázaro Thor Borges

Um vídeo entregue junto a delação de Silval Barbosa mostra o deputado Wagner Ramos chantageando Rodrigo da Cunha Barbosa, filho do ex-governador, para receber R$ 15 milhões. O dinheiro serviria para que os deputados não indiciassem Silval na CPI das Obras da Copa,  que investigava fraudes no governo do peemedebista. 

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Além de Wagner Ramos, o deputado Oscar Bezerra também foi citado. O parlamentar teria se reunido com Silval no pátio do Supermercado Big Lar, no bairro Jardim das Américas em Cuiabá, para pedir R$ 15 milhões em propina. Silval se recusou a pagar o valor, mas creditou R$ 200 mil na conta do deputado.

A chantagem teria começado quando o então prefeito de Nobres, Edevair Valim, procurou Silval para intermediar a extorsão proposta por Bezerra. “Edevair Valim dizia para o colaborador que o deputado Oscar Bezerra queria receber 15 milhões de reais para que a CPI não prosperasse, sendo que Edevair dizia que Oscar Bezerra falava em nome dos demais deputados integrantes da CPI.”, diz trecho do relatório da delação.

Edevair também procurou o filho de Silval, Rodrigo Barbosa, outras 10 vezes para tratar do pagamento da propina. Com avanço do diálogo, o valor da propina foi reduzido para R$ 10 milhões. Foi então que Valim marcou o encontro entre Barbosa e Bezerra no pátio do supermercado.

Na época, Oscar Bezerra dizia que Silval ficou com muito dinheiro e que deveria “dividir” com outros políticos. Sob pressão, o ex-governador aceitou pagar R$ 200 mil. O dinheiro foi depositado em uma conta, cujo número foi entregue pelo deputado no encontro. Silval anexou à delação o comprovante do depósito.

A tentativa de extorsão ocorreu pouco tempo antes da prisão de Silval. Após a custódia, a chantagem foi concentrada em Rodrigo Barbosa. O filho do ex-governador revelou ter recebido pedidos para pagar R$ 7 milhões aos deputados.

“Com a prisão do colaborador [Silval], o seu filho Rodrigo foi procurado pelo deputado Wagner Ramos, que é membro da comissão da CP], pedindo o valor de sete milhões de reais para ‘resolver’ a questão da CP!. Tais valores acabaram não sendo pagos e a pressão parou.”, relata outro trecho transcrito da delação. 
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