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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Projeto cria medidas para prevenir contaminações pelo ar com bactérias

Uma nuvem invisível, imunda, de poeira. Muita sujeira acumulada e até ratos mortos. Esse cenário – reproduzido pelo Fantástico no início deste ano – foi gravado por um pequeno robô brasileiro dentro de tubos de ar condicionado em prédios públicos e particulares de São Paulo, por onde passam diariamente dezenas de milhares de pessoas.


Esse mesmo robô já descobriu problemas no ar condicionado de grandes aeroportos e hospitais em vários estados brasileiros. As partículas em suspensão são respiradas pelas pessoas que estão no ambiente. “Todo o ar que passa pela rede de dutos está indo para o ambiente e as pessoas estão respirando esse ar, afirmou o diretor da Associação Brasileira de Ar Condicionado, Leonardo Cozac.

Como agravante, a bactéria mais comum no ar condicionado – a Legionella Pneumophila – é a causadora de doenças sérias como a pneumonia. Foi ela que, em 1998, atacou e matou o então ministro das Comunicações, Sérgio Motta.

O PROJETO – Com medidas para prevenir casos como esse em Mato Grosso, o Projeto de Lei nº 161/10 – de autoria do deputado Wagner Ramos (PR) – foi aprovado pela Assembleia Legislativa em primeira votação após ter passado pela Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social. Ele cria mecanismos que obrigam a fiscalização e a inspeção de qualidade nos equipamentos de ar condicionado e climatizadores de ambientes instalados em estabelecimentos comerciais e os de uso comum no estado.

No fim de dezembro passado, a Legionella Pneumophila também contaminou a nutricionista Aline Borges, de 23 anos. Diabética, a mineira de Belo Horizonte sofreu uma infecção generalizada e teve amputados os dedos dos pés e as pontas dos dedos das mãos.

Baseado em resumo de um estudo microbiológico, Wagner Ramos chamou a atenção para a deficiência da fiscalização em muitos locais e para uma característica da Legionella Pneumophila que assusta. “Ela é a bactéria mais comum entre 37 espécies diferentes e associada a surtos de doença. Pior: esse tipo causa a Febre Pontiac e a Doença do Legionário ou Legionelose – uma forma de pneumonia grave.

Cozac disse que a legislação no Brasil é boa, mas apontou uma falha grave: a falta de norma específica para hospitais. Para completar o quadro nebuloso, o médico Fábio Morato Castro, do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, alertou: “A manutenção inadequada dos aparelhos de ar condicionado tem levado a um aumento preocupante nos quadros de alergias".

OMS e ANVISA – A falha mais comum está nos sistemas de ar condicionado. Eles apresentam alto de grau de contaminação por germes e proporcionam o surgimento de uma série de distúrbios. O fenômeno atingiu tal dimensão que a Organização Mundial de Saúde (OMS) o catalogou sob o nome de "Síndrome dos Edifícios Doentes".

No Brasil, desde 2003 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou uma série de normas para ar condicionado de uso coletivo. Filtros e bandejas devem ser limpos mensalmente e o ventilador de seis em seis meses. Essas regras, no entanto, não são cumpridas com o rigor que foram estabelecidas.

OS AMBIENTES – O projeto de Wagner Ramos considera ambientes de uso coletivo, entre outros, aeroportos, shopping centers, supermercados, locais de traba­lho, de estudo, de cultura, de culto religioso, de lazer, de esporte ou de entretenimentos. Também foram incluídas nessa lista casas de espetáculos, teatros, cinemas, bares, lanchonetes, boates, restauran­tes, praças de alimentação, hotéis, padarias, farmácias e drogarias.

As repartições públicas, instituições de saúde – principalmente os hospitais, escolas, museus, bibliotecas, espaços de exposições e outros similares receberam tratamento idêntico.
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