A ineficiência logística do agronegócio custa cerca de 10% da safra agrícola brasileira, que se perde por causa de estradas esburacadas e mal conservadas. Segundo dados da Elizabeth Chagas Consultoria e Assessoria em Comércio Internacional, os prejuízos ocasionados por causa da logística chegam a US$ 4 bilhões todos os anos. A estimativa leva em conta as perdas geradas na colheita, no transporte, na armazenagem e nos segmentos de varejo e consumo.

Para o deputado federal Homero Pereira (PR/MT), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária e presidente da Frente da Logística de Transportes, o problema tem que ser resolvido com pesados investimentos em logística de transportes. O deputado reconhece que o governo federal tem feito investimentos em rodovias e ferrovias, mas que a matriz de transportes terrestres deveria ter modais com a rede hidroviária.

“As hidrovias deveriam ser priorizadas para o escoamento da produção. Mato Grosso, por exemplo, depende hoje de estradas para levar grãos e carnes para os portos do sudeste. As hidrovias precisam ser melhor utilizadas”, ponderou.

Para o deputado, o Brasil deve prever o aproveitamento dos rios não só para o setor energético. “É um desperdício utilizar rios apenas para produzir energia. As hidrovias devem estar contempladas em projetos para construção de hidrelétricas”, afirmou.

O cálculo dos prejuízos foi feito com base na projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aponta produção de 147 milhões de toneladas de alimentos para a safra de 2009/2010 e perda de 10% do volume produzido. Com o montante perdido, o Brasil poderia construir quatro portos com 16 berços de atracação ou 20 terminais de fertilizantes iguais ao que já existem no porto de Santos.