Olhar Direto

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Economia

Rio deve receber investimento de R$ 55 bi para Copa e Olimpíada, diz PwC

O Rio de Janeiro deve receber cerca de R$ 55 bilhões em investimentos por conta da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas em 2016, segundo estudo da consultoria PricewaterwouseCoopers divulgado nesta terça-feira (12). De acordo com o levantamento, os eventos esportivos devem criar cerca de 95 mil empregos diretos.


O estudo também aponta que, em 2014, a cidade deve receber 3,2 milhões de turistas estrangeiros. Para 2016, são esperados 4 milhões de visitantes de outros países – no ano passado, a cidade recebeu 2,5 milhões de turistas. O total de gastos que eles vão realizar no Rio em 2016, aí incluídos também os 6,3 milhões de turistas nacionais esperados no ano das Olimpíadas, vai chegar a R$ 14,4 bilhões.

Já o movimento no Aeroporto Internacional Tom Jobim, que hoje está em 11,8 milhões de passageiros por ano, deve crescer para 14,9 milhões anuais em 2016. De acordo com a pesquisa, o Rio, hoje, recebe 20% dos embarques internacionais de todo o Brasil entre 16 companhias estrangeiras.

O estudo da PwC, intitulado “Maximizando o impacto da carteira de projetos comerciais para os eventos esportivos”, mostra que, até 2016, as principais oportunidades de emprego estão nos setores de infraestrutura, que deve receber R$ 33,1 bilhões em investimentos e gerar 62,5 mil vagas; turismo (11,9 mil vagas, com investimentos de R$ 13,6 bilhões); indústria inovativa, que envolve telecom e TI (8,7 mil vagas, com investimentos de R$ 4,5 bilhões); indústria criativa, principalmente no ramo de publicidade (3,2 mil vagas, com investimentos de R$ 1 bilhão); e no setor de serviços financeiros, que engloba seguros e resseguros (3 mil vagas, com investimentos de R$ 1 bilhão).

Momento crítico
Mas, apesar das boas perspectivas, Hazem Galal, líder global para cidades e governo local da PwC, afirma que o Brasil corre contra o tempo para realizar as duas competições. “Estamos em um momento crítico, em que temos que tomar decisões políticas urgentes e decisivas”, afirmou ele durante o seminário “Copa 2014 e Olimpíadas 2016: Uma década de oportunidades para o Rio de Janeiro”, realizado na Bolsa de Valores do Rio, no Centro da capital fluminense.

Durante a apresentação, Galal mostrou-se mais preocupado com a preparação para a Copa, principalmente com relação aos aeroportos. “Estamos em um prazo, principalmente para a Copa do Mundo, em que temos que tomar medidas decisivas e muito rápidas”, enfatizou. “A questão dos aeroportos, dos meios de transporte, é a mais crítica. O Brasil não é uma África do Sul, que é um país pequeno, onde é possível se deslocar de ônibus de uma cidade para a outra. Aqui, os aeroportos são uma prioridade”, complementou, referindo-se ao país africano que foi sede da última Copa do Mundo, no ano passado.

“A capacidade dos aeroportos não é um problema só para os eventos esportivos”, observou Galal, que destacou o crescimento da classe C, que “passou a viajar mais de avião”. Apesar da preocupação, Galal está confiante de que os dois eventos vão ser realizados sem maiores problemas. “Em São Paulo, eu acredito que a questão da construção de um estádio vai se resolver de alguma forma até a Copa”, disse, ressaltando que, por outro lado, há cidades que estão com as obras andando bem, como Curitiba e Salvador.

Michael Charlton, diretor Internacional da Rio Negócios, tem a mesma opinião de Galal: “Concordo que há questões a serem resolvidas em relação aos aeroportos e aos estádios para a Copa 2014.” Entretanto, Charlton se mostra mais otimista. “O COI (Comitê Olímpico Internacional) está acostumado a fiscalizar as cidades olímpicas. E as autoridades estão fazendo um trabalho excelente em relação a Rio 2016”, ressaltou.

Galal também criticou uma possível falta de transparência no processo de licitação para obras para Copa 2014. Uma medida provisória editada pelo governo federal, que permite o sigilo do orçamento de licitações para obras públicas, tramita no Congresso Nacional. “Como temos que recuperar o atraso por ter um prazo curto até a Copa de 2014, precisamos tomar decisões rápidas. Isso não significa que não devemos ter transparência”, afirmou Galal.

Para Galal, os eventos esportivos “não vão conseguir resolver todos os problemas da cidade em três ou quatro anos”, mas podem ser usados como “catalisadores” para a transformação do Rio de Janeiro nas próximas décadas. “Esses eventos esportivos e culturais podem ser usados para a cidade alcançar o desenvolvimento sustentável”, concluiu. “Se não aproveitarmos esse momento único, nunca mais vai haver de novo”, finalizou.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet